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ESTADO
Da redação
07/12/2017 07:20
Atualizado
14/12/2018 08:55

Estação de pesquisa da UFRN simula planeta Marte em Caiçara do Rio do Vento

Essa experiência será desenvolvida na estação de pesquisa Habitat Marte, localizada no município de Caiçara do Rio do Vento, distante aproximadamente 100 quilômetros de Natal.
UFRN

Neste fim de semana, entre os dias 8 e 10 de dezembro, uma cidade do interior do Rio Grande do Norte vai ser palco de uma experiência inovadora para a ciência da América Latina.

Um grupo de pesquisadores formado por estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e liderado pelo professor Julio Rezende, do Departamento de Engenharia da Produção (DEP), irá promover uma série de estudos em um ambiente similar ao planeta Marte.

Essa experiência será desenvolvida na estação de pesquisa Habitat Marte, localizada no município de Caiçara do Rio do Vento, distante aproximadamente 100 quilômetros de Natal.

Essa estação está montada dentro do Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (Nupecs) e a ideia de criá-la foi do professor Julio Rezende. “Já coordenava o Nupecs em Caiçara do Rio do Vento, onde desenvolvemos pesquisas sobre construção sustentável. Identificamos uma estrutura que poderia ser adaptada para funcionar como a estação de pesquisa Habitat Marte”, comenta.

A idealização do Habitat também surgiu da experiência do professor no Mars Desert Research Station (MDRS), que funciona na cidade de Hanksville, no sul do estado de Utah, nos Estados Unidos, e que, a exemplo da estação montada em Caiçara, imita o ambiente de Marte.

O primeiro contato do professor com o MDRS aconteceu durante seu pós-doutorado, desenvolvido nos Estados Unidos. Lá, ele percebeu aspectos naturais relevantes e semelhantes com regiões do nosso estado, como diz: “Percebi que as pesquisas sobre sustentabilidade relacionadas à Marte poderiam ser aproveitadas e aplicadas a regiões áridas e semiáridas, como é o caso do interior do Rio Grande do Norte”.


Esforço científico que será realizado no Habitat também tem como meta transformar o lugar em local de formação de educadores e estudantes 

Com essa iniciativa, o professor e os outros pesquisadores envolvidos na tarefa buscam promover a educação espacial, a pesquisa sobre sustentabilidade em Marte e no semiárido, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias, assim como a transformação de ideias em produtos reais no campo das engenharias. Além disso, o esforço científico que será realizado no Habitat também tem como meta transformar o lugar em local de formação de educadores e estudantes propensos a encontrarem novos conhecimentos relacionados à ciência, tecnologia, engenharia, matemática e sustentabilidade pessoal.

“Espero que o projeto chame a atenção da comunidade acadêmica para esse tema e que possamos apresentar os resultados de nossas pesquisas e estudos desenvolvidos”, são as expectativas da jovem Thalita Vianna, uma das astronautas selecionadas para participar das missões no Habitat Marte. Ela é estudante do curso de Geofísica da UFRN e tem como meta dentro do projeto “analisar o solo e a mineralogia das rochas do ambiente semiárido de Caiçara do Rio do Vento para comparar com o solo árido do planeta Marte, pois ambos possuem escassez de recursos”.


Missão que acontecerá no Habitat Marte neste fim de semana é apenas a primeira, e outras estão planejadas para o ano de 2018
Ela participará da missão junto com os estudantes Diogo Borges da Silva, do curso de Geologia, e Pedro Cabral, de Física. Juntos, os três, com apoio do professor Julio Rezende, vão fazer da experiência de habitar Marte um momento de aprendizado. Durante as 48 horas da simulação, os participantes vão promover, basicamente, seis principais conjuntos de atividades: coletar amostra de solos e minérios; fazer observações astronômicas; promover o desenvolvimento e melhorias dos sistemas do Habitat Marte; fazer atividades operacionais da estação; gerar atividades extra-veiculares; e, por fim, elaborar relatórios.

A missão que acontecerá no Habitat Marte neste fim de semana é apenas a primeira, e outras estão planejadas para o ano de 2018. Por se tratar de uma proposta de estudo inovadora para a região, existem muitos campos do conhecimento que podem ser envolvidos nas futuras atividades da estação de pesquisa. De acordo com o professor Julio Rezende, é importante perceber que o Habitat Marte se propõe a “ser um ator participativo no debate da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável e as novas práticas em regiões áridas e semiáridas, trazendo a colaboração com o ambiente, a sociedade e a economia dos territórios”.

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