Cerca de 60% das viaturas da Polícia Militar não saíram às ruas nesta terça-feira, 19, no município de Mossoró. Os policiais cobram o pagamento dos salários em dia e melhores condições de trabalho. A ideia, segundo Cabo Tony Fernandes, da Associação de Praças da Polícia Militar de Mossoró e Região (APRAM), é que o movimento de paralisação das viaturas siga por tempo indeterminado.
"Não tem perspectivas de parar", informou Cabo Tony ao MOSSORÓ HOJE, ressaltando que na área do 12º Batalhão da Polícia Militar, que compreende a área do Alto de São Manoel, apenas uma viatura está rodando.
Estão paralisadas as viaturas do Grupo Tático Operacional (GTO), Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPAM), Força Tática e algumas da Polícia Militar.
Cabo Tony ressalto que os policiais militares não estão com as atividades paralisadas, já que por lei a categoria não pode realizar greve. O efetivo foi remanejado para outras atividades, entre elas administrativas e encaminhados para reforçar a segurança no CEDUC e CIAD, onde adolescentes infratores cumprem penas.
"Foi decido fazer isso não só pelos salários, que está atrasado novembro, o décimo e já vai entrar dezembro, mas também por melhores condições de trabalho, temos caso de que policiais colocaram óleo no carro com dinheiro", afirmou o presidente da Apram.
A paralisação das viaturas também atinge a capital Natal e região metropolitana. Lá, 100% das viaturas não saíram para patrulhamento. Nesta segunda-feira, 18, policiais e bombeiros decidiram iniciar a operação "Segurança com Segurança".
A operação, segundo a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN), consiste em não trabalhar com as condições oferecidas pelo Estado.
Governo do RN
A respeito dos salários dos servidores estaduais, incluindo, agentes da segurança, o governo está negociando a transferência de R$ 750 milhões do Governo Federal para o Estado pagar os servidores que estão com salários atrasados. O valor foi liberado pelo presidente Michel Temer com a imposição de algumas medidas por parte do governo estadual como a aprovação do aumento da alíquota previdenciária para os servidores estaduais.
No entanto, nesta segunda, 18, o Supremo Tribunal Federal suspendeu este aumento, que seria votado hoje na Assembleia Legislativa do RN. Com isso, os deputados do RN, obedecendo a decisão do ministro Lewandowski, cancelou a sessão que votaria o aumento do desconto previdenciário.