02 MAI 2024 | ATUALIZADO 15:34
POLÍCIA
Da redação
06/11/2017 07:11
Atualizado
13/12/2018 09:07

Acusado de matar vereador Manoel Botinha, de Assú, tem julgamento adiado para março de 2018

Julgamento de Jalisson Veríssimo de Melo ocorreria nesta segunda, 6, em Mossoró. O promotor de justiça não pode comparecer e júri teve que ser remarcado. Manoel Botinha foi assassinado em abril de 2015.
O Tribunal do Júri Popular de Mossoró, que julgaria na manhã desta segunda-feira (6) o acusado de matar o vereador de Assú, Manoel Ferreira Targino, o Manoel Botinha, de Assu, foi cancelado. O promotor de justiça não pode comparecer, por isso, o julgamento foi remarcado para o dia 5 de março de 2018, sob o protestos da família do réu, que está preso preventivamente por representar ameaça real a sociedade, que queriam absolvição. 

Jallinson, o Jalin, no entanto, não seria julgado nesta segunda-feira, em Mossoró, pela morte de Manoel Botinha. Seria por outro crime, onde a vítima foi Antônio Alves Sobrinho, conhecido por Zoinho, ocorrido no dia 8 de junho de 2015, em Caraubais. Segundo o MPRN, este crime foi cometido pelo Jallison Veríssimio de Melo, Sérgio Tavares e Ebinho e Welber. Estes três, no entanto, estão sendo processados separadamente.


A narrativa abaixo é do Ministério Público Estadual:

“Conforme a peça acusatória, à data de 08.06.2015, por volta das 15:30 horas, nas proximidades do Bairro Pacheco, Município de Carnaubais/RN, os denunciados e terceira pessoa, efetuaram disparos de arma de fogo que atingiram a vítima "ZOINHO", levando-o a morte.

Segundo o Ministério Público, no dia do fato Welber convidou a vítima via whatsapp para ingerir bebida alcoólica, tendo a vítima aceitado o convite.
Nesta ocasião Welber ligou para "Sérgio Tavares" pedindo para que este fosse ao bar, salientando que a vítima também iria.

No bar, Sérgio pediu que Welber fosse ao banheiro para que pudessem conversar sem que a vítima escutasse. Sérgio orientou Welber a manter a vítima no bar mais um tempo e depois chama-lo para ir ao sítio de "Jallin (Jalisson)", destacando que "Ebinho" (Welber) deveria ir de carro e a vítima na motocicleta, eis que arquitetavam a subtração do veículo.

Às 14:40 horas, a vítima e Welber foram até a casa de "Jalin", localizada no Sitio São José, Alto do Rodrigues. Após chegarem ao local, Jalin avisou a Sérgio que Welber e "Zoinho" estavam lá, inclusive a motocicleta. Após, Sérgio ligou para "Jalin" e avisou que estava indo buscar a vítima para "dar fim longe", informando que estava com duas armas e iria de carro para pegar "Zoinho".

Após chegar a casa de "Jalin", Sérgio e Welber, mediante violência exercida com emprego de arma de fogo, subtraíram a motocicleta da vítima, colocaram-no dentro do veículo de Sérgio e o levaram para um matagal em Carnaubais. Chegando lá, Sérgio Tavares ceifou a vida da vítima com um disparo de arma de fogo na cabeça e evadiu do local junto com "Jalin" e "Ebinho".

Narra o Ministério Público que que o crime foi praticado por motivo fútil, eis que motivado por vingança, vez que os acusados supunham que a vítima havia tentado contra a vida de um sobrinho de Sérgio Tavares; e mediante dissimulação, tendo em vista que os indiciados chamaram a vítima para juntos consumirem bebida alcoólica, o que impossibilitou sua defesa.”

 

A família do então vereador não comparecer a sessão pedindo justiça, como informamos equivocamente (pedimos desculpas). Já os familaires do réu Jalisson Veríssimo de Melo, o Jalin, compareceu vestindo camisetas pedindo a absolvição do mesmo. 

O julgamento Jalin deveria ter ocorrido em Assú, mas o Ministério Público Estadual entendeu ser melhor realizá-lo em Mossoró, devido a grande repercussão que o crime ocasionou na região, e também pelo fato de o réu ser o principal acusado de matar o vereador Manoel Botinha, muito conhecido e querido em Assu. Por segurança, o processo foi transferido para ser julgado em Mossoró.

A investigação sobre seu o assassinato de Manoel Botinha resultou na Operação Abril Despedaçado, ocorrido no último trimestre de 2015, e teve a frente o delegado Carlos Brandão, na época titular da Delegacia de Polícia de Assú. 

A operação apurou a existência de uma organização criminosa formada por matadores de aluguel. Além do caso do vereador, vários outros crimes foram esclarecidos. O assunto foi destaque nacional através de uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo. 

Após ser julgado pela morte de Zoin, Jalin vai ser levado a julgamento também pela morte de Manoel Botinha, certamente em processo que, a exemplo do caso Zoin, será desaforado para ser julgado em Mossoró-RN.

Sobre o caso Manoel Botinha, o juiz do caso escreveu em uma de suas várias sentenças, onde os réus pedem para aguardar julgamento em liberdade.

“No caso em análise, verifica-se que os requerentes foram presos acusados da prática de homicídio triplamente qualificado, cuja vítima era o vereador Manoel Ferreira Targino e tentativa de homicídio triplamente qualificada onde a vítima foi o Sr. Francisco Adriano Bezerra Guilherme”.
 
Acrescentou que: “sendo público e notório que a cidade de Assú e região vem sendo palco de inúmeros delitos de igual natureza, pelo que o Poder Judiciário deve manter uma atuação enérgica de combate a tais ilícitos, o que reclama a manutenção da custódia cautelar do autuado para fins de manter a ordem pública e, assim, evitar a reiteração de tal prática delituosa tão nociva ao meio social”, destaca o magistrado.
 
“De outro lado, consta dos autos que duas testemunhas, que temem pelas suas vidas, informaram que os executores dos crimes teriam sido os pistoleiros SÉRGIO E FEITOSA, além do que os irmãos WELBER VERÍSSIMO, VALDETE VERÍSSIMO, JALISSON VERÍSSIMO E DOUGLAS participaram da contratação dos pistoleiros, tendo ITAMAR VERÍSSIMO, DOUGLAS DANIEL E JOELMA financiado a contratação, o que resta corroborado pela versão de várias testemunhas no sentido de que a família Veríssimo teria encomendado a morte do vereador Manoel Ferreira Targino”, escreveu.
 
Ainda na mesma peça judicial, revelando o nível de periculosidade dos réus, o juiz escreveu: “Segundo relato das testemunhas ouvidas em sede extrajudicial, a família de ITAMAR, conhecida como "QUADRILHA DOS PEQUENOS", da qual a requerente faz parte, é intensamente relacionada à "pistolagem" na região do Vale do Assu e inclusive é responsável por outros homicídios”, destaca.

Notas

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