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ESTADO
Da redação
21/02/2017 12:05
Atualizado
13/12/2018 23:31

Chuvas não serão suficientes para encher grandes reservatórios do Estado, diz Emparn

Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária, as chuvas no Rio Grande do Norte ficarão próximas do normal; sendo que o volume mais intenso deve ser nas regiões Alto Oeste e Vale do Açu
Cézar Alves/MH
Os metereologistas prevêem chuvas próximas do normal no Rio Grande do Norte, assim como em grande parte do Nordeste, para os próximos meses. A avaliação é resultado da II Reunião de Análise e Previsão Climática para a Região Nordeste do Brasil, realizada essa semana em Natal. 

De acordo com Gilmar Bristot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), a média de chuva para os próximos três meses deve girar em torno de 500 milímetros, o que não será suficiente para encher os grandes reservatórios, mas garante uma boa recarga de água nas pequenas bacias. 

Desde as primeiras chuvas no Estado, pequenos reservatórios, como o de Riacho da Cruz, tomaram bom volume de água. No entanto, a questão está nos grandes reservatórios, como é o caso da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que é a maior do Estado, com 2,4 bilhões de metros cúbicos.

Com as chuvas da última semana, a lâmina de água subiu 2 centímetros, o que é pouco diante do tamanho do reservatório, mas é motivo de alegria para os potiguares, que sofrem consequêcias do quinto ano de seca consecutivo.

O açude Itans, em Caicó, também está praticamente seco e está entre os grandes reservatórios do Estado, com 81.750 milhões de metros cúbicos. 


Bistrot avalia que as regiões do Alto Oeste e Vale do Açu devem receber as chuvas mais intensas, já em áreas como o Seridó, Agreste e Litoral, as precipitações devem ser mais escassas. 

Os meteorologistas utilizaram uma imagem com base no mapa do Nordeste, sinalizando de cor verde a área que terá chuvas, a cor amarela para chuvas abaixo do normal e a cor cinza para definir a área de baixa visibilidade. A previsão é para a quadra chuvosa de março a maio.

A elaboração do documento contou com a participação dos meteorologistas de instituições estaduais, além do INPE/INMET e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Análise  

Com mapas ilustrando o documento final, os meteorologistas apresentaram a análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da superfície do mar, entre outros) e dos resultados de modelos numéricos globais e regionais, assim como de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do Brasil (como a FUNCEME, INMET, CPTEC/INPE) e do exterior, o que acabou indicando o prognóstico climático para o período de março, abril e maio de 2017 na Região Nordeste do Brasil.

Na análise das condições oceânicas e atmosféricas, os meteorologistas concluíram que “no oceano Pacífico equatorial, observou-se uma condição de neutralidade, com algumas pequenas áreas na parte central ainda apresentando anomalias negativas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) alcançando até -1ºC.

O enfraquecimento do Fenômeno La Niña ocorreu de acordo com os resultados dos modelos de previsão de anomalia de TSM, e a condição de neutralidade deverá prevalecer no Oceano Pacifico equatorial nos meses de março, abril e maio”.

Destacaram também que “no Oceano Atlântico, as águas estão mais aquecidas do que o normal em toda a bacia tropical, porém, com aquecimento ligeiramente mais pronunciado em termos de abrangência de áreas aquecidas na bacia norte, de forma que o dipolo do Atlântico apresentou, em janeiro, índice de +0,31, indicativo de uma condição ainda não favorável ao posicionamento da Zona de Convergência Intertropical, (ZCIT), sobre o setor norte do Nordeste”.

Lembraram que “essa condição indica que as áreas mais ao norte da região serão beneficiadas com as chuvas provenientes da atuação da ZCIT, enquanto que as áreas mais ao sul da região serão pouco influenciadas pelas chuvas deste sistema meteorológico.

Em função de algumas variabilidades (cobertura vegetal, proximidade do oceano e efeitos topográficos), os especialistas recomendam o acompanhamento das previsões diárias de tempo, análises e tendências climáticas semanais, divulgadas pelos Núcleos de Meteorologia dos Estados do Nordeste.

No mês de março a reunião dos especialistas acontecerá em Pernambuco, quando será divulgado o prognóstico para a quadra chuvosa de abril a junho, para o Nordeste, evidenciando principalmente a região leste.  

Notas

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