26 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:29
POLÍCIA
Da redação
30/08/2017 16:18
Atualizado
13/12/2018 17:39

Veja como advogado de Mossoró comprou por R$ 250 mil habeas corpus a dois desembargadores do TRF

Rychardson Macedo em delação premiada, disse que pagou R$ 150 mil a Barros Dias e outros R$ 100 mil para Paulo Gadelha para conseguir o habeas corpus que o colocou em liberdade em 2012
Na decisão da Justiça Federal, está detalhado com precisão cirúrgica como o advogado Francisco Welithon da Silva, de Mossoró, comprou do então desembargador federal Francisco Barros Dias, por R$ 150 mil, o habeas corpus que colocou em liberdade o advogado Rychardson de Macedo Bernardo, que havia sido preso na Operação Pecado Capital, em Natal. 

Veja sentença NA ÍNTEGRA

Todos os personagens da história passam por Mossoró. O juiz relata que, em 2012, Rychardson Macedo estava preso no Quartel Geral da Policia Militar de Natal juntamente com o atual prefeito da Serra do Mel, Josivan Bibiano de Azevedo, com quem comentou que seus advogados não estavam conseguindo uma decisão favorável à sua liberdade em Recife.

Josivan Bibiano então falou que poderia dá o contato de seu advogado para ajudá-lo. Assim o fez. Rychardson perguntou se seria possível e quanto. O advogado Francisco Welithon teria perguntado se Rychardson já tinha algum voto certo no Tribunal Regional Federal e este teria confirmado que através do advogado Flávio Claudevan de Gouveia Amâncio, poderia ter o voto do desembargador Paulo de Tasso Benevides Gadelha, já falecido.

A comprado voto do desembargador Paulo Gadelha foi mais em conta. Saiu por R$ 100 mil.

Daí Francisco Welithon pediu um tempo para fazer uma ligação. Esta ligação, segundo a PF apurou com riqueza de detalhes, foi para o gabinete do desembargador Francisco Barros Filho. Ele falou que conseguiu o habeas corpus por R$ 150 mil e a liberação dos bens apreendidos do réu Rychardson de Macedo por outros R$ 250 mil.

Para consegui o dinheiro, Rychardson usou o irmão Rhandson Rosário e Diego Ramalho de Medeiros, donos da loja de Carros Prime, de Mossoró. Venderam uns carros e levantaram o valor e passaram para o advogado Francisco Welithon, perto do Hiper Queiroz, em Mossoró.

A forma como a decisão seria favorável, também foi combinada. Havia um desembargador dos três que iriam votar que poderia ser contra. Um assessor levantou esta informação em Recife e confirmou. Então, combinaram Francisco Barros divergir do voto e Paulo Gadelha seguir a divergência e assim consegui o habeas corpus liberando Rychardson da cadeia.
Assim foi feito.

Os procedimentos para liberar os bens de Rychardson foram os mesmos.

Toda a história foi descoberta e confirmada, de forma detalhada, através da delação premiada de Rychardson Macedo e outros implicados na Operação Pecado Capital.

Com base no que foi dito, a Justiça Federal decretou a condução coercitiva do advogado Francisco Welithon, em Mossoró, e decretou a prisão preventiva de Francisco Barros, em Natal, por considerar (cita vários processos) muito influente junto ao Poder Judiciário, detalhando, inclusive, vários casos suspeitos de também ter havido compra de outras sentenças e cita nomes de outros advogado envolvidos.

Para justificar a necessidade de decretar a prisão preventiva do desembargador aposentado, a Polícia Federal detalhou que até junto a OAB de Natal foram feitas gerências para facilitar acesso a conteúdo investigado em carater sigiloso, que tinha como alvo o desembargador. 

Neste mesmo processo, a Justiça levantou o sigilo, ao decretar as prisões e as buscas e apreensões, de todo conteúdo. 

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