26 ABR 2024 | ATUALIZADO 10:01
POLÍTICA
Da redação
27/08/2017 07:41
Atualizado
13/12/2018 12:31

“É destes condenados que a humanidade precisa”, diz Advogado Humberto Fernandes sobre Lula

Declaração do professor do Curso de Direito da UERN foi durante a apresentação do livro Lula, do escritor e médico Alexandre Motta, sexta-feira dia 26, no RustCafé, no Centro de Mossoro
Para o advogado Humberto Fernandes, que é professor do curso de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está condenado, assim como Gandhi foi condenado, assim como Nelson Mandela foi condenado e assim como Martin Luther King foi condenado. "É destes condenados que humanidade precisa", dispara.

A declaração do professor foi durante o lançamento do livro Lula, de Alexandre Motta. Esta obra é uma coletânea organizada pela jornalista Cleusa Slaviero. Não se trata de uma obra biográfica, mas o retrato do legado de Lula, do governo do Partido dos Trabalhadores, construído com atos no período de 2003 a 2016, quando foi encerrado por decisão do Congresso Nacional.

Segue um trecho do discurso de Humberto Fernandes:

"Luiz Inácio Lula da Silva que hoje passa por uma perseguição midiática, jurídica e uma perseguição política das mais perversas dentre todos os líderes de esquerda de toda a América Latina. Ele realmente está condenado. Assim como Gandhi foi condenado, assim como Nelson Mandela foi condenado e assim como Martin Luther King foi condenado. É destes condenados que a humanidade precisa. São condenados que honram a história da humanidade e que buscam, através do seu alto de sua luta, o processo natural civilizatório que nos é in nato, pela simples condição de sermos humanos".

Em vídeo


O lançamento do livro antecede a chegada a Mossoró do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que neste momento (13h58) discurso em Campina Grande. Quem assim desejar, pode acompanhar o discurso AQUI.

Sobre o autor, o MOSSORÓ HOJE publicou uma entrevista.
Médico Alexandre Motta: "o legado de Lula foi permitir que as classes baixas pudessem sonhar"

O lançamento do livro Lula foi no RustCafé, um ambiente muito agradável, que fica localizado numa rua estreita por trás da Fuji Filme, perto da Praça Bento Praxedes (Codó), no Centro de Mossoró, o médico, escrito e ativista social Alexandre Motta fez uma exposição do cenário nacional.

"Nos nunca estivemos tão mal e paradoxalmente nunca estivemos tão bem. Agente vive hoje uma situação no País extremamente grave. Nós perdemos direitos a olhos vistos. Nós temos uma situação de insolvência financeira do País. Os direitos dos trabalhadores estão sendo tirados e os diretos dos aposentados também. Mas paradoxalmente tudo que nós afirmávamos um ano atrás, está se mostrando, se revelando como verdadeiro.

Eu tenho a convicção que a verdadeira luta, apesar de ser manifestar nas ruas, é na cabeça nas pessoas. Para acontecer o que está acontecendo hoje no Brasil, a direita precisou fazer algo, que nós não percebemos o que estava acontecendo sendo construído.

Estava sendo construído, uma narrativa, uma elaboração demonização das forças de esquerdas. Ou seja, foi preciso antes demonizar tudo que nós fizemos, para que criasse esta situação de letargia, de inércia, que a sociedade hoje vive, quando tungam seus direitos. As pessoas estão sendo roubadas e elas dizem assim: ‘Bom, mas quem esta defendendo o contrário é o PT. Tem alguma coisa e eu não posso me associar a isto’.

Esta construção narrativa ela foi elaborada, planejada, executada, e é em cima disto que a direita hoje faz o que faz. Percebam que nenhuma eleição, o PSDB, que foi o grande articulador e representante da direita no Brasil, não conseguiu implementar esta agenda. E esta agenda hoje está sendo implementada hoje a toque de caixa, porque a elite precisa que ela seja consolidada.

A grande pergunta é o que fazer.

Eu tive um professor que dizia uma coisa que sempre me instigava. Ele dizia que preferia ser cabeça de rato do que rabo de leão.  Ele dizia isto com o sentido: eu prefiro ser o senhor do meu destino, do que seguir o destino alheio.

A elite brasileira é uma das piores do mundo, porque ela não escolheu ser rabo de leão. Ela escolheu ser rabo de rato. Ela escolheu ser pior.

A direita brasileira não tem projeto de País. Não tem projeto de nação. Ela não elabora absolutamente nada. A direita Brasileira ainda está nas capitanias hereditárias. Se você parar para pensar, Mossoró é um microcosmo deste ponto de vista.

Mossoró, no Rio Grande do Norte, no Brasil. A direita ainda se incomoda porque pobre toma avião em aeroporto.

A direita ainda se incomoda porque o filho da empregada está estudando na mesma escola do filho dela e ascendeu a faculdade da mesma maneira...

Na verdade, este evento do livro surgiu em minha vida como um cavalo selado que passa e eu disse: o que que eu faço? Eu monto. Eu fui convidado para ser escritor sem nunca ter sido. Apesar de ser atuante, defender meus pontos de vista, nas redes sociais, eu não sou escritor. Talvez neste caso específico, eu seja 1% escritor.
 
A jornalista Cleusa Slaviero, que elaborou este livro, me convidou a participar por causa de minha atuação digital. O interessante é que o Livro surge no momento em que Lula passa a ser o grande perseguido. E isto não há mais dúvidas. Até as próprias pessoas que sempre apoiaram o golpe, já tem clareza disto. Eles não se revelaram, mas tem esta clareza. Então, este livro assim surgiu.
 
Na verdade, não é uma biografia. É uma coletânea de sentimentos. Os autores falam de suas vivências com Lula. Eu relato as minhas vivências em relação a Lula. Ou seja, numa época que ele era meu adversário político. Eu era do movimento estudantil e não concordava com a visão do PT. Mas Lula me impressionou desde a primeira vez que o vi. E que o segui deste então.
 
Mas eu entro nas perguntas que meus amigos jornalistas fizeram: qual o principal legado do presidente Lula? O principal legado do presidente Lula, o principal legado do Partido dos Trabalhadores, é a inclusão social. Não existe nada mais significativo do que isto.
 
Eu tenho esta vivência. Meu filho entrou no IF. No ano que ele entrou, o filho da minha empregada também entrou. O meu filho foi aprovado na faculdade. O mesmo ano, o filho da minha empregada também foi aprovado na universidade.
 
Eu tenho um amigo professor do IF de Natal. Ele faz acompanhamento virtual de alunos do IF do Brasil inteiro. É fantástico um exemplo que ele citou de um aluno do IF de Pau dos Ferros. Este aluno nunca veio a Natal. Nunca saiu de Pau dos Ferros. Este aluno fez o trabalho de conclusão de curso e este trabalho ficou muito bom e este garoto foi expor este trabalho na França.
 
E vocês vão ver no livro, que eu fui para a inauguração de Monteiro (Rio São Francisco) e lá eu tive uma experiência fantástica, que tenho um único lamento: não peguei o nome deste homem (personagem). Quando Lula falava, este cidadão batia palmas efusivamente. Quando Lula falava do Prouni, este homem gritou efusivamente: eu, eu, eu! E aí todos se viraram para ele e ele fala: ele está falando de mim. Minha mãe é analfabeta e hoje eu sou professor do IF, em Garanhuns, a cidade que ele nasceu. Esta história aconteceu no Brasil inteiro. É uma coisa plena.
 
É importante a gente entender que tudo que está acontecendo hoje, que precisa de uma resposta, e esta resposta é na luta. E esta luta é na cabeça das pessoas. É no convencimento. Eu não ganho ninguém para luta chamando o cara de coxinha. Eu ganho apontando onde ele está sendo enrolado. Por isto que nos meus vídeos, eu sempre termino, dizendo que pense, reflita sobre isto, para o ouvindo saber, perceber onde está sendo prejudicado.
 
E a gente precisa ter esta clareza, porque no ano que vem, a manter as condições eleitorais, nós vamos ganhar para presidente, vamos ganhar para governadora, mas aí não basta isto somente. Nós não podemos nos contentar com a perspectiva de eleger a presidência da república e eleger um congresso espúrios igual a este. Seja qual seja o formato das eleições proporcionais, seja eleições em forma de distritão, seja a forma for.
 
Precisamos eleger deputados estaduais, federais e senadores... Precisamos oferecer a oportunidade de José Agripino ficar desempregado. Nós precisamos oferecer a Garibaldi Alves o mesmo. Nós precisamos oferecer ao ilustre conterrâneo de vocês, Betinho Rosado, a oportunidade de ir procurar emprego na iniciativa privada. Isto precisa ser feito em todos os cenários. Vamos ganhar estas eleições, sejam qual for as regras vigentes...

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