25 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:39
MOSSORÓ
Da redação
13/01/2017 17:07
Atualizado
13/12/2018 02:56

Secretário explica porque crise hídrica ainda não afeta abastecimento em Mossoró

De acordo com Mairton França, titular da SEMARH, a adutora Jerônimo Rosado capta água do porão da barragem Armando Ribeiro, por isso ainda não há maiores preocupações.
Reprodução/Facebook
O Rio Grande do Norte vive a maior seca de sua história. Os reflexos da estiagem prolongada podem ser facilmente constatados no volume de água dos reservatórios que abastecem os municípios potiguares: a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, por exemplo, está com apenas 15% de sua capacidade total de armazenamento, o nível mais baixo desde a sua inauguração.

Diante da falta de chuvas dos últimos cinco anos anos (2017 começa com a expectativa de um quadro menos desolador), mais de 40% dos reservatórios do RN estão secos ou em volume morto (reserva técnica de água que fica abaixo do nível das comportas), fazendo com que o abastecimento seja prejudicado, e até mesmo suspenso, em diversos municípios do Estado. Nesse contexto, por que Mossoró ainda não sofre os efeitos da crise hídrica?

A resposta vem do secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Mairton França: “Aqui para Mossoró não temos muitas preocupações, porque a adutora Jerônimo Rosado capta água quase que no porão da Barragem Armando Ribeiro, então a não ser que entre em volume morto, quando mesmo assim ela ainda terá 240 milhões de m³ de água, que é a metade de toda a barragem Santa Cruz/Apodi, o abastecimento não será prejudicado”, explica.

Além do volume de água da Armando Ribeiro ainda ser suficiente para manter o fornecimento regular em Mossoró, a cidade possui também outra vantagem: os poços profundos, que hoje são responsáveis por abastecer cerca de 30% do município. Mairton relata que esses poços também poderão ser afetados pela crise hídrica, mas a longo prazo.

“Os poços profundos são afetados com falta de chuva de longo prazo, como essa é a maior seca que estamos registrando na história do RN, essa água hoje é de recarga muito antiga, então essa seca atual pode prejudicar para o futuro, porque não havendo a recarga, ou havendo uma exploração mais do que o normal no arenito, principalmente nas suas bordas, é que a gente teria um impacto negativo”, pontua.

Mesmo em uma situação considerada ainda de segurança, alguns poços começaram a apresentar redução em suas vazões, fazendo com que a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) promovesse um processo de limpeza nesses equipamentos, garantindo assim a normalidade do seu funcionamento. “Vários poços já passaram por esse processo de limpeza pela Caern, exatamente para dar segurança ao abastecimento na cidade”, acrescenta o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
 
Demais cidades

Em outros municípios do RN, a situação é diferente. Mairton França relembra, por exemplo, que em 2015, sete cidades abastecidas pela Adutora do Sertão Central Cabugi ficaram sem abastecimento durante pouco mais de mês, sendo necessário a Caern implantar uma bomba na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves para recuperar a captação de água.

“Recentemente, a Adutora de Serra de Santana também parou, prejudicando sete municípios. A Adutora do Médio Oeste também já chegou a parar. A Caern tem feito extensões para tentar continuar captando águas da barragem para essas adutoras. A medida que vai passando o tempo sem chuva, a água vai recuando, chegando mais perto do porão”, relata o secretário.

Sobre a Adutora do Alto Oeste, que está entrando em funcionamento gradativamente, abastecendo, quando estiver plenamente em execução, 26 municípios da região, Mairton França explica que a Barragem de Santa Cruz, de onde a água é captada, está com capacidade de armazenamento que deve durar até 2019, o que dá segurança ao Governo.
 
A seca do RN em números

153 municípios em situação de emergência
20 com abastecimento suspenso
73 em sistema de rodízio
Mais de 40% dos reservatórios secos ou em volume morto
 

Notas

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