29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
15/01/2018 14:02
Atualizado
12/12/2018 23:46

Cia Pão Doce inicia temporada em SP com o espetáculo "A Casatória c'a Defunda"

Entre 21 e 28 de janeiro, a companhia de teatro mossoroense estará em São Paulo, participando do Circuito Sesc de Teatro.
A Cia. Pão Doce de Teatro abre o ano de 2018 com temporada em São Paulo. Durante o mês de janeiro, a terra da garoa receberá os artistas mossoroenses, que levarão na bagagem o espetáculo “A Casatória c'a Defunta”. A circulação é promovida pelo Sesc São Paulo, dentro do Circuito Sesc de Teatro.
 
O projeto é uma ação regular com objetivo de circular obras de teatro que, por sua relevância, difundem e sedimentam pensamentos artísticos. Reflexões que carregam modos de fazer e processos de criação próprios dos grupos e profissionais que circulam pelo interior e capital, fortalecendo a ação em rede da instituição.
 
“Recebemos a proposta com muita alegria, a cidade sempre nos recebe muito bem. Voltar à São Paulo é muito importante para nós, é terra de grandes artistas e bons produtores, a cada apresentação, muitas portas se abrem.”, afirma Romero Oliveira, que integra a trupe.
 
O circuito também oferece oportunidade para aprofundar as pesquisas dos artistas e colocar o público em contato com investigações contemporâneas, que perpassam as relações sociais de nossa época.

A circulação de pensamentos, metodologias e processos criativos por meio de ações criativo-pedagógicas como imersões e residências, além das apresentações de obras teatrais, fortalece o intercâmbio entre os grupos de artistas locais e os convidados de fora, bem como aprofundam a formação dos técnicos de programação da própria instituição (SESC), criando reflexões sistemáticas sobre a linguagem cênica e seu acontecimento como expressão artística. 
 
A G E N D A
 
20/01 Sesc Santo André as 16:00
21/01 Sesc Santana as 14:00
25/01 Sesc Ipiranga 16:00
27/01 Parque Dom Pedro II as 16:00
28/01 Sesc Santana as 14:00

O ESPETÁCULO
 
“A Casatória c'a Defunta” é uma comédia romântica para a rua, palco e espaços alternativos, que surgiu a partir de uma pesquisa desenvolvida pela Cia. Pão Doce de Teatro nas zonas rurais do RN, com o objetivo de descobrir a partir da arte, formas de debater sobre a vida e a morte segundo o imaginário popular.
 
Com uma linguagem popular que assimila costumes, crenças e sonoridades dos rincões brasileiros, o trabalho situa seu encantamento em uma revalorização da ingenuidade, animada por gracejos e humor físico, como a voz esganiçada de Maria Flor, a noiva viva prometida a Afrânio antes de seu casamento equivocado com uma morta.

Esse tratamento lúdico se dispõe a celebrar o amor e a revelar a beleza do singelo, proporcionando aos espectadores novas sensações e boas reflexões sobre a pós-vida, e sobre a cultura popular e sua preservação.
 
O grupo utiliza na construção cenográfica do espetáculo, elementos redefinidos em suas funções a partir da poética “estética da pobreza” do cenógrafo, figurinista e diretor Marcos Leonardo, que utiliza no figurino, adereços e cenário: lona, estopa, madeira de descarte, cobertores, couro, vara de pescar, retalhos de tecidos, calçados velhos, e  iluminação de baixo consumo.

 
O jogo dinâmico dos atores dentro de uma partitura que transita entre o coletivo e o  indivíduo,  assim  como  a  artesania  com  que  armam  as  cenas  sobrepõem texturas às peripécias de Afrânio.

A história serpenteia entre as diversas vozes presentes: ora faz-se música, ora diálogo, ora narração de um coro que também maneja os elementos cênicos, transformando os cenários. Com poucos objetos, como os banquinhos usados sob os pés (numa releitura das pernas de pau), os atores  criam uma  teatralidade  acentuada,  com  momentos  de  poesia  sonora  e visual.
 
Com um texto delicado e metafórico, o autor Romero Oliveira retrata uma história de amor, amizade, respeito e equilíbrio entre os mundos real e espiritual, mostrando através da cena e da música, vida e morte como distintas e ao mesmo tempo equivalentes, navegando entre os ritmos populares do nordeste e canções autorais executadas ao vivo.
 
SINOPSE
 
A Casatória C'a Defunta, conta de modo lúdico e divertido as peripécias de quem já partiu desta vida para uma melhor e dos que ainda respiram por esses ares. Cinco atores em “pés-de-banco” levam a magia para as ruas a partir da história do medroso Afrânio, que está prestes a casar-se com a romântica Maria Flor, mas acidentalmente casa-se com a fantasmagórica Moça de Branco, que o conduz para o submundo. Lá, o jovem fará valorosos amigos e aprenderá uma grande lição, porém está disposto a não desistir do seu amor verdadeiro, mesmo que isto lhe custe a própria vida.
 
CIA. PÃO DOCE DE TEATRO - 15 ANOS
 
A Cia. Pão Doce de Teatro, que comemorou 15 anos de trajetória em 2017, figura hoje entre os importantes grupos teatrais no cenário cultural norte-rio-grandense. Desenvolvendo hoje um trabalho investigativo com foco na construção da presença do ator e da música como elemento de dramaturgia, os artistas continuam aperfeiçoando as suas produções e métodos de interagir com o cenário local, colaborando sempre para a pluralidade cênica na cidade de Mossoró. 
 
O grupo já circulou por quase 80 cidades entre 19 estados brasileiros e desenvolveu durante dois anos um trabalho em mais de vinte zonas rurais no estado do Rio Grande do Norte, com o "Projeto Pão Doce na Rural", o processo despertou na Companhia o interesse de estar cada vez mais próximo do público,  surgindo  assim  em  2014,  o  primeiro espetáculo  para a  rua e espaços alternativos,  “A  Casatória  c’a  Defunta”. Contemplado com o Prêmio Fomento de Incentivo às Artes, este é o primeiro espetáculo do grupo que conta com texto e músicas autorais. 
 
A Cia. Pão Doce de Teatro traz em seu currículo participação em importantes festivais nacionais e internacionais. Foi contemplada em 2014 com o Prêmio Funarte Artes na Rua, representou o RN no Intercâmbio Cultural Palco Giratório 2015 (RN-GO) e no  22º Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, ficando entre os três melhores espetáculos da Mostra Nordeste segundo o júri popular com o espetáculo "A Casatória c'a Defunta", participou da  Aldeia Sesc Seridó 2015, XI e XIII Mostra Ariús de Teatro, do  III e V Festival O Mundo Inteiro é um Palco, organizado pelo grupo Clowns de Shakespeare, do 6º Festival Popular de Teatro de Fortaleza, 17ª Mostra Sesc Cariri de Culturas, do 3º Festival Nacional de Teatro de Rua do Ceará, do 17º encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua, foi selecionada para integrar o Circuito Palco Giratório 2016, recebeu duas indicações ao Troféu Cultura RN 2016 nas categorias de "Melhor Ator" e "Melhor Atriz" e duas indicações ao Prêmio Cenym do Teatro Nacional nas categorias "Melhor Cia. de Teatro" e "Melhores adereços e objetos de cena" levando para casa os troféus de “Melhor Ator” e “Melhores adereços e objetos de cena”. Em 2017 foi convidada à compor a programação do Circuito Sesc de Artes (SP), participou do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto e da Festa Literária  Internacional de Paraty – FLIP (RJ). Em 2018 o grupo estreia o seu novo trabalho “O Torto Andar do Outro” baseado no cordel do mestre Antônio Francisco.

Notas

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