29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
ESTADO
Valéria Lima
02/12/2017 14:04
Atualizado
14/12/2018 07:28

Descoberta de novo campo de petróleo pode mudar rumo da história do RN, diz gerente da Petrobras

Gerente geral do Ativo Industrial de Guamaré, Tuerte Amaral Rolim, afirma que campo de Pitu, localizado na Costa Branca potiguar, está em fase exploratória e que as expectativas são boas.
Valéria Lima | Mossoró Hoje
Uma novidade promete aquecer o setor petrolífero do Rio Grande do Norte em breve. O Ativo Industrial de Guamaré, que trata e processa todo o óleo bruto extraído no Estado, aposta na descoberta de novos poços de petróleo, em águas profundas, localizados no campo de Pitu, área também situada na Costa Branca Potiguar.

A informação foi revelada pelo gerente geral da Unidade Operacional da Petrobras no Rio Grande do Norte, Tuerte Amaral Rolim, nesta sexta-feira (01), durante apresentação do pólo à imprensa potiguar.

“A área de Pitu foi descoberta e hoje se encontra em fase exploratória, perfuramos dois poços e no momento estamos vendo a avaliação do modelo geológico daquela área, então é uma área que pode despontar ali como o futuro para a produção do petróleo do RN”, explicou Rolim.

Caso as expectativas se confirmem, segundo Rolim, o campo pode alavancar a produção de petróleo no Estado – que caiu nos últimos anos de mais de 100 mil barris por dia para os atuais 48 mil barris por dia.

“A viabilização dessa área pode mudar o rumo da história do estado do Rio Grande do Norte, em termos de produção de petróleo, só para lembrar que nessa área temos parceria com a British Petroleum e com a Galp”, afirmou.

A Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), que agora integra o Ativo Industrial de Guamaré, tem capacidade para produzir 45 mil barris de petróleo por dia. Inaugurada no ano de 2009, pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a unidade é uma das mais importantes do Nordeste, mesmo sendo de médio porte.

É na RPCC que é tratado e processado todo o petróleo produzido em campos marítimos e terrestres no Rio Grande do Norte. São 66 concessões em terra e 12 no mar.



A produção de petróleo é advinda de municípios como Alto dos Rodrigues, Assú, Carnaubais, Macau e Mossoró. Só a capital do Oeste manda, diariamente, para a refinaria 100 mil metros cúbicos de óleo bruto.

A refinaria produz toda a gasolina consumida no Rio Grande do Norte e o querosene de aviação distribuído para o mercado potiguar e cearense.

Tuerte Amaral Rolim afirma que a Petrobras investirá ainda em 2017, R$ 800 milhões no Ativo Industrial de Guamaré – valor, segundo Rolim, superior ao custo total do Aeroporto de Natal, que é de R$ 500 milhões. “É um [valor] bastante considerável, eu destacaria também que a Petrobras coloca nas suas atividades de operação adicionalmente R$ 1,6 milhões”, destacou.

Reestruturação da RPCC
A Petrobras consolidou nos últimos meses a reestruturação de algumas unidades em todo o país. Uma delas é a Refinaria Potiguar Clara Camarão, que a partir de então, integra o Ativo Industrial de Guamaré, formado ainda pela Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos (UTPF), da Unidade Operacional do Rio Grande do Norte e Ceará.

Esse complexo industrial abriga ainda o Terminal Aquaviário de Guamaré (Transpetro), a base da Petrobras Distribuidora, além do Centro de Defesa Ambiental (CDA) e do Parque Eólico de Mangue Seco.

Essa reestruturação, anunciada em agosto de 2016 pela empreiteira, causou polêmica – fazendo surgir hipóteses sobre uma possível “quebra” da refinaria e, conseguinte, decadência da Petrobras no Rio Grande do Norte. Supostas demissões também acaloraram a discussão sobre a mudança.

De forma enfática, Tuerte Amaral Rolim descartou qualquer possibilidade de demissões e da suposta decadência da empreiteira no Estado. Segundo ele, a reestruturação implantada pela Petrobras tornou-se necessária por conta da crise financeira. Mas, que isso, não significa o fim da Refinaria Clara Camarão, tampouco da produção de petróleo no RN.

“É simplesmente uma mudança no modelo de gestão, onde os processos foram integrados e as interfaces eliminadas, buscando obviamente gerar economia para a Petrobras, não haverá demissões, a refinaria continuará operando normalmente”, disse Rolim.

O gerente geral destaca que a produção da refinaria e o valor de investimento recebido pela empreiteira também não serão alterados. “A produção segue seu curso normal, mas sabemos que toda a produção de petróleo tem seu declínio natural”, afirmou.

Esse declínio, citado pelo gerente geral, se refere à perda de produção de petróleo do RN ao longo dos anos. O Estado chegou a produzir mais de 100 mil barris de petróleo por dia e atualmente, produz 48 mil barris de petróleo por dia.

“É um declínio natural, e que para fazer frente a isso, nossas equipes estão trabalhando, diuturnamente, buscando novas metodologias, novas tecnologias, e vamos continuar maximizando essa produção”, explicou.

A Refinaria Potiguar Clara Camarão produz gasolina, QAV (querosene para aeronaves), diesel, gás natural e óleo combustível para indústria pesada. Só este ano, a refinaria bateu dois recordes de produção de QAV. Atualmente, a unidade tem capacidade de atender a uma demanda de 21 mil metros cúbicos por mês de querosene de aviação. 





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