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MOSSORÓ
Da redação
28/11/2017 07:32
Atualizado
14/12/2018 10:05

Mossoró receberá "Carreta da Saúde" para combate à hanseníase em dezembro

Unidade móvel estará na Estação das Artes nos dias 7 e 8 de dezembro. A iniciativa é do Instituto de Medicina Tropical, da UFRN.
UFRN | Divulgação
O município de Mossoró receberá nos dias 7 e 8 de dezembro o Projeto Carreta da Saúde Final na Hanseníase. A carreta ficará estacionada na Estação das Artes, no Centro, para atender à população e orientar sobre a doença. 

A iniciativa é do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A mesma ação também acontecerá de hoje até o dia 11 do mês que vem em Natal e Parnamirim.

As ações são realizadas em parceria com  o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e a empresa Novartis.

O atendimento será a pessoas que apresentem sintomas e àqueles cujos familiares já tiveram Hanseníase. Portanto, não será uma avaliação dermatológica geral, mas direcionada.

“Havendo a suspeita da doença, o paciente será encaminhado para o teste confirmatório dentro da Carreta. Uma vez confirmado, será iniciado o tratamento e o encaminhamento do paciente ao Serviço de Saúde para o seguimento do tratamento. As pessoas que têm os sinais e sintomas da Hanseníase podem nos procurar, independente de terem passado por algum posto de saúde ou não”, explica Débora Gurgel Costa, que integra o Programa de Tuberculose e Hanseníase do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de Natal.

Os principais sintomas são dormências, dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés; lesões de pele (caroços e placas pelo corpo) com alteração da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque e áreas da pele com alteração da sensibilidade mesmo sem lesão aparente; e diminuição da força muscular. Essas manchas são esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas.

Devem procurar os serviços da Carreta as pessoas com manchas na pele, geralmente dormentes, e que não vem melhorando com os tratamentos prescritos.

Muitas vezes, a Hanseníase aparece com lesões localizadas, semelhantes às “impinges”, dormentes e que não melhoram com o uso de cremes para micose.

Outras vezes aparece como uma ou várias manchas avermelhadas pelo corpo, semelhantes às lesões de alergia, mas que não coçam e não melhoram com os remédios prescritos. É comum a queixa de dormências nas mãos e nos pés e de caroços no rosto e nas orelhas, que às vezes parecem inflamadas. 

"É importante que as pessoas que já conviveram com portadores de Hanseníase, na família ou na vizinhança, e que apresentem sintomas da doença, aproveitem essa oportunidade para serem examinadas”, afirma Maurício Nobre, médico da SESAP e colaborador no IMT, cuja tese de doutorado abordou a Hanseníase e foi premiada nacionalmente pelo Instituto Osvaldo Cruz.

Segundo país do mundo com o maior número de casos de hanseníase, o Brasil registra 30 mil casos novos de Hanseníase, enfermidade já controlada em grande parte do mundo.

Perde apenas para a Índia, com 126 mil registros por ano. Doença infecciosa, contagiosa e associada a desigualdades sociais, ela afeta principalmente as regiões mais carentes do mundo e é transmitida pelas vias aéreas, como secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro, por pacientes considerados bacilíferos, ou seja, sem tratamento — aqueles que estão sendo tratados deixam de transmitir a doença.

“A ação da carreta reforça a importância do diagnóstico precoce da doença como forma de prevenir as incapacidades físicas decorrentes do diagnóstico tardio, e lembra que a Hanseníase tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS”, acrescenta Maurício Nobre.

O Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), inclusive, é uma unidade destinada ao estudo e pesquisa de doenças infecciosas e infectocontagiosas presentes no Nordeste, e à formulação e produção de vacinas para certas doenças, entre elas a Leishmaniose e a Hanseníase. 

Segundo a diretora do Instituto, Selma Maria Bezerra Jerônimo, a criação da unidade, em 2014, surgiu justamente a partir da constatação de que doenças como Leishmanioses, Esquistossomose e Hanseníase, entre outras tipicamente tropicais, representam problemas importantes para o estado e que a “dramaticidade de quadros de reação hansênica ou grave de leishmaniose visceral são situações que precisamos combater e minimizar”.

Carreta da Saúde

Ao longo de sua história, iniciada em 2009, o projeto Carreta da Saúde Final na Hanseníase beneficiou mais de 20 mil pessoas em 18 estados do país e diagnosticou mais de 2 mil novos casos de Hanseníase.

Além disso, estima-se que a Carreta de Saúde seja hoje responsável por 25% de todos os diagnósticos de Hanseníase registrados no Brasil, fornecendo assim uma cooperação única com os órgãos nacionais de saúde pública na eliminação desta doença.

Locais de atendimento

29 e 30 de novembro - Natal - Zona Norte - Largo do Ginásio Nélio Dias, bairro Lagoa Azul
04 e 05 de dezembro - Natal - Zona Oeste - Em frente à Policlínica da Cidade da Esperança
07 e 08 de dezembro - Mossoró – Estação das Artes, centro de Mossoró
11/12 - Parnamirim - Em frente a Unidade Básica de Saúde do bairro de Monte Castelo

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