Um dos 14 presos que fugiram da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), ao ser recapturado, disse que cada preso pagou R$ 3 mil o guariteiro de plantão (um PM) para fugir.
O nome do preso não foi revelado pelas autoridades. Ele recapturado logo após a fuga na madrugada deste sábado, dia 7, e levado à Delegacia de Plantão, na zona sul de Natal.
O depoimento foi ao delegado Pedro Paulo Falcão. O preso contou que abriram um túnel, mas precisavam da “vista grossa” do PM que estava de plantão na madrugada de sábado.
O fugitivo recapturado e que abriu o “jogo” saiu do PEP na direção do bairro Guarapes, em Natal. Ele é condenado a 21 anos de prisão por ter matado um cidadão para roubar.
Ao tentar tomar uma moto para fugir, os moradores do bairro Guarapes o pegaram e o espancaram até a polícia chegar e levá-lo à Delegacia de Plantão da Polícia Civil.
Ao delegado Pedro Paulo Falcão, o preso (que está recolhido num local reservado e está com o nome preservado) revelou que esta não é a primeira vez que participa de fuga “comprada”.
A primeira fuga foi do Centro de Detenção Provisória (CDP) Potengi, na Zona Norte de Natal. O preso falou que pagou R$ 3 mil a um agente penitenciário para conseguir fugir.
Segundo a Sejuc, o agente já foi afastado e dever demitido. O detento foi recapturado cerca de 30 dias depois, sendo levado para a PEP, de onde fugiu na madrugada de sábado, 7.
No relato do preso, tornado público pelo G1 (veja abaixo), cada fugitivo teve que desembolsar R$ 3 mil para o PM que estava na guarita do PEP. Ele calcula que tenham arrecado R$ 30 mil.
Reprodução do G1
O juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, corregedor do Sistema Prisional do RN, teve acesso ao depoimento e falou que parte do dinheiro foi depositado na conta guariteiro.
Os pagamentos fracionados foram feitos pelas mulheres dos presos. “Aguardemos os desdobramentos”, diz o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos.
Sistema prisional do RN está em colapso
O sistema prisional do RN entrou em colapso no início de 2015 e se estende até os dias atuais, com dezenas de fugas e mortes dentro e fora dos presídios. A tensão esta semana aumentou com o massacre de Manaus.
O secretário Estadual de Interncional e Justiça, Sejuc, Walber Virgulino, reconhece que o quadro é crítico e que o Estado está
atento e alerta para qualquer eventualidade dentro do sistema prisional, que tem aproximadamente 8 mil presos.