28 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
SAÚDE
Da redação
14/03/2017 15:57
Atualizado
14/12/2018 03:02

Rapper mossoroense faz apresentação em praça pública em Lisboa

Carlos Guerra Júnior, o “Mossoró”, irá se apresentar no próximo sábado (18) no evento cultural “Por Outra Lei de Nacionalidade”
Cedida
Em Portugal, Mossoró não é mais só o nome de uma cidade no interior do Rio Grande do Norte. Um filho dessa terra resolveu utilizar essa alcunha para lançar trabalhos artísticos em Portugal. E no próximo sábado (18), ele e mais dois artistas serão os responsáveis por encerrar o evento cultural “Por Outra Lei de Nacionalidade”, que acontece no Largo São Domingos, em Lisboa.  

Trata-se de um evento em praça pública, em um dos lugares mais movimentados da capital lusitana. Os demais participantes serão Inquérito e Samantha Muleca.

Mossoró é o nome artístico de Carlos Guerra Júnior, um doutorando em Ciências da Comunicação na Universidade de Coimbra. Ele ainda é rapentista e jornalista. Mossoró já realizou alguns eventos de rap em Coimbra, onde mora. Ele também participa da organização de vários projetos culturais, tanto independentes, como pela Secção de Escrita e Leitura da Associação Acadêmica de Coimbra (SESLA).  

Como rapentista, ele já se apresentou publicamente fazendo freestyle em eventos ao lado de nomes como o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, o humorista Gregório Duvivier e os rappers angolanos MCK e Luaty Beirão. Além disso, já concedeu palestras sobre rap como ativismo político e tem participado da produção do Inquérito em Portugal. 

“O convite inicial veio para mim, mas eu entendi que é importante aumentar as forças, pois não se luta sozinho pelas causas sociais. Por isso, convidei o Inquérito e a Samantha Muleca e acabamos sendo convidados para encerrar o evento, que vai contar com cerca de 15 artistas, de vários países. Será um evento muito importante, para se debater sobre os imigrantes aqui em Portugal”, afirmou Mossoró, acrescentando:

“Com a atual lei de nacionalidade, um filho de imigrante só será português se os seus pais morarem há mais de cinco anos em Portugal. Dessa forma, algumas pessoas já nascem indigentes. Considero essa lei excludente e o intuito da organização do evento é agitar o centro da capital do país com esse debate e recolher 4.500 assinaturas, para entregar ao Parlamento”, ressaltou.

Já Renan Inquérito está fazendo um estágio de doutorado na Universidade de Coimbra até julho e aproveitará para fazer diversas atividades acadêmicas e artísticas. O rapper está em terras lusitanas a convite do professor Boaventura de Sousa Santos, com quem escreveu em 2013 o roteiro da ópera Rap Global. Além de rapper, ele é poeta e professor de geografia. Em uma carreira que acumula 18 anos, Inquérito já lançou cinco discos, três livros e dezenas de videoclipes.

Inquérito tem parceria com vários artistas, entre eles estão Emicida, GOG, Arnaldo Antunes e Ellen Oléria. Além disso, ganhou por duas vezes o prestigiado Prêmio Hútuz, que foi um dos mais importantes do rap no Brasil. Em 2006, venceu na categoria melhor música (com a canção Dia dos Pais) e em 2009 ganhou na categoria revelação da década.

Samantha Muleca estuda design industrial no IADE – Creative University, em Lisboa. Além de rapper, ela é grafiteira e skatista e está na produção do seu primeiro disco. Ela é natural do Rio de Janeiro e uma das integrantes do Comando Selva, coletivo que apresenta o hip hop como forma de ativismo. Inquérito e Mossoró entendem que as lutas sociais devem ser sempre estendidas para as causas de todas as minorias. Por isso, Samantha terá papel fundamental para abordar sobre o papel da mulher nessa luta social, através da arte. 

“Samantha representa a mulher brasileira lutando em outro contexto, contra a xenofobia e o machismo. Além de ser uma rapper com grande talento, ela ocupa lugares que ainda se ver poucas mulheres, como o skate, o grafite e o rap. Ela será importante para passar uma mensagem nesse mês de março, que é representativo para a luta das mulheres", concluiu Mossoró, afirmando que está produzindo um novo trabalho artístico, que vai beber de fontes do Nordeste, do rap e também da cultura portuguesa.
 

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