É impossível mensurar a dor dos que perderam Mara Andrade, 20 anos, e sua filha Nicoly, de apenas 1 ano. As duas foram assassinadas por asfixia nesta quarta-feira, 18, em Mossoró. O principal suspeito do crime é o pai da criança e suposto amante de Mara, Lindon Jhonson, que tirou a própria vida.
A tragédia acendeu um alerta (ainda mais forte) para temas enraizados na sociedade: o machismo e o feminicídio.
A militante da Marcha Mundial das Mulheres, Camila Paula faz uma reflexão sobre o tema, e mostra que é cada vez mais urgente discutir o assunto.
Segue texto de Camila Paula:
AS MULHERES ESTÃO EM ALERTA!
Mara e sua filha Nicoly morreram estranguladas. O ex companheiro de Mara fez isso com as próprias mãos e depois se matou.
Mara, a filha de Maria, entrou para as estatísticas de mulheres assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros.
A expressão mais cruel do machismo é o feminicídio e, mesmo assim, quando ocorre, tentam disfarçar. Não estamos alegando quem morre mais do que quem. Estamos falando que HOMENS MATAM MULHERES TODOS OS DIAS! Não é só um caso, não é por acaso, não é patologia, não é porque ela era safada... Homens matam porque vivemos numa sociedade que sustenta uma falsa superioridade e posse do homem sobre a mulher. As regras de comportamento, a invisibilização e precarização do trabalho feito por mulheres, a maternidade e a heteronormatividade compulsórias, a mercantilização dos corpos e territórios das mulheres são exercícios diários de uma relação de poder desigual que pagamos com a nossa existência.
Seguiremos em Marcha até que todas sejamos VIVAS e LIVRES!
Leia mais
Pedreiro teria matado a amante e a própria filha por ciúmes de um PM morto em 2016
Laudo aponta que mãe foi estrangulada no pescoço e a bebê teve a respiração obstruída até a morte