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VARIEDADES
Da redação
08/06/2017 21:03
Atualizado
13/12/2018 17:17

Juri simulado de Jararaca atrai mídia nacional

90 anos depois de ter invadido Mossoró, baleado, preso e morto, José Leite Santana vai ao banco dos réus; o julgamento, que promete ser um espetáculo, começa de 9 horas, no Fórum Municipal
O que era para ser uma aula de direito criminal, com atuação de memoráveis advogados pesquisadores, terminou despertando a atenção da mídia nacional.
 
Dois grandes veículos de comunicação estão em Mossoró desde ontem, para fazer matéria sobre o julgamento de José Leite Santana, o Jararaca, nesta sexta-feira, 9.
 
O júri simulado, sob a presidência do juiz e professor de direito Breno Valério Fausto de Medeiros, começa às 9 horas, na Sala do Júri do Fórum Municipal Silveira Martins.
 
Este julgamento faz parte da programação da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) para comemorar os 90 anos da resistência de Mossoró ao bando de Lampião,
 
Lampião e mais de 50 homens armados, atravessaram o Oeste do Rio Grande do Norte, chegando a Mossoró no dia 13 de junho de 1927 e foram recebidos bala.
 
Jararaca, baleado, terminou capturado. Levado a Cadeia Pública, onde hoje é o Museu, depois até o Cemitério São Sebastião, onde foi morto pelos policiais da época.
 
O túmulo do temido cangaceiro é o mais visitado do cemitério no dia de finados há décadas. Deixam velas, fazem pedidos e rezam no local todo início do mês de novembro.
 
Antes da chegada do bando a Mossoró, os historiadores contam que Lampião e seus comandados tiveram alguns confrontos no caminho.
 
Um destes confrontos se deu no Junto, onde hoje é Marcelino Vieira. No local, um policial chamado Santana teria sacrificado sua vida para dá tempo o seu povo fugir.
 
Em Mossoró, o cenário do confronto dos cangaceiros a trincheira do então prefeito Rodolfo Fernandes foi nas imediações de onde hoje é o Palácio da Resistência e a Capela
 
Antes de entrar na cidade, o bando enviou um correspondente a Mossoró, com uma proposta de a cidade pagar 400 contos de réis ou eles viriam saquear tudo que pudesse.
 
O então prefeito Rodolfo Fernandes reuniu os homens de coragem que haviam, armou-se como pode, no campanário da igreja e no teto do prédio próximo, e ficaram aguardando.

Esta história é contada anualmente no local, num espetáculo que ficou conhecido como Chuva de Bala no Pais de Mossoró, dentro dos festejos juninos do município.
 
O crime Jararaca, que vai está sendo julgado nesta sexta-feira, 9, 90 anos depois, foi de tentativa de extorsão e invasão da cidade de Mossoró.
 
No Tribunal do Júri, os respeitados juristas vão tipificar os crimes e apontar as punições adequadas, sugerindo punições. A decisão final é do conselho de sentença.
 
O respeitado advogado e escritor Diógenes da Cunha Lima, atualmente com banca em Natal, atuará na acusação, fazendo o papel de promotor de Justiça.
 
O também respeitado advogado e escritor Honório de Medeiros, com banca em Mossoró, vai ao plenário sustentar a tese de defesa em favor do cangaceiro Jararaca.
 
O conselho de sentença, neste caso, não será sorteado na hora do julgamento, com defesa e acusação rejeitando ou não nomes. A formação já foi definida:
 
– Inessa Linhares (Advogada e professora);
– Ludmilla Carvalho (Escritora e professora);
– Manoel Vieira Guimarães Neto (Padre e escritor);
– Antônio Clóvis Vieira (Professor e advogado);
– Lúcio Ney de Souza (Advogado e escritor);
– Rubens Coelho (Escritor e jornalista);
– Armando Negreiros (Médico e escritor);
 
O atual secretário da Segurança de Mossoró, general Eliéser Girão, será suplente do Conselho de Sentença. O acesso ao júri será oportunizado com doação de um quilo de alimento não perecível, que será entregue ao Lar da Criança Pobre de Mossoró.
 
As inscrições serão efetivadas até o preenchimento da lotação da Sala do Júri. Estudantes que estiverem no evento vão receber certificado com cinco horas-aula, da Universidade do Estado do RN (UERN).
 

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