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MOSSORÓ
Da redação
19/01/2017 09:18
Atualizado
14/12/2018 04:39

Juiz Herval se emociona com as histórias das mães de bebês salvos na Maternidade Almeida Castro

"Vou ser pai novamente", diz o juiz José Herval Sampaio Júnior, que em função disto foi conhecer pessoalmente as instalações da UTI neonatal do Hospital Maternidade Almeida Castro
O juiz José Herval Sampaio Júnior visitou o Hospital Maternidade Almeida Castro, e parabenizou emocionado os juízes, promotores e interventores pelos avanços significativos na unidade. "Isto me dá tranquilidade como pai de um futuro mossoroense", diz Sampaio, que aguarda o nascimento do seu segundo filho, previsto para maio deste ano de 2017.
 
"Como todos sabem vou ser pai e na primeira vez resolvi ter minha filha em Fortaleza, mas agora resolvi ter em Mossoró, daí acaso haja algum imprevisto, fui ver as condições do Hospital Maternidade Almeida Castro que se encontra sob intervenção das três Justiças e me emocionei muito ao ver o relevante trabalho dos interventores", destacou Herval, que também tratou do assunto em vídeo.



O juiz Herval Sampaio visitou as instalações da Maternidade Almeida Castro acompanhado do interventor Benedito Viana, que lhe explicou, em detalhes, como funciona a recuperação e a ampliação da estrutura materno infantil, bem como a origem dos recursos para manter, recuperar a ampliar a estrutura. "É importante que a sociedade conheça o belíssimo trabalho que está sendo feito aqui em função de uma decisão judicial", afirmou o magistrado.

Os juízes responsáveis pela intervenção são (foto abaixo): Magnos Kleiber Maia (trabalho) e Andressa Luara Holanda Rosado Fernandes (Estadual), Orlan Donato Rocha (Justiça federal). Promotores são Afonso de Paula Pinheiro Rocha (Trabalho), Wilkierson Vieira Barbosa da Silva (Estadual) e Emanoel de Melo Ferreira (Federal). Interventores: Bendito Viana de Lira, Maria Ivanise Feitosa de Vasconcelos e Larizza de Sousa Queiroz Lopes.


O decreto de intervenção na Justiça Federal começou no dia 27 de setembro de 2014. Neste intervalo ocorreram várias audiências, tendo sido constada a necessidade de um esfera da Justiça agir em comum acordo com a outra. Daí nasceu a ideia de realizar a Audiência de Cooperação Judicial, a primeira do país, que se realizou no dia 28 de setembro, com a representação de todos os personagens da intervenção.

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Na UTI neonatal, o interventor Benedito Viana mostrou ao juiz Herval Sampaio a estrutura, totalmente nova, inclusive os equipamentos, equipe de servidores e explicou que o ambiente tem espaço para 20 leitos, destes, 16 estão com bebês internados. Herval se emocionou ao ver bebês que nasceram com 900 gramas e até menos, com amplas chances de ganhar peso e crescer com saúde.

"Só em 2016 foram internados na UTI neo 207 bebês e nossa espectativa para 2017 é quase que duplicar este número, pois o nosso espaço dobrou há dois meses e a demanda é muito grande depois que o Hospital da Mulher parou de funcionar no dia 7 de setembro de 2016", explica o interventor Benedito Viana, mostrando as instalações ao magistrados.
 
"Simplesmente incrível, maravilhoso", destaca José Herval.

 
Na UTI adulto, que tem 8 leitos, Benedito Viana explicou ao magistrado que dois leitos desta unidade ficam reservados para os atendimentos maternos da maternidade e os outros leitos são destinados para os pacientes do Hospital Regional Tarcísio Maia. que estão precisando. "Esta UTI foi feita com recursos do SUS e parceria com a Prefeitura", pontuou Benedito Viana.

Esta unidade internou 379 pacientes em 2016.
 
Já na Unidade de UTI Neonatal Intermediária, que tem 12 leitos, o juiz observou os cuidados dedicados pelas enfermeiras e médicos aos bebês, que são feitos na companha das mães. Nesta unidade, foram admitidos 352 bebês.

Já no ala de 18 leitos onde funciona a unidade Canguru observou que o pai também acompanha. A mãe fica com o filho entre os seios, ganhando o peso ideal para ir para casa. Neste caso, foram internados 495 bebês.
 
Na Casa da Mãe Curuja Edilene Torquato, inaugurada semana passada pelos interventores para acomodar as mães que são de outras regiões e não têm onde ficar em Mossoró enquanto acompanham a rotina diária do filho na UTI, José Herval Sampaio Júnior conversou com as mães e novamente ficou emocionado. "São pessoas humildes que relataram estarem recebendo um tratamento digno, de respeito e carinho", disse o juiz.
 
A intervenção judicial na Maternidade Almeida Castrou começou no dia 27 de setembro de 2014. Na época, a unidade estava fechada e hoje está com 190 leitos, sendo que 20 de UTI neonatal (17 ativos), 12 de UTI neonatal intermediária, 18 leitos de Canguru, tem ainda outros 20 de apoio as mães, 8 leitos de UTI adulto, e os leitos normais de maternidade.

 
José Herval conversou com os interventores Ivanise Feitosa, Benedito Viana e Larizza Queiroz (coordenadora).

Larizza explicou que os recursos que permitem o funcionamento, recuperação e ampliação da maternidade são do Sistema Único de Saúde, que vêm conforme o trabalho realizado na maternidade, e valores que o juiz interventor Orlan Donato, da 8ª Vara Federal, determinou que o Estado a e Prefeitura repassassem por ser dever destas instituições. Prefeitura e Estado também cedem servidores para trabalhar na maternidade.

O Hospital Maternidade Almeida Castro atualmente faz média de 420 partos/mês. Antes de setembro de 2016, média era 380/mês. É referência para partos de baixo, médio e alto risco para uma população de 1 milhão de habitantes. Em 2016 realizou 4.491 partos, sendo que 3.098 cesáreos e 1.348 normais. "Estamos trabalhando para reverter este quadro, ou seja, fazer mais partos normais do que cirúrgicos", diz a gestora.

Outro dado interessante é que nasceram 2.215 bebes de Mossoró e 2.231 de outras cidades, inclusive muitos do Ceará. Do total de quase 5 mil bebês que nasceram na Almeida Castro em 2016, 501 nasceram prematuros e precisaram dos serviços neonatal para restabelcer, fortacecer, ganhar peso e irem para casa com suas mães. Nasceram também 410 bebes com baixo peso, que também precisaram de atenção especial.


O dado que a coordenadora da intervenção observa é que dos 911 bebês que nasceram prematuros e com baixo peso, algo em torno de 35% (cerca de 390 bebês) só tiveram chances de viver graças as instalações de UTI neonatal, Berçário e Canguru. Muitos dos bebês, mesmo depois que vão para suas casas, retornam várias outras vezes para serem acompanhados pelos médicos da maternidade, até completar no mínimo um ano.

Os interventores inauguraram a casa da Mãe Curuja Edilene Torquato semana passada e atualmente está reformando e ampliando a estrutura do Centro Obstétrico. Deve inaugurar ambém junto com o novo Centro Obstétrico, quatro quartos PPP - Pré-parto, Parto e Pós parto, que tem sido a grande novidade no setor de obstetrícia no Brasil nos últimos anos. É recomendado pelo Ministério da Saúde.
 
"Ganhei meu dia, me emocionando e meu choro foi de alegria por ver que nosso dinheiro pode ser bem usado e que temos dinheiro para tudo, bastando gestão", conclui o juiz José Herval Sampaio Júnior após visita as instalações da Maternidade Almeida Castro e conversa com os interventores sobre o trabalho que é feito. Para ele, o trabalho precisa servir de modelo de gestão para outras unidades de saúde que estão em crise.
 
"Vou parabenizar os juízes desta intervenção", acrescenta o diretor do Fórum Municipal Silveira Martins em vídeo gravado após a visita.


 

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