06 MAI 2024 | ATUALIZADO 12:05
ESTADO
Da redação
26/10/2016 14:35
Atualizado
13/12/2018 11:52

Servidores e estudantes da UERN planejam ações para pressionar Governo do Estado

Professores, terceirizados e universitários da Universidade Estadual se reuniram nesta quarta-feira, 26, em Mossoró. Terceirizados estão em greve por atraso de salários.
Bruno Martins/MH
Professores, estudantes e servidores terceirizados da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) se reuniram na tarde desta quarta-feira, 26, para discutir medidas para pressionar o Governo do Estado em relação ao pagamento de salários dos servidores e condições estruturais da universidade. 

Em entrevista ao MOSSORÓ HOJE, o presidente da Aduern (Associação de Docentes da UERN), Lemuel Rodrigues, destacou que uma greve específica dos professores está descartada no momento porque a Associação está seguindo um cronograma estadual de mobilização. No entanto, os professores devem aderir à greve geral dos servidores, agendada para o dia 11 de novembro.

Desde esta terça, 25, as aulas estão suspensas na UERN por conta da greve, por tempo indeterminado, deflagrada pelos vigilantes e servidores da limpeza. Segundo a categoria, o Estado está há seis meses sem fazer o repasse às empresas, e estas, por sua vez, não conseguem mais manter o pagamento em dia.

De acordo com Lemuel Rodrigues, a falta de vigilância e limpeza na universidade mostra que a crise na UERN chegou a um ponto insustentável. 

“Quando você chega ao ponto de vigilantes, que é quem garante a segurança patrimonial, e os colegas da limpeza, pararem suas atividades por conta de falta de salário, é quando se chega ao nível mais baixo da degradação do trabalhador”, disparou o presidente. 

O professor conta que diante da paralisação dos terceirizados, a Aduern se sensibilizou com a situação e está apoiando a greve da categoria. “São trabalhadores iguais a gente, não há diferença entre o professor trabalhador e os terceirizados trabalhadores”, frisou.

Durante a reunião realizada nesta quarta, vários professores se posicionaram e expuseram suas opiniões. Entre eles, o professor do Departamento de Comunicação, Ricardo Silveira. 

“É preciso retomar a cobrança ao reitor da universidade sobre um posicionamento dele. Ele precisa se posicionar politicamente”, destacou o professor em sua fala. 

Ricardo citou ainda que é preciso uma união entre as classes professores/estudantes e terceirizados para que haja alguma mudança. “É preciso sair desse discurso de ‘ah, meu semestre’, é muito mais do que isso. Eu lembro quando estudantes de Publicidade deflagraram uma greve de 13 dias. Aquilo mudou a universidade”, relembrou. 

O estudante de Filosofia, Lucas Sulivan, concorda com professor no que diz respeito à unificação de classes. Segundo ele, só com a união de professores, estudantes e terceirizados que haverá, de fato, alguma mudança na situação. 



“Se faz necessária essa unificação de ações, independente de quem seja. O foco deve ser a universidade”, destacou o aluno que também é membro do Centro Africano de Resistência Brasileira. 

Jamessom Muller, que também estuda Filosofia na UERN, apoia a greve estudantil e dos professores. “Só assim haverá alguma mudança”, frisa. 

Ele conta que sofre diariamente com as condições precárias da universidade. A falta de internet para os alunos e o restaurante universitário fechado durante à noite são alguns dos problemas relatados.

“Isso só mostra a precarização da universidade. Como um estudante chega na sala e não tem sequer Wifi para fazer pesquisas? O RU, por exemplo, é fechado à noite. Esquecem que o estudante da noite também precisa comer”, detalhou. 

Nesta terça-feira, 25, o reitor da universidade, Pedro Fernandes Ribeiro, publicou em seu perfil no Facebook posiocionamento sobre a reunião que teve com os terceirizados. Ele reafirma o respeito e empenho para resolver a questão do repasse e consequente pagamento dos salários. 

“Depois de 3 anos de reitoria, nunca fiz uma indicação pessoal para ser contratado. Também tivemos reuniões do CONSUNI, Conseho Diretor e com o fórum dos diretores. Continuamos nesse trabalho contínuo e que sirva de exemplo para que os oportunistas pensem mais nas pessoas e não em interesses particulares. Deixem a campanha para reitor no seu tempo, vamos zelar pela nossa UERN”, frisou. 

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