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ESTADO
Cezar Alves
07/08/2016 12:05
Atualizado
13/12/2018 11:51

Ensino integral é ferramenta para desenvolvimento econômico e paz social, destaca secretária

Cláudia Santa Rosa reforça a importância do ensino técnico profissionalizante no RN e detalha quadro atual no Estado
Josemário Alves
A doutora em educação Cláudia Santa Rosa, secretária de Educação do Governo do Estado, vê no ensino técnico profissionalizante em tempo integral uma importante ferramenta de desenvolvimento econômico e principalmente de formação continuada dos jovens para atenuar, no futuro, os índices de violência que tanto assustam os potiguares.
 
A secretária citou que os Institutos Federais (IFs), as 20 unidades que já estão funcionando e as outras que estão em construção, são modelos de como podem ser estas estruturas em tempo integral para o ensino médio. Segundo ela, estas instituições estão promovendo uma revolução silenciosa nas regiões onde já estão instaladas.
 
Os IFs, como são chamados, já estão presentes em Apodi, Pau dos Ferros, Ipanguaçu, Currais Novos, Angicos, Macau, Mossoró, Natal, entre outros municípios do Agreste, Central, e Mato Grande. Cláudia Santa Rosa lamenta que o Rio Grande do Norte esteja tão atrasado na corrida pela implantação de um processo de educação continuada dos jovens.
 
Enquanto o RN, que tem população estimada em 3,4 milhões, luta para instalar pelo menos sete escolas técnicas, o estado do Ceará, que tem população estimada em 7,8 milhões de habitantes, já têm instaladas e funcionando 151 escolas técnicas sob a coordenação da Secretaria Estadual de Educação. “Isto vai fazer toda uma diferença social para o bem em poucos anos”, diz a secretária Cláudia Santa Rosa.
 
Com relação ao Rio Grande do Norte, Cláudia disse que quando assumiu a Secretaria Estadual de Educação, há poucos meses, encontrou o Centro de Educação Profissional Jessé Pinto Freire, em Natal, duas unidades físicas concluídas em Ceará-Mirim e Extremoz, sete em obras e três unidades ainda no papel para começar.
 
Atualmente, os técnicos da Secretaria Estadual de Educação estão trabalhando na elaboração dos projetos pedagógicos e também na questão da legislação, pois, segundo Cláudia Santa Rosa, as escolas técnicas só existem na forma de projeto, não existem de fato. Precisa que a Assembleia Legislativa aprove um projeto de lei para criar de fato as escolas técnicas no RN.
 
A Secretaria de Educação busca parceria com os IFs para reforçar ensino nas escolas estaduais para melhorar não só a questão da segurança, mas também a condição social do cidadão. “Não se tem dúvidas quanto à importância da educação continuada em escolas em tempo integral, onde estudantes com mais tempo na escola, sendo educados por um projeto pedagógico que leve em consideração os interesses dos jovens, com estrutura de esportes e práticas culturais, isso vai com certeza tirar as crianças da vulnerabilidade das ruas”, diz a secretária.
 
A doutora Cláudia Santa Rosa, que conhece bem os principais sistemas de educação do mundo, diz que alfabetizar as crianças, oferecendo ao mesmo tempo oportunidades para práticas esportivas, atividades culturais e uma profissão definida pelas necessidades regionais, é o grande diferencial no processo de formação. “É isto que sonhamos”, destaca.
 
Dentro desta ideia, Cláudia Santa Rosa afirmou que está em sintonia com a reitoria dos IFs no Rio Grande do Norte para haver uma parceria das instituições federais com as escolas do Estado. “Queremos aprimorar nossos técnicos, nossos professores para o ensino técnico, especialmente nos municípios onde já existem IFs em funcionamento”, acrescenta.


Cláudia Santa Rosa explica processo de educação integral no RN 

Uma porta para universalizar o ensino superior no estado brasileiro
 
Para a secretária estadual de Educação, o estado brasileiro está longe de universalizar o acesso ao ensino superior. Ela se refere ao fato de que, apesar dos esforços do Governo Federal nos últimos dez anos, ampliando as universidades federais, como exemplo a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), ainda existe muita exclusão na educação brasileira.
 
Neste contexto, Cláudia Santa Rosa destaca a importância das escolas técnicas. Ela lembra que, com este ensino integral e de alfabetização e qualificação profissional, já é possível se ter nos polos onde estão localizadas as escolas técnicas (IFs), jovens de baixa renda cursando faculdades de medicina e direito em outras instituições federais.
 
“A gente sabe que se não houver um preparo específico ou de capacitação, o que o ensino técnico propicia, os jovens de regiões afastadas dos grandes centros urbanos vão sempre ter menos chances de acesso ao ensino superior do que quem mora nos centros urbanos e têm mais poder aquisitivo. Esta é uma realidade clara para os pesquisadores”, destaca.
 
O jornalista Bruno Soares, de Mossoró, tem o perfil destacado pela doutora Cláudia Santa Rosa. Ele disse: “O IF é uma instituição com um ensino diferenciado, conhecido por preparar excelentes profissionais para o mercado de trabalho em várias áreas. Além disso, no seu ensino médio integrado, prepara seus alunos da melhor maneira possível para os vestibulares e Enem. Prova disso é o número elevado de aprovações em diversas seleções”.
 
O ensino nos IFs ultrapassa fronteiras. Bruno Soares se formou no IF em 2006, no Curso de Construção Civil Predial, que hoje se chama Edificações, porém saiu da instituição preparado para encarar qualquer outro mercado de trabalho, tanto que cursou Comunicação Social na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern).
 
“Somos conscientes do potencial enorme do ensino técnico para qualificar os jovens, revestido de uma carreira, de uma trajetória de vida recheada de oportunidades. É isto que as escolas técnicas do RN estão protagonizando em muitos municípios do Estado. Temos dedicado atenção na Secretaria Estadual de Educação para institucionalizar as escolas técnicas no RN, exatamente porque compreendemos a importância do ensino médio, técnico e principalmente o ensino médio integrado”, finaliza Cláudia Santa Rosa.

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