28 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
22/06/2017 11:55
Atualizado
14/12/2018 07:48

Clima explica multiplicação de grilos em Mossoró e região, destaca especialista em inseto

De acordo com o entomologista e professor da Ufersa Maurício Sekiguchi, com as chuvas registradas este ano, os insetos que estavam hibernando acordaram em busca de alimentos. "É um ciclo natural", afirma.
Portal O Dia
“Cri-cri-cri”. O conhecido barulho emitido pelos grilos tem irritado, e muito, os mossoroenses nos últimos dias. Não é difícil encontrar relatos de pessoas incomodadas com a grande quantidade desse tido de inseto espalhada por praticamente toda a cidade. Mas, afinal, o que estaria ocasionando a multiplicação de grilos em Mossoró?

Para sanar essa dúvida, o Portal MOSSORÓ HOJE ouviu o entomologista (especialista em insetos) Maurício Sekiguchi, professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Ele explicou que, entre as possíveis causas dessa multiplicação, está o fato de Mossoró e região ter registrado um período chuvoso melhor do que o dos anos anteriores.

Com as chuvas, os grilos e outros tipos de insetos, “acordaram” de um período de dormência, ou seja, estavam hibernando, e foram em busca de fontes de alimentos, já que são herbívoros. “Houve, então, um estímulo biológico, com água, umidade, condições propícias para o crescimento dessa população de insetos, que se reproduzem muito rapidamente. Eles já nascem praticamente com o formato de adulto, apenas sem asas, pouco dias depois já começam a copular”, explica Sekiguchi.

O professor destaca que com o fim do período chuvoso, os grilos deverão voltar ao período de dormência, já que a previsão é de um novo ciclo de estiagem e, dessa forma, haverá menos fontes alimentares para esses insetos. “A quantidade de plantas vai diminuir, então agora é esperar o ciclo natural ter sequência”, revela.

Ainda segundo o entomologista, não é normal que os grilos sejam encontrados, em grande quantidade, dentro de residências. “Como herbívoros, eles buscam distância da área urbana, o que acontece é que Mossoró, por exemplo, cresceu no entorno de sua zona rural, é como se estivéssemos invadindo esse espaço. Outra explicação é que os grilos procuram locais com maior claridade para a cópula”, detalha.

Sekiguchi também acrescenta que não há riscos da população contrair algum tipo de doença em virtude da presença dos grilos. “Além do incômodo causado, e do fato deles se alimentarem das plantas, não há qualquer risco de contágio de doença. As pessoas podem ficar tranquilas”, assegura o professor.

Medida alternativa

Enquanto os grilos não voltam ao período de dormência, uma das medidas alternativas para diminuir a quantidade dos insetos em casa é utilizar uma bandeja, de cor amarela, com água e detergente, e deixar que eles entrem na “armadilha” e acabem morrendo.

“É uma alternativa. Na agricultura, há a utilização de fungos e protozoários, o que não é recomendado para a zona urbana, assim como também orientamos à população a não recorrer a produtos químicos, como inseticidas, pois os ricos são bem maiores do que a própria presença dos grilos”, conclui Maurício Sekiguchi.
 

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário