19 MAR 2024 | ATUALIZADO 22:55
NACIONAL
Da redação
25/05/2017 10:59
Atualizado
13/12/2018 08:32

PMs que usaram arma de fogo contra manifestantes serão investigados

“A regra é a utilização de armamento não letal e de uso progressivo da força", disse o secretário de Segurança de Brasília, Edval Novaes. Durante protesto, manifestantes incendiaram e depredaram ministérios. 12 foram detidos.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP-DF), Edval de Oliveira Novaes Júnior, informou hoje (25) que os policiais que usaram armas de fogo durante a manifestação de ontem (24) na Esplanada dos Ministérios já foram identificados e que o inquérito policial já foi aberto.

“A regra é a utilização de armamento não letal e de uso progressivo da força. Isso foi uma exceção, não estava previsto [o uso de arma letal], e estamos apurando rigorosamente”, disse o secretário. Ele acrescentou que esses policiais serão responsabilizados.

Segundo Novaes, quase 3 mil policiais militares trabalharam ontem exclusivamente nas manifestações, aproximadamente 25% do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

“Se as manifestações acontecessem de forma pacífica, seria mais que suficiente. Agora, sem dúvida, a quantidade de pessoas que vieram para causar problemas, para chegar aos pontos onde não poderiam e causar danos ao patrimônio, foi superior ao que vinha se observando”, disse o secretário.

De acordo com Novaes, a manifestação de ontem começou de forma pacífica, mas alguns grupos tentaram furar a barreira de policiais para chegar até o Congresso Nacional, e isso foi evitado pela Polícia Militar.

“Existe um protocolo tático integrado e ele foi seguido à risca pelo governo do DF, a PMDF e o Corpo de Bombeiros. Nosso efetivo estava dimensionado e tinha informações que havia pessoas infiltradas que iam causar problemas, como de fato aconteceu.”

Parte dessas pessoas acabaram se espalhando e depredando os ministérios, acrescentou Novaes. “Foi um trabalho de movimentação contínuo de toda a polícia na Esplanada. Tanto que, no fim do dia, a situação foi restabelecida e todos os ministérios estavam liberados.”

A Polícia Civil instaurou 12 procedimentos, e oito pessoas foram conduzidas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE). Três delas foram presas por porte de substância entorpecente para consumo pessoal e por porte de arma branca, duas por resistência e pichação, uma por lesão corporal e resistência e uma por desacato. A Polícia Civil ainda trabalha na identificação e responsabilização de outras pessoas pelos atos de ontem.

“A PMDF já tem 57 anos. Só ano passado, tivemos mais de 150 manifestações, inclusive com um público maior que o de ontem. E, via de regra, nunca tivemos problemas mais graves. A manifestação de ontem reflete um momento complicado de crise política que vive o país – os ânimos estão extremamente exaltados, não só nas ruas, mas dentro do Parlamento. Isso, sem dúvida nenhuma, acaba se refletindo nos ânimos dos manifestantes, e aÍ fica cada vez mais difícil para A polícia atuar”, disse o secretário da SSP-DF.

Novaes foi entrevistado hoje no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília.

O Corpo de Bombeiros registrou 49 ocorrências no protesto desta quarta-feira. Quatro manifestantes receberam atendimento no local e foram liberados. Os demais foram encaminhados ao Hospital de Base (35) e ao Hospital Regional da Asa Norte (10). Entre os motivos para atendimento estavam cortes na mão, ferimento por instrumento de menor potencial ofensivo, corte no pescoço, queda por trauma na coluna, perfuração por arma de fogo e mal-estar.

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, quatro pessoas permanecem internadas no Hospital de Base. A situação dos pacientes é estável e não há previsão de alta.

Cerca de 45 mil pessoas participaram da manifestação na Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (24).

Com informações Agência Brasil

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