A situação dramática enfrentada pelo Hospital da Mulher Parteira Maria Correia segue sem solução. Na manhã desta sexta-feira, 22, o Sindicato dos Servidores da Saúde (SINSAÚDE) promoveu um protesto em frente à maternidade, cobrando do Governo do Estado a regularização do abastecimento de insumos e denunciando o que eles caracterizam como “desmonte” da unidade.
“Nosso objetivo aqui é evitar que o Hospital feche suas portas. O desmonte já está acontecendo, com a retirada de berços, incubadoras, foco cirúrgico, sem falar que não estão reabastecendo os insumos básicos. Queremos chamar atenção do Governo, do secretário de saúde. Não admitiremos que bebês morram por falta de atendimento em Mossoró”, afirmou o diretor estadual do Sindsaúde, Aldiclécio Alves.
O protesto desta manhã reuniu, além do Sindsaúde, servidores do Hospital da Mulher e representantes da classe política. A enfermeira Janaine Oliveira acompanhou a mobilização e lamentou os problemas enfrentados atualmente na maternidade.
“Há um desmonte claro. Carros estão chegando aqui e levando equipamentos embora. Além disso, falta manutenção dos equipamentos que ainda restam, falta material básico, o mínimo para o hospital funcionar. Tem pai e mão com bebê internado na UTI que tem comprado sabonete, até para lavar as mãos falta material”, pontua a servidora.
Garagem do Hospital da Mulher acumula entulhos
Após a mobilização, o Sinsaúde anunciou a formação de uma comissão, composta por representantes da sociedade, servidores do hospital, do próprio sindicato e de um grupo de gestantes, que irá provocar o Ministério Público no sentido de buscar uma solução para as dificuldades vivenciadas na maternidade, que é responsável pelo atendimento de partos de média e alta complexidade, demanda essa que está sendo transferida para o Hospital Almeida Castro, causando uma sobrecarga no atendimento.
“Carência de insumos vem aumentando”, revela direção do Hospital da Mulher
Por meio de nota à imprensa, a direção do Hospital da Mulher enfatizou que a carência de insumos vem aumentando, o que tem inviabilizado o recebimento de novas pacientes.
Ainda segundo a nota, na tentativa de abastecer a unidade minimamente, a direção iniciou um processo para compra de alguns “poucos insumos, disponíveis de licitações já realizadas anteriormente, mas que ainda não temos a certeza que o fornecedor irá entregar, tendo em vista o débito já existente com a Sesap”, informou.
“Esta unidade não possui autonomia administrativa, como também não nos programamos para compra destes insumos, pois a política da Sesap de distribuição e compra de material e medicamentos é centralizada, objetivando a compra pelo menor preço como também uma padronização do que é utilizado pelas unidades de saúde do Estado. Continuamos aguardando a resolução do problema por parte da Sesap, através do pagamento dos fornecedores”.
A nota segue confirmando ainda que alguns equipamentos, insumos “ainda existentes” e profissionais médicos do hospital foram cedidos em caráter provisório à Maternidade Almeida Castro, “com autorização da COHUR e do secretário de Saúde, objetivando a redução do dano à população devido ao fechamento da unidade, e que não foi informado, pelo nível central, até hoje, nenhuma intenção em fechar permanentemente esta unidade hospitalar”, conclui a direção.
A reportagem do Mossoró Hoje tentou contato com a Sesap, mas os telefones disponibilizados pela assessoria não estão recebendo ligações.