24 ABR 2024 | ATUALIZADO 14:59
POLÍCIA
Da redação
12/09/2017 11:59
Atualizado
13/12/2018 06:05

Fazendeiro pega 18 anos de prisão por ter mando matar vereador há 17 anos

Francisco Quedes de Oliveira, que tem quase 70 anos, conforme reconheceu os jurados, contratou três pistoleiros por R$ 13 mil, parcelado em duas vezes, para matar Sebastião Jácome em janeiro de 2000
O fazendeiro Francisco Guedes de Oliveira, de quase 70 anos, terminou condenado a 18 anos de prisão por ter mando três pistoleiros matar o vereador Sebastião Jácome de Oliveira, o Jogo, no dia 20 de janeiro de 2000, no Sítio Atoleiro zona rural de Alexandria.

O julgamento começou às 8 horas no Salão do Tribunal do Júri Popular no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró, para onde o processo foi desaforado da Comarca de Alexandria por não haver condições de segurança para realizar este júri lá.

O Tribunal do Júri Popular teve na presidência o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. Representou o Ministério Público Estadual, o promotor de Justiça Carlos Henrique Happer Cox. Os advogados Abraão Brito e Walter Trigueiro Junior defenderam os interesses do réu.

O réu Chico Guedes, como é mais conhecido, não compareceu ao julgamento hoje no Fórum de Mossoró. Ele está com prisão preventiva decretada desde 2000, quando aconteceu o crime. O caso foi investigado pelo delegado Antônio Caetano Baummam de Azevedo.

Os advogados explicaram em plenário que Chico Guedes, por uma questão de segurança não compareceu ao Tribunal do Júri. Está em suas propriedades no Estado do Pará. Outro fator seria a fragilidade na segurança. Outros dois irmãos de Chico Guedes teriam sido assassinados.

 
Vida do vereador Jogo foi ceifada por R$ 13 mil
 
R$ 13 mil. Este foi o valor cobrado pelos pistoleiros e pago pelo fazendeiro para ceifar a vida do vereador Sebastião Jácome de Oliveira, o Jogo, há 17 anos.
 
A execução de Jogo
Os três pistoleiros surpreenderam o vereador Jogo quando este ordenhava suas vacas no início da manhã do dia 20 de janeiro de 2000, no Sítio Atoleiro, zona rural de Alexandria.

Os pistoleiros já desceram do carro atirando, mas Jogo, que estava armado, revidou, tendo acertado um tiro de raspão na cabeça de José Nilson, que se afastou dos outros matadores.

Jogo morreu antes de receber socorro médico. José Nilson, que ficou perdido no mato, foi preso na manhã do dia seguinte. Delano e Adenalto, o AD, tentaram fugir no carro.
Entretanto, os pneus estouram. Entraram no mato e conseguiram fugir do cerco policial, tendo sido preso tempos depois. José Nilson, que foi capturado, contou em detalhes o caso.

Segundo José Nilson declarou ao delegado Antônio Caetano, Chico Guedes pagou 1 reais adiantado para custear as despesas e mais R$ 12 mil para os três pistoleiros.
 
Contratante:
Francisco Guedes de Oliveira (18 anos de prisão.
 
Pistoleiros:
José Delano Diógenes (Absolvido em 2011)
Adenalto Pereira da Silva (Assassinado)
José Nilson da Silva (condenado a 16 anos de prisão por este crime em 2015).
 
Vítima:
Sebastião Jácome de Oliveira, o Jogo
 


O Júri

Presidente
Juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros

Promotor de Justiça
Carlos Henrique Happer Cox
Tese: Homicidio duplamente qualificado

Advogados de defesa
Abrão Brito Lira Beltrão
Walter Trigueiro Junior
tese: negativa de autoria

Com a ausência do réu, o Tribunal do Júri Popular terminou condenando Francisco Guedes, que além de fazendeiro também é advogado a 18 anos de prisão. Como ele já está com prisão preventiva decretada, o juiz presidente do TJP apenas renovou esta ordem judicial.

O promotor de Justiça Carlos Henrique Happer Cox pediu a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado. Na sua fala, disse que na cidade de Alexandria todos tem conhecimento que quem havia mando matar Jogo havia sido Chico Guedes.

Ele expôs as provas para convencer os jurados, entre elas escutas feitas pela Polícia Civil que compromete o fazendeiro. Além disto, a confissão de José Nilson, em detalhes, e os depoimentos de várias outras pessoas que reforçaram a tese de acusação.

Os advogados de defesa sustentaram a tese de negativa de autoria. Criticaram o primeiro advogado do processo, que segundo eles, deixou de juntar ao processo uma série de provas importantes na defesa do réu e também em muitos das vezes deixou correr a revelia.

Ao final dos debates, o Conselho de Sentença optou por reconhecer que Chico Guedes realmente mantou mantar Jogo e decidiu pela condenação. Feito a dosimetria da pena, o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros aplicou pena de 18 anos de prisão e renovou a ordem de prisão preventiva. Os advogados vão recorrer da sentença.

Veja o que diz o Promotor de Justiça Carlos Henrique Happer Cox


O que diz o advogado Abrão Brito, da defesa sobre o caso

Notas

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