29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
SAÚDE
Da redação
26/05/2017 16:36
Atualizado
14/12/2018 00:06

Secretário de Saúde classifica como criminoso criança nos braços dos pais em uma moto

George Antunes disse também que seu governo é o SUS e que quem quiser defender o governo que participe das audiências, pegue o microfone e defenda
Cezar Alves/MH
Ao explicar, durante debate realizado pelo deputado Sousa, na Faculdade de Ciências da Saúde da UERN, os motivos pelos quais o Hospital Regional Tarcísio Maia enfrenta dificuldades de superlotação, o secretário estadual de Saúde, George Antunes, afirmou "que é criminoso permitir um piloto, com uma criança de 3 anos, com uma mãe e um bebê pendurado no braço, transitando dentro da cidade: é criminoso", destacou.

Segue, em vídeo, a fala do secretário George Antunes, enfatizando um dos fatores que lota as dependências do HRTM.
 

Os demais fatores que contribuem para lotar as enfermarias do HRTM são os casos de violência contra a vida, em Mossoró.  As autoridades presentes também destacaram que falta investimento adequado na assistência básica.

O fato de a Prefeitura de Mossoró ter suspendido as cirurgias eletivas e os serviços de ortopedia da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Belo Horizonte contribuiu substancialmente para lotar o HRTM.

Somando tudo, gera o quadro de insuficiência de leitos, inclusive de Unidade de Terapia Intensiva adulto e pediátrico, para atender a população de quase R$ 800 mil habitantes de 64 cidades da região Oeste do Rio Grande do Norte e parte do Ceará também.

Em função da ausência de espaço para atender os pacientes que chegam ao HRTM, começou a gerar uma grande demanda de ações judiciais, movidas por advogados e principalmente pelas defensorias públicas do Estado e da União. "Tivemos que mudar nossa rotina de trabalho devido à grande demanda da saúde em Mossoró", relata o procurador Hélio Cabral.

O volume exagerado de ações de populares implorando por atendimento de saúde à Justiça também foi destacado pela juíza Andressa Luara Fernandes. Segundo ela, o grande volume chama atenção e revela o nível de desespero da população pelos serviços de saúde, principalmente no que se refere à UTI adulto, que não tem leitos suficientes.
 
Sobre a reforma
 
O secretário George Antunes afirmou que assim que concluir o projeto (tem prazo dado pela Justiça até setembro) e a Justiça bloquear os recursos do Estado para ele fazer a obra, recomeça e conclui a reforma e ampliação do HRTM.

Esta obra começou em 2012, num investimento previsto para R$ 4,3 milhões. Entretanto, as obras não foram concluídas. Previa construir uma UTI pediátrica, outra UTI adulto com 10 leitos, assim como uma enfermaria com 36 leitos. Esta enfermaria terminou sendo construída pela Maçonaria, através de doações da população.

O restante da obra está por concluir deste então. O deputado Sousa reclamou que colocou emenda de R$ 1,8 milhão para concluir a obra e o Governo do Estado não o fez, pois, segundo ele, havia entraves burocráticos para serem resolvidos. Entre os entraves, a empresa que começou a obra estaria proibindo qualquer pessoa de entrar na obra abandonada.

Neste caso, George Antunes disse que não tinha do que se preocupar, pois estava, inclusive, pretendendo trazer uma marreta, para, após a audiência, ir ao HRTM e quebrar os cadeados colocados pela empresa. "Isto aí não existe. Estou dependendo somente deste projeto e dos recursos para concluir esta obra até março de 2018, conforme determina a Justiça", frisou.

Justiça obriga o estado a contratar dez leitos de UTI para pacientes do HRTM

Antes concluir a obra, George Antunes confirmou que até o dia 5 de junho vai estar contratado 10 leitos de UTI geral no Hospital Wilson Rosado. Estes leitos serão controlados pela Unidade de Regulação do Hospital Regional Tarcísio Maia.

Neste mesmo hospital, segundo Benjamin Bento, já existem outros 20 leitos de UTI contratados pelo SUS, que neste caso são destinados para atender a demanda regional da especialidade que é regulada para aquele hospital, geralmente de cardiologia.

Destacou ainda que existem mais 8 leitos de UTI no Hospital Maternidade Almeida Castro, com perfil para obstetrícia, e 8 leitos de UTI na Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer, com perfil para pacientes fazendo tratamento contra o câncer. Esta unidade está praticamente parada devido aos recursos que estão retidos no Governo do Estado.
 
Diretor geral enaltece a abrangência do debate sobre o HRTM

Ao final da Audiência Pública, o diretor do Hospital Regional Tarcísio Maia, Jarbas Mariano, que foi muito elogiado por todos durante o evento, destacou que pela primeira vez se conversou sobre os problemas enfrentados no HRTM em sua plenitude.

Espera que com o que foi debatido, perante autoridades do município e do Estado, os problemas sejam resolvidos nos prazos previstos pelas decisões judiciais já publicadas. Reconhece que realmente tem enfrentando dificuldades para manter a estrutura.

Segue vídeo de Jarbas Mariano destacando o evento.
 

Sousa avalia como positiva a audiência pública sobre o HRTM

Já o deputado Sousa disse que durante a Audiência ficou acertado que o Governo do Estado e a Prefeitura vão colocar em prática o TCEP, que vai permitir a realização de cirurgias eletivas em Mossoró e não mais em Natal, com desgaste para os pacientes e prejuízos ao estado.

Outro avanço, segundo Sousa, será a criação de uma Central de Regulação de Leitos de UTI. Neste caso, já existe ação ingressada na Justiça Federal para obrigar a União, Estado e Município a instalar uma Central de Regulação de Leitos de UTI em Mossoró.

Destacou que vão ser contratados dez leitos de UTI pelo Governo do Estado, no Hospital Wilson Rosado, para os pacientes do Hospital Regional Tarcísio Maia.

O deputado Sousa, em vídeo, disse que a Saúde é um debate muito abrangente e que com certeza a Audiência vai despertar outros debates em benefício da saúde da região.
 

 

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