O tenente-coronel Alvibá Gomes, ex-secretário municipal de Segurança Pública e atual comandante do Policiamento Regional I, afirmou ao MOSSORÓ HOJE que a atuação dos Guardas Civis da cidade não deve voltar a ser apenas patrimonial. Segundo ele, a própria legislação autoriza esses agentes a atuarem de forma integrada com a Polícia Militar na garantia da segurança da população.
“Não é aceitável hoje ver a Guarda voltar a ser apenas patrimonial, dentro de prédios públicos, porque ela é um reforço, estimulada institucionalmente pelo Governo Federal por meio da Lei 13.022/2014, para que ela faça esse trabalho de auxílio às forças de segurança. Inclusive já projeto em andamento para que a Guarda passe a ser Polícia Municipal”, destacou.
Ainda segundo Alvibá Gomes, durante sua gestão à frente da Secretaria, a Lei Federal foi aplicada. “O estatuto oferece condições parecidas com as ações de segurança da Polícia Militar, onde o guarda pode atuar de forma conjunta e ostensiva na defesa do cidadão, que é o maior patrimônio do Município. Pegamos o estatuto e aplicamos. A Guarda passou a atuar em parceria com a PM, em operações integradas, não foi mais ostensiva porque não estava armada, mas iniciamos esse processo, seguindo todos os parâmetros exigidos”, pontuou.
O ex-secretário ressalta que seu ponto de vista não é uma crítica à atual gestão da Segurança Pública municipal. “É a minha análise, do ponto de vista técnico, não sou político. A população tem quer ser consultada. Cada um tem a sua visão, a sua forma de gerenciar”, enfatizou.
BICs
Sobre o fechamento das Bases Integradas Cidadãs (BICs), anunciado pelo secretário Eliéser Girão, o tenente-coronel Alvibá Gomes afirma que é precipitado extinguir o projeto, ampliado durante sua passagem pela Prefeitura Municipal de Mossoró.
“É precipitado deixar de dar continuidade a um projeto por questões políticas. Acho que devem ser analisados os dados, os resultados dessas áreas. Quem melhor responde sobre o trabalho das BICs é a população de cada bairro onde a Base foi implantada”, relata.
Alvibá relembra que nos bairros onde as BICs foram instaladas o índice de criminalidade caiu significativamente. “Vá na Praça do Vingt Rosado e pergunte qual a importância da abertura de uma Base Integrada Cidadã, onde tínhamos viaturas da PM e diárias pagas pelo Município, com um guarda na BIC dando apoio”, reforça, acrescentando:
“Com as BICs, tínhamos o dobro de PMs na rua; é tanto que hoje, nessas, os crimes contra o patrimônio aumentaram em quase 70%. A ação de presença, através do patrulhamento das viaturas, por meio das BICs, oferecia essa segurança à população. Não tem mais PMs, nem guardas. Em 2016, mais de 60 armas foram apreendidas graças ao trabalho das BICs. Todos os meses eu apresentava os dados e resultados”.
O comandante enfatiza que esses resultados devem ser analisados. “Será que foram colocadas muitas BICs e não atenderam a demanda necessária nos setores? Devemos trabalhar com um número menor? São fatores que devem ser analisados, é preciso primeiro estudar os resultados. A preocupação nossa hoje é se a perca desse policiamento não vai trazer transtornos, não só para a população, mas para o patrimônio público, como o Memorial, que estava sendo depredado antes da BIC”, conclui.