Os promotores do Ministério Público Federal e Estadual estão fechando o cerco aos reais responsáveis pelos desvios de R$ 34.943.970,95 do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA), no período de gestão da ex-governadora Rosalba Ciarlini (2011 – 2014), que atualmente é prefeita de Mossoró.
Nesta segunda-feira, 27, o G1 divulgou que a delação premiada do ex-diretor do IDEMA, o mossoroense Gutson Johson Giovany Reinaldo Bezerra, assinada no mês de novembro de 2016, entrega, como membro da quadrilha, um senador da república e dois deputados federais. O mesmo conteúdo consta na delação da professora Vilma Rejane Maciel de Sousa.
No caso em questão, não bastou Gutson e Vilma revelarem os nomes dos cabeças do esquema. Eles tiveram que apresentar provas do envolvimento do senador e dos dois deputados (nomes não divulgados) para que o caso fosse levado ao procurador-geral da república, Rodrigo Janot, que, por sua vez, acionou o Supremo Tribunal Federal para decidir aceitar ou não.
Vilma Rejane trabalhava no setor de licenciamento ambiental da Fundação para o Desenvolvimento Sustentável da Terra Potiguar (FUNDEP). O conteúdo das deleções está correndo em segredo de Justiça, porém o G1 teve acesso ao documento. A homologação foi feita pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, no dia 3 de março passado.
As delações são dentro de processos que nasceram a partir da Operação Candeeiro, realizada pelo Ministério Público Estadual e Federal no IDEMA, no mês de setembro de 2015, para investigar os desvios de R$ R$ 34.943.970,95, assim como na Operação Damas de Espadas, para investigar desvios de R$ 5,5 milhões da Assembleia Legislativa do RN.
Damas de Espadas
A Operação Dama de Espadas foi realizada pelo MP 14 dias antes da Operação Candeeiro. Na ocasião, prendeu a mãe de Gutson, a ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa Rita das Mercês Reinaldo. De acordo com os promotores, os dois esquemas fraudulentos, separadamente, eram operados por mãe e filho.
Com o envolvimento direto apontado por um senador da república e dois deputados, que não tiveram seus nomes revelados, os processos agora seguem para o STF, onde serão abertas as devidas diligências para o caso.