19 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:25
MOSSORÓ
Da redação
17/08/2017 10:41
Atualizado
14/12/2018 07:37

Advogada diz que não recebeu laudo da ultrassonografia e a maternidade diz que a entregou

No laudo, o médico atesta por escrito que só havia um bebê e não dois como alegava a Mires Dorig ao chegar no primeiro atendimento do Hospital Maternidade Almeida Castro
Cézar Alves/MH
Na manhã de hoje, a advogada Érica Geórgia, que representará judicialmente os interesses de Miriam Mires Costa Dorig no caso, falou à imprensa em seu escritório na Avenida Rio Branco, em frente a Praça de Esportes. Segundo ela, a mãe não teve acesso ao laudo da ultrassonografia feita na maternidade. Esta colocação, a maternidade contesta. Afirma que entregou o laudo da ultrassonografia sexta-feira, dia 11, nas mãos da advogada. O que a advogada deve está fazendo referência é o laudo de imagem, que neste caso realmente não está disponível.  

Outra informação apontada por Geórgia é que o pai da criança Josimar Lopes de Medeiros afirmou que não participou do parto completo. Josimar Lopes de Medeiros foi preso sob acusação de violência contra a mulher dentro da maternidade. Com o flagrante, teve prisão preventiva decretada pelo juiz Renato Magalhães, em função de outros sete processos pela mesma razão. Sobre a participação no parto, os cinco médicos que participaram do ato, afirmaram que ele participou sim do começo ao fim e, inclusive, pediu para abrir o utero da mulher para ver dentro que não havia outro bebê.

"O pai da criança diz que não viu o parto completo, disse que entrou na sala de cirurgia e rapidamente foi colocado para fora, e que o que ele viu foi somente uma criança que já estava fora, que a esposa dele já estava aberta", relatou a advogada, complentando que o pai do bebê está preso e quando for liberado será ouvido para esclarecimentos.

A advogada completou: "Já estamos com todos os documentos probatórios que tudo leva a crer que existem duas crianças, de fato, a gente não pode afirmar que elas existem, por isso, vai ser uma perícia técnica que vai avaliar o caso, somente uma perícia técnica vai dizer a verdade". 

O advogado Vagner Araújo, que representa o médico que fez a ultrasonografia durante o pre natal da Mirian Miris, afirmou que seu cliente, de fato, relata que a ultrassonografia atestou a gestação de dois bebês. "O que eu posso afirmar que de fato, a pessoa que eu represento, afirmou que no acompanhamento, ela apresentou dois fetos", disse ele, que não revelou o nome do médico e nem mostrou as imagens da ultra a imprensa.

Segundo Érica Geórgia, os indícios de que existem duas crianças são fortes, mas não se pode julgar nada até o momento. Isso será analisado e decidido pelas autoridades competentes no decorrer da investigação.

"Nós estamos diante de profissionais que tem uma reputação a zelar, seria leviano da nossa parte acusar, isso será decidido pelas autoridades competentes", conclui. 


Outro lado

O médico obstetra Manoel Nobre, que atua no Hospital Maternidade Almeida Castro, em Mossoró, afirmou em entrevista a InterTV nesta quinta-feira (17), que só foi ouvido batimento cardíado de um bebê durante a ultrassonografia de Miriam Mires Costa Dorig, que acusa a maternidade de supostamente sumir com um de seus bebês. 

"Não foram ouvidos dois batimentos, não tinha dois, só tinha um", declarou o médico. A mulher afirma que estava grávida de gêmeos, mas na hora do parto, os médicos constataram que havia apenas um bebê na barriga da mãe, conforme havia sido constatado na ultrassonografia feita na maternidade pelo médico Luis Dalama, que já se pronunciou sobre o assunto.

Segundo Manoel Nobre, quando a mãe chegou na maternidade (quinita-feira, dia 10, à noite) o médico que a atendeu achou necessário realizar uma ultrassonografia para ter a certeza que trata-se de uma gravidez gemelar, pois, ele suspeitou do tamanho da barriga da mulher. 

"A ultrassonografia foi feita porque o colega notou que o tamanho da barriga dela não condizia com a gravidez gemelar, por isso, que a ultrassonografia foi feita, porque ficou uma dúvida", relatou o médico. 

Nobre explica que em uma gravidez gemelar o abdômen da mãe fica muito grande, e a da paciente em questão não condizia com essa realidade. "Por isso, foi feita uma ultrasonogafia e foi constatada que em vez de ser uma gravidez gemelar, só tinha um feto", destacou o Manoel Nobre, lembrando que o obstetra Luis Dalama fez a ultrassonografia exatamente para não deixar dúvidas quanto ao formato do trabalho de parto que se iria trabalhar a partir daquele momento. O laudo desta ultrassonografia, ao contrário do que afirimou a advogada, foi entregue sim aos cuidados dela na sexta-feira, dia 11. O que não foi entregue foi o laudo de imagem, que a maternidade não dispõem.

Na ultrassom obstetrica feita na maternidade, "não foi visto nem escutado dois batimentos cardíacos, não tinha dois, só tinha um, e foi indicada a cesariana porque o bebezinho tinha pouquíssimo líquido", concluiu Manoel Nobre. 

A maternidade Almeida Castro já havia se pronunciado oficialmente à imprensa sobre o caso, que a família resolveu levar à justiça. Na terça-feira (15), os médicos que participaram do parto da mãe e que a acompanharam na unidade afirmaram em entrevista coletiva que apesar da ultrasonografia da mãe (feita no sexto mes de gravidez), ter apontado gravidez gemelar, o mesmo exame feito na maternidade apontou apenas um bebê. 

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