17 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:16
MOSSORÓ
Da redação
01/06/2017 16:06
Atualizado
14/12/2018 04:47

Anarriê: Tácio Garcia volta ao Mossoró Cidade Junina após MP acusá-lo por desvios de R$ 2 milhões

Empresa Gondim e Garcia é a responsável pelo camarote principal que está sendo instalado na Estação das Artes para o Pingo da Mei Dia. Tácio é um dos principais investigados na Operação Anarriê, deflagrada em 2016.
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Após ter a prisão temporária deflagrada pela Justiça em 17 de março de 2016, por desvios, segundo o Ministério Público, de mais de R$ 2 milhões nas edições de 2013 e 2014 do Mossoró Cidade Junina (MCJ), o empresário Tácio Garcia volta a fazer parte do evento, dessa vez sendo responsável pelo camarote principal do Pingo da Mei Dia, que já está sendo montado dentro da Estação das Artes Elizeu Ventania.

A empresa de Tácio, a Gondim e Garcia, já anuncia a atração que estará presente no camarote: a banda Chicabana. O Pingo acontece no próximo dia 10, abrindo oficialmente a temporada de shows do Mossoró Cidade Junina 2017. Para instalação dos camarotes, a Prefeitura publicou, no dia 17 de maio, decreto cobrando R$ 10 por metro quadrado do espaço público ocupado pelos particulares.

Anarriê

Em 2016, Tácio só não foi preso porque passou mal ao receber a polícia em sua casa. Sua esposa, Fátima Gondim, chegou a ficar detida por cinco dias, bem como o ex-secretário de Cultura e ex-chefe de Gabinete da Prefeitura, Gustavo Rosado. A Operação Anarriê foi deflagrada pelo Ministério Público com o objetivo de descortinar, segundo o próprio MP, uma organização criminosa que desviava recursos públicos por meio do Cidade Junina.

Entre as irregularidades constadas durante a investigação, destaca-se o superfaturamento, que consistia na contratação de atrações artísticas por valores muito acima do mercado, com a produção de notas fiscais e recibos falsos, pagamentos por serviços não realizados, apropriação de valores auferidos por meio de patrocínios, apropriação de pagamentos de taxas e tarifas decorrentes da ocupação de bens públicos, etc.

Confira AQUI a íntegra do pedido de prisão de Tácio e demais envolvidos na Operação Anarriê.

Conforme o MP, Tácio Garcia e Gustavo Rosado se revezavam no comando da "organização criminosa".  A Gondim e Garcia Produções foi a responsável pela execução do Mossoró Cidade Junina entre os anos de 2005 e 2014, não promovendo o evento apenas no ano de 2009.

Em 2013, na gestão da ex-prefeita Cláudia Regina, a Gondim e Garcia recebeu da Prefeitura 3.987.363,83 para execução do MCJ. No evento de lançamento da edição daquele ano, o então secretário municipal de cultura, Gustavo Rosado, havia anunciado que a festa custaria R$ 5 milhões, sendo R$ 3 milhões de recursos próprios e R$ 2 milhões oriundos de patrocínios. No entanto, o custo total do evento chegou a praticamente R$ 6 milhões.

“O quadro apontado pelo CAOP/Patrimônio somado às informações obtidas pelas Promotorias de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Mossoró, revelaram que existe uma antiga estrutura criminosa no âmbito da Prefeitura de Mossoró em favor da GONDIM & GARCIA Ltda., a fim de que esta ‘ganhasse’ os contratos relacionados à promoção de shows e congêneres, com o posterior retorno para os agentes públicos de parte dos recursos pagos pelo erário à citada empresa”, destacou o MP na denúncia apresentada à Justiça.

MP aguarda análise de material para dar sequência à Operação Anarriê

O Ministério Público Estadual aguarda a conclusão da análise do material apreendido durante a Operação Anarriê para dar sequência ao processo, apresentando denúncia à Justiça ou ingressando com Ação Civil Pública.

A informação foi confirmada ao MOSSORÓ HOJE, no mês passado, por Fábio Weimar Thé, coordenador das Promotorias de Justiça da Comarca de Mossoró. “Os documentos e equipamentos estão sob análise, estão sendo explorados, para que possamos o mais breve possível formar um juízo de convencimento”, destacou o promotor.

De acordo com Fábio Weimar Thé, que atua na área de defesa do patrimônio público, após finalizadas as análises, o MP adotará as medidas que julgar adequadas ao processo. “Pode ser denúncia, Ação Civil Pública por improbidade, adotaremos as providências judiciais cabíveis”, enfatizou.
 
 

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