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MOSSORÓ
Da redação
08/11/2017 14:41
Atualizado
13/12/2018 12:35

Diplomata mossoroense João Almino lança primeiro romance nordestino

Diplomata e recém nomeado membro da Academia Brasileira de Letras, João Almino lançou no final de outubro "Entre facas, algodão" - seu sétimo livro.
O diplomata e escritor mossoroense João Almino é destaque na mídia nacional com seu mais novo romance, o sétimo deles. Desta vez, o recém empossado membro da Academia Brasileira de Letras volta as suas origens regionais e escreve um romance nordestino. 

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Em "Entre facas, algodão", João Almino retrata a história de um homem de 70 anos que acaba de se separar, e sai em busca da própria identidade. Ele inicia essa jornada revisitando lugares onde cresceu. A história se passa na cidade de Várzea Pacífica, cidadezinha imaginária no interior do Ceará. 

"A coisa principal desse livro é estar centrando a história no Nordeste e nesse personagem. Isso tem a ver com meu esforço em escrever, desde o começo. Quando comecei, uma das minhas preocupações foi não centrar as histórias no Nordeste porque eu tinha uma visão, que pode ter sido preconceituosa, de que, se fizesse isso primeiro,faria uma coisa menor e menos importante diante do que já tinha sido feito", explica o mossoroense que assume ser admirador de Graciliano Ramos e João Cabral de Melo Neto. 

Quando começou a escrever acho que que trazer Brasília para os romances ajudaria a criar laços com o leitor.

"Então situei Brasília e coloquei personagens nordestinos, mas a cidade de Brasília me deu o cenário. E passoua aparecer como uma espécie de personagem dessas primeiras histórias. Depois de seis romances, relaxei. Achei que não precisava mais ter esse tipo de preocupação. E o que estava lá atrás, voltou. Pensei que esse era o momento de fazer algo que queria lá no começo", explica. "Agora não tenho mais essas preocupações de como vão ler e qual a tradição na qual me insiro". 

"Entre facas, algodão" conta o retorno do personagem à pequena cidade onde cresceu, a uma fazenda na qual era o filho de uma empregada criado junto com os filhos do patrão da casa grande. Um amor de adolescência pela filha do fazendeiro leva o agora advogado aposentado de volta às origens, mas a vida não para na estação e, no caso desse senhor, está pronta para atropelar seus protagonistas. 

Em sua literatura, João Almino ensina que memória não é uma só, fechada e apagada. Mas, sim um processo de construção com finais abertos. O escritor tratou também nos livros Cidade Livre e As cinco estações do amor. 

"Tentei fugir ao estereótipo de uma viagem de regresso na memória, minha ideia não foi de que houvesse um regresso ao passado, porque acho que é a viagem é apebnas de ida, ela vai apresentando novas surpresas ao personagem e não existe regresso ao passado", explica. 

"Nesse caso, o trabalho memória é um trabalho falho. O personagem se lembra de umas coisas e não se lembra de outras, esquece. E vai tentando reconstruir alguma coisa do passado descobrindo os contrastes entre o novo e o velho e construindo algo novo".

O livro Entre Facas, algodão foi lançado no final de outubro em Brasília, onde João Almino reside.

Com informações do Correio Braziliense 

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