29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
17/01/2017 13:28
Atualizado
13/12/2018 11:13

Compradores denunciam atraso de quase 4 anos na entrega do Residencial West Paradise

Construído pela empresa Paiva Gomes e financiado pela Caixa, empreendimento deveria ter sido entregue em 2013, mas todos os prazos vêm sendo descumpridos
Cedida
Cerca de um ano após o programa Minha Casa Minha Vida ter sido lançado oficialmente pelo Governo Federal, Mossoró começava a ganhar os seus primeiros empreendimentos com financiamento diferenciado pela Caixa Econômica, entre eles o Residencial West Paradise, com localização próxima à base da Petrobras.

O projeto foi apresentado aos mossoroenses em 2010 e rapidamente teve sua primeira etapa, composta por 260 apartamentos, 100% vendida. O sonho da casa própria tinha início para essas famílias que depositavam na construtora Paiva Gomes a esperança de, em no máximo 25 meses, receberem as chaves do novo lar.



Passados praticamente quatro anos do prazo final para entrega dos imóveis, o sonho se transformou em um verdadeiro pesadelo para essas famílias. Os apartamentos ainda não foram entregues e, desde 2013, todos os prazos apresentados pela construtora e pela Caixa Econômica vêm sendo descumpridos. O relato foi feito ao MOSSORÓ HOJE pela professora Kaliane Paiva, representante dos compradores do West Paradise.

“No meu caso, a entrega deveria ter acontecido em 27 de julho de 2013, pois assinei o contrato com a Caixa em junho de 2011. A primeira carta que recebi para vistoriar o apartamento, etapa final antes da entrega do imóvel, foi em abril de 2014, mas a obra não tinha terminado”, explica Kaliane.

Em setembro de 2014, mais uma vez a construtora convidou os futuros moradores para vistoriarem os apartamentos e, consequentemente, receberem as chaves do residencial. “Houve ainda uma terceira vistoria, entre março e abril de 2015. Todos os prazos foram descumpridos. Ainda paguei os juros da obra até junho de 2015, depois disso conseguimos, eu e outros compradores, a suspensão dessa cobrança”, acrescenta a professora.

Ainda segundo Kaliane, a Caixa Econômica chegou a garantir a entrega dos apartamentos, promoveu reuniões com os compradores, mas pouca coisa avançou depois disso. “Chegamos a relatar o caso à Ouvidoria do Banco Central e iniciamos contatos com a Superintendência da Caixa, que nos ajudou muito, mas a cada mudança de superintendente, voltávamos à estaca zero”, lamenta, acrescentando que até o Ministério Público já foi acionado.

Parte interna dos apartamentos está pronta. Moradores temem degradação com o tempo

A professora conta em que 2014 a Paiva Gomes abandonou a obra por aproximadamente seis meses. Em janeiro de 2015, poucos trabalhadores eram encontrados no local. A construção seguia em ritmo lento, voltando a parar em 2016. “Desde novembro do ano passado que está parada mais uma vez, isso faltando apenas 4% para terminar. Nossa preocupação é com o estado dos apartamentos, que daqui a pouco vão começar a se deteriorar com a ação do tempo”, destaca.

Uma das soluções encontradas pelo grupo de moradores foi acionar a seguradora da obra para que uma nova construtora assumisse o andamento dos serviços. “Fizemos essa solicitação em abril de 2016, mas o problema é que para uma nova construtora assumir a obra é preciso que a Paiva Gomes formalize sua desistência, o que não foi feito até agora”, pontua Kaliane Paiva.

Os futuros moradores então protocolaram na própria Caixa o pedido para que o banco determine a retirada da Paiva Gomes do canteiro de obras. “A impressão que passa é que a Caixa não quer resolver. Falam que os trâmites estão andando, mas não vemos isso na prática. Por que o banco não fiscalizou o serviço?”, questiona Kaliane.
 
Posicionamentos

A equipe do portal MOSSORÓ HOJE entrou em contato com a sede da Paiva Gomes, em Natal, solicitando uma entrevista com um dos sócios da empresa, o senhor Ricardo Paiva. A atendente informou que o empresário não estava no local e, informada sobre o teor da reportagem, sugeriu que o entrevistado fosse o gerente comercial da construtora, identificado apenas como Kléber. Ele não atendeu aos telefonemas do portal.

Documentos apresentados pela representante do grupo de compradores do West Paradise mostram que, em 15 de setembro de 2016, o empresário Ricardo Paiva encaminhou ofício relatando o andamento da obra e informando um novo prazo para entrega, dessa vez para 15 de dezembro, o que não ocorreu. Confira:


 
 
Já a Caixa Econômica Federal, por meio de sua assessoria, informou que estava levantando as informações sobre o assunto. O posicionamento do banco foi solicitado pela reportagem na tarde desta segunda-feira, 16. A assessoria garantiu que até as 16h desta terça, 17, a resposta seria enviada, o que ainda não ocorreu. O espaço está aberto para o posicionamento da instituição financeira e da construtora Paiva Gomes.
 
 

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