"O trabalho de drogas não acaba porque financia campanhas políticas no Brasil". A declaração polêmica é do traficante do Rio de Janeiro, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Macinho VP - que está detido no Presídio Federal de Mossoró.
Marcinho VP concedeu entrevista exclusiva ao portal UOl, onde revelou detalhes sobre assuntos polêmicos, além de falar sobre seu livro "Marcinho Verdades e Posições - Direito Penal do Inimigo", que será lançado neste sábado, 21. A obra é redigida em coautoria com o jornalista Renato Homem.
O detento conta sua trajetória no mundo do crime, nega as acusações que lhe pesam, relembram companheiros, comenta sobre política e Operação Lava Jato e ataca o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ), a quem ele diz ter prestado favores políticos em 1996. "Ele é cacique-mor da maior organização criminosa do Rio de Janeiro", diz.
Em janeiro de 2007, Marcipo VP foi transferido para o presídio de Catanduvas, Paraná. Ele passou por todas as unidades federais até chegar a Mossoró, onde se encontra há dois anos e meio.
Já são quase 11 anos no sistema penitenciário federal. Das 24 horas do dia, ele passa 22 horas sozinho em sua cela.
Marcinho culpa Cabral pela sua ida para Mossoró. "Ele é o maior Judas que já conheci", disse Marcinho sobre Cabral.
No livro, ele falou que prestou favores eleitorais ao político durante o ano de 1996, quando houve a disputa pela Prefeitura do Rio. "Ele esteve no meu camarote, bebeu, comeu, me elogiou. Ajudei ele com uma equipe de cabos eleitorais. Não ganhei um tostão", diz.
A última renovação de permanência de Marcinho VP no sistema penitenciárioa federal vence no dia 29 de novembro. O Departamento Penitenciário Nacional já enviou ofício à Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro questionado se haverá pedido de renovação.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio deve pedir que ele fique em Mossoró. Investigações da polícia apontam que Marcinho continua a comandar esquemas de tráfico de drogas de dentro da penitenicária.
A defesa de Marcinho VP tenta obter na justiça uma decisão de retorno do chefe do Comando Vermelho ao Rio de Janeiro.
Com informações UOL