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POLÍCIA
Da redação
19/10/2016 21:24
Atualizado
13/12/2018 17:36

Caso F. Gomes chega ao sexto ano com apenas um acusado pagando pelo crime

Dos outros cinco denunciados, três aguardam julgamento da sociedade caicoense e dois nem pronunciados forma; Familiares e amigos do jornalista reclamam da falta de interesse do Ministério Público
Nesta terça-feira (18), completam 6 anos do assassinato brutal e covarde do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, popularmente conhecido por F. Gomes (Camisa Preta), em Caicó/RN.

Mesmo tanto tempo depois, apenas um denunciado pelo Ministério Público Estadual está pagando pelo crime. Os outros ainda aguardam decisão da Justiça, sendo que três para ir a júri popular e dois se quer foram pronunciados.

F. Gomes foi executado a tiros na calçada de casa, aos 46 anos, no dia 18 de outubro de 2010, em Caicó. O único acusado que está cumprindo pena é João Francisco dos Santos, o Dão, em Alcaçuz. O jornalista deixou muitor, três filhos e muitos amigos em toda região.

Dão foi preso em flagrante e apontou o esquema para mantar o jornalista, envolvendo diretamente um pastor, um advogado e um comerciante.

São eles:
Gilson Neudo Soares do Amaral, o pastor
Rivaldo Dantas de Farias, o advogado
Lailson Lopes, o comerciante Gordo da Rodoviária

No caso de Dão, o Tribunal do Júri Popular o condenou a 27 anos de prisão. Quanto aos demais, existe um intenso protelamento para não levar o caso a Júri Popular.

Inclusive a família e amigos do jornalista F. Gomes, em Caicó, estão revoltados com o promotor de Justiça Geraldo Rugindo de Araújo Junior.

O representante do Ministério Público não estaria demonstrando mais interesse em atuar no caso de F. Gomes, inclusive outros promotores estão sendo convocados para atuarem.

Inclusive o julgamento do outro acusado, Lailson Lopes, o Gordo da Rodoviária, que está agendado para o próximo dia 26 será novamente adiado e com sinal positivo do MP.

Quanto ao advogado Rivaldo Dantas e o ex pastor Gilson Neudo, não existe nem previsão de quando vão sentar no banco dos réus para responder pelo crime.

No início, quando da conclusão da investigação, a polícia apontou um grupo maior que teria participado direto e indiretamente para matar o jornalista F. Gomes.

Veja como relato do portal G1
Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. Ele foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao Hospital Regional de Caicó, mas F. Gomes não resistiu aos ferimentos.

Segundo inquérito, concluído pela delegada Sheila Freitas, a execução do radialista foi encomendada por R$ 10 mil. Contudo, R$ 8 mil foram pagos. “Três mil foram pagos pelo pastor para que Dão pudesse fugir”, disse ela, revelando que o dinheiro pertencia à igreja onde o ex-pastor Gilson Neudo pregava. O restante teria sido pago pelo tenente-coronel Moreira, "que juntou o dinheiro após vender um triciclo", acrescentou Sheila. O dinheiro foi rastreado com a quebra do sigilo telefônico e bancário dos investigados.

Além de ser apontado como o principal financiador do crime, o tenente-coronel Moreira também teria razões suficientes para querer se vingar de F. Gomes. O promotor Geraldo Rufino considera que as denúncias feitas com frequência pelo radialista levaram ao afastamento do oficial quando este dirigiu, em meados de 2010, a Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão. As denúncias, enfocando desmandos e atos do militar à frente da unidade, foram tão graves que levaram o Ministério Público a instaurar uma investigação contra Moreira.

Outro acusado que teve participação decisiva na articulação do crime, ainda segundo a delegada, foi o advogado Rivaldo Dantas, considerado o principal elo de ligação entre os envolvidos. “O advogado foi o elo entre o Gordo da Rodoviária, o pastor e o mototaxista Dão, além de também ter forte amizade com o tenente-coronel Moreira. A partir daí, eles resolveram matar F. Gomes”, afirmou.

Ainda de acordo com Sheila, foi também pela forte influência e domínio que Rivaldo tinha sobre Dão que o mototaxista foi contratado para executar o serviço. “Dão é um sociopata. Para ele, matar é a coisa mais comum do mundo. Ele viu a mãe se morta pelo padrasto quando criança. Daí essa frieza dele”, emendou a delegada.

A explicação para o coronel e o PM não estarem na lista aguardando julgamento é que as provas no processo contra os dois eram fracas e por esta razão o juiz do caso não teria pronunciados os dois para julgamento. Este fato já teria sido motivo para os familiares e amigos do jornalista se indignar com o Poder Judiciário como um todo. “São seis anos de sofrimento, de saudade, de injustiça”, revela o radialista Sidnei Silva.
 

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