28 MAR 2024 | ATUALIZADO 09:07
POLÍCIA
Da redação
18/01/2017 11:25
Atualizado
14/12/2018 00:45

Tensão em Alcaçuz: Estado prepara transferência a qualquer momento de pelo menos 200 presos

Secretário de Justiça Walber Virgolino, não mencionou com certeza se existem 1.150, 1.500 ou 1.600 presos na unidade; para ele, as informações precisam de confirmação
A Polícia Militar conseguiu segurar na noite desta terça-feira, 17, os 400 presos filiados a facção Sindicato do RN numa ala e os outros 600 presos do PCC em outra, dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz, que está totalmente destruído por dentro.

Para iniciar o processo para controlar o motim dentro de Alcaçuz e evitar novos confrontos, o Governo prepara transferência de pelo menos 200 presos de Alcaçuz para outras unidades prisionais do RN, gerando tesão também nos outros presídios do Estado.

Na prática, são de 1.150 a 1.600 presos soltos dentro de Alcaçuz. O secretário da Secretaria de Interior e Justiça, Walber Virgulino, não sabe o número exato. Estes presos estão armados com pedações de pau, arma de fogo, pedra, pedaços de ferro, estiletes, e etc.

Na manhã desta quarta-feira, 18, policiais do Bope foram chamados para dentro de Alcaçuz. A Secretaria de Segurança ou o comando da Polícia Militar não informou o objetivo dos policiais do Bope em Alcaçuz. Entretanto, o Estado já deixou claro que a meta é pacificar o quadro.

No início da tarde de terça-feira, os presos estavam se preparando para se confrontar novamente e a Policia Militar nas guaritas usando balas de borracha e bombas de efeito moral para afastar os grupos de centenas de presos do outro.

O próprio policial gravando o vídeo declarou que a situação era insustentável e que poderia ocorrer um novo confronto sangrento a qualquer momento. Temia inclusive que isto viesse acontecer durante a noite desta terça-feira, 17, o que terminou não ocorrendo.

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No início do confronto sábado, 14, que resultou com 26 mortos (número do governo), a SEJUC informou que Alcaçuz tinha cerca de 1.150 presos. Já na tarde desta terça-feira, 17, Walber Virgulino falou em algo em torno de 1.600 e depois em 1.500 presos. Não se sabe ao certo.

O secretário também destacou que as fichas dos presos foram destruídas. Veja vídeo abaixo:



A situação de caos em Alcaçuz, que fica no município de Nísia Floresta, vem de março de 2015, quando ocorreu rebelião em 28 das 32 unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Naquela época, os presos destruíram as grades das celas e ficaram soltos dentro dos pavilhões.

Na prática, o Governo do Estado perdeu o controle de presos dentro de Alcaçuz, segundo detalha o juiz de execuções penais Henrique Baltazar Vilar dos Santos. Foram inúmeros assassinatos e fugas incontáveis no período destes quase dois anos. 

O confronto entre as facções nasceu em Caraúbas, quando presos do PCC mataram, com requintes de crueldade quatro presos que seriam filiados ao Sindicato do RN. Outros quatro presos, nesta mesma ocasião foram brutalmente espancados.

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Desde então começou as mortes de presos dentro e também foram dos presídios do Estado. Ocorreram casos de Pau dos Ferros (considerado muito tranquilo) a Alcaçuz (considerado o maior foco de assassinatos de presos na guerra de facções. 

O Governo decidiu dividir os presos nos presídios por facção, o que segundo o juiz Henrique Baltazar, terminou por fortalecer ainda mais as organizações criminosas.

Em Alcaçuz, o PCC ficou nos pavilhões V e III. Já os presos do Sindicato do RN foram acomodados nos pavilhões IV e I. O pavilhão 2 estava sendo ocupado por presos que não tem filiação com as facções.

Com a destruição das estruturas internas, as forças de segurança ainda não conseguiram fazer uma contagem de presos, para descobrir quem fugiu, se fugiu, ou se está morto. As fichas de identificação dos presos foram destruídas. Dos 26 que o Estado diz que foram assassinados em Alcaçuz, o Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) conseguiu identificar 8. 

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O secretário Walber Virgulino, também na tarde desta terça-feira, 17, em entrevista Coletiva na sede do Governo do Estado, em Natal, declarou que vai convocar emergencialmente 700 agentes penitenciários e adotar uma série de outras medidas para solucionar o caos.

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Neste atual momento, o clima continua tenso dentro da Penitenciária de Alcaçuz. Os presos continuam separados por barricadas construídas por eles mesmo. Não se tem conhecimento como estão fazendo para se alimentarem e beber água.

Fora do presídio, centenas de familiares de presos gritando por informações aos policiais que entram e saem do presídio. A todo momento procuram jornalistas e fotojornalistas pedindo por informações. As forças de seguranças iluminaram os arredores do mundo de Alcaçuz e estão tentando evitar fugas em massa de crimes.

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