A carateca Dandara Chrystian, 23 anos, volta para Mossoró após viagem à Cravóvia, Polônia, com a sensação de dever cumprido e duas medalhas de bronze no peito, obtidas no World Tradicional Karatê-Do Championship, o Campeonato Mundial de Karatê categoria tradicional, que reuniu mais de 1,5 mil atletas de vários partes do planeta nos uúltimos dias 14 e 15.
Dandara obteve o terceiro lugar em duas modalidades na competição: Kumite (luta) e Kata (combinações de movimentos de ataque e defesa previamente estabelecidas). Ela falou ao MOSSORÓ HOJE sobre a conquista na Polônia.
“Os resultados foram positivos. Nós estávamos em uma competição muito disputada, com atletas da República Tcheca, Polônia, Rússia, Japão, Alemanha, Ucrânia, Israel, entre vários outros países e ficamos em terceiro lugar. Passamos por muitas dificuldades até chegarmos a esse mundial, e poder trazer esse resultado pra mim é uma grande vitória”, frisou a jovem atleta, que é natural de São Paulo, mas adotou Mossoró como sua terra de coração.
A carateca reforça que o objetivo inicial não era a conquista de medalhas, mas sim o seu aperfeiçoamento no esporte. “Estou mais preocupada com a minha evolução no karatê, não fui buscando um resultado, mas por estarmos tão focados o resultado apareceu”, comentou, acrescentando: “Eu nunca tinha vivido algo tão emocionante. Ginásio cheio, torcida vibrando. O karatê na Polônia é como o futebol no Brasil”.
Em sua ida à Polônia, Dandara esteve acompanhada do seu técnico Wanderley da Silva. Durante entrevista ao MOSSORÓ HOJE, em julho desse ano, a atleta destacou a parceria com o seu principal incentivador.
“No início e diante de tantas situações, minha mãe me questionava até onde tudo isso iria chegar. Eu não sabia onde eu poderia chegar. Somente Wanderley, meu primeiro e único professor e mestre, acreditava e via algum potencial em mim. E graças à insistência, paciência e dedicação dele hoje alcancei, em apenas sete anos de treinamento, o nível de atleta internacional”, afirmou Dandara.
Ainda na entrevista concedida ao repórter Hermes Castro, a carateca falou sobre o início no esporte. “Eu não descobri o karatê, o karatê me descobriu. Eu era aluna do ensino médio e sempre gostei muito de esporte. Após sofrer uma lesão, que me deixou seis meses sem andar, o meu professor de inglês, que já era voluntário em várias atividades do karatê, começou a falar sobre essa arte marcial e eu decidi conhecer. No começo, eu não tinha nenhuma pretensão como atleta, não tinha postura de competidora e sempre fui a última da turma”, comentou.
Hoje Dandara é campeã panamericana, bicampeã brasileira e multicampeã estadual.