25 ABR 2024 | ATUALIZADO 14:33
POLÍCIA
Da redação
16/03/2017 19:29
Atualizado
13/12/2018 02:40

Em audiência sobre segurança pública, empresário afirma que foi assaltado 25 vezes

Audiência foi convocada por Isabel Montenegro e o diretor do Fórum disse que os ocupantes de cargos eletivos precisam serem constrangidos para fazer o que a sociedade precisa no quesito essencial a vida
Carlos José
Durante a Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Mossoró para debater segurança pública, o empresário Junior Dagente pediu um minuto de silêncio para que as autoridades presentes meditassem para a mãe que perde o filho, para aquele senhor que abriu padaria na periferia e foi assassinado com tiro nas costas e para a filha de 3 meses da jovem que foi assassinada no chacina no "Baile da Favela" sábado, 11, da semana passada.

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O pedido do empresário foi atendido por todos. O discurso dele encaixou perfeitamente na fala dura, mas real, do juiz José Herval Sampaio Junior, diretor do Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, na mesma Audiência Pública, realizada na tarde desta quinta-feira,16, no plenário do Poder Legislativo de Mossoró.
 
A Audiência foi convocada pela presidente da casa, vereadora Isabel Montenegro, e contou com a presença de 20 dos 21 vereadores do município, tendo se ausentado apenas o vereador José Peixeiro. Presentes, o secretário municipal de Segurança Pública e Defesa Social, Elieser Girão, e o sub secretário Estadual de Segurança Pública Florêncio Junior.
 
Também estiveram presentes os deputados estaduais Gustavo Fernandes, da região do Alto Oeste, e Larissa Rosado, de Mossoró. Também convidados e presentes, o comando da Policia Militar na região, Alvibá Gomes, o delegado regional da Policia Civil Denis Carvalho da Ponte e o delegado da Polícia Federal em Mossoró, Mário Sérgio.
 
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mossoró, Canindé Maia, compôs a mesa. Ele criticou a ausência do Ministério Público Estadual, elogiou a união das forças de segurança que existe e disse que o Poder Judiciário poderia ter feito mais.
 
Antes da fala os convidados, a vereadora Isabel Montenegro fez uma exposição do quadro de violência que assusta a região.
 
Citou, entre outros casos, a chacina no Baile da Favela, que deixou cinco jovens mortos a tiros, inclusive de fuzil, espingarda 12 e pistolas.
 
O juiz Herval Sampaio, presidente do Fórum em Mossoró, se mostrou muito preocupado com o quadro de insegurança que assombra a região de Mossoró. Lembrou dos ataques aos carros forte, a delegacias, postos policiais e principalmente arrastões.
 
E, em sua fala, enfatizou, que a população precisa constranger o gestor público para que ele acorde e faça o que a sociedade precisa, como priorizar investimentos em segurança pública, saúde e educação. Disse que quantos carros (apreendidos pela Justiça) o secretário municipal de segurança precisar para desenvolver suas atividades, vai entrega-lo.
 
Canindé Maia, presidente da OAB, Lançou duras críticas ao fato do ex-presidente do Tribunal de Justiça Claudio Santos por este ter ficado com R$ 500 milhões em caixa, enquanto os fóruns do interior, segundo ele, sofrendo com a falta de estrutura e pessoal. "Não sei passar fome com dinheiro no bolso", ironiza o advogado.
 
Canindé Maia cobrou ações do Governo do Estado, do Governo Federal, mas não tocou no nome da gestão municipal. Quem falou no assunto foi o secretário General Eliezer Girão. Ele disse que já tem um plano municipal de segurança pronto, o que foi duramente criticado pela vereadora Isolda Dantas. Segundo ela, o plano foi elaborado sem debates na Câmara.

Foto: Carlos José
 
Já o vereador Petras Vinicius criticou a falta de ação do Poder Público Municipal, que desativou as Bases Integradas, deixou de pagar as diárias para os policiais patrulharem nos dias de folga e devido a isto a violência (assaltos a residências) começaram a aparecer na cidade. Lembrou do sucesso que foi a primeira Base Integrada lançada na Gestão de Claudia Regina.
 
Petras elogiou também o empenho do coronel PM Alvibá Gomes para conseguir seguranças para Mossoró. Se não fosse o trabalho árduo do coronel, criando projetos e implantado, o quadro de violência em Mossoró estaria bem pior. Destacou que além de polícia, para se ter segurança é preciso investir na família, em qualificação, na educação, no social.
 
O subsecretário de segurança do RN, Florênio Junior mostrou números, que segundo ele são reais, que a SESED trabalha com o máximo de clareza. Citou, como prova desta clareza, que os dados sobre Crimes Violentos Letais e Intencionais da SESED apresentados pelo Observatório da Violência haviam sido 42 e que a SESED divulgou 44. Este dado o Florêncio errou. Na verdade, o Obvio divulgou 44. Aliás, 44 nomes e não números.
 
Sobre os assaltos, o empresário Junior Dagente reagiu. Disse que era um número fictício. Disse que foi assaltado 25 vezes e que só tentou registrar Boletim de Ocorrência na primeira vez. Em todas as outras não foi mais, porque, segundo ele, na primeira vez que foi fazer o BO na Delegacia terminou sendo mal atendido, humilhado e constrangido.
 
Acrescentou que assim como ele existe milhares. Mais de 90% daqueles que são assaltados, que perde bens de baixo valor, que não levam documentos pessoais, não vão para Delegacia de Polícia Registrar BO. Finalizou sua fala pedindo um minuto de silêncio para as vítimas de assaltos e a filha de 3 meses da jovem morta na Chacina do Baile da Favela.
 
De forma espontânea, Junior Dagente constrangeu as autoridades, como defendeu o juiz Herval Sampaio Junior, e, ainda, fez todos presentes refletirem sobre as responsabilidades que cada um tem para com a segurança pública.  

O público em geral não compareceu. Este tipo de evento está caindo no descrédito da população.

Foto: Carlos José

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