PF filmou o chefe do IBAMA em Mossoró recebendo R$ 500,00 em propina (Veja VÍDEO)
Delegado Igor Conti, que coordena as investigações, afirma que existe provas reconhecidas pela Justiça que comprovam a corrupção; Advogado de Defesa, Gilvan Lira, afirma que o cliente é inocente e vai provar no processo
O diretor regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Armênio Medeiros da Costa, foi filmado, com autoriação da Justiça Federal, recebendo R$ 500,00 em propina. Com base nestas dados da investigação, teve a prisão preventiva decretada.
O seu advogado Gilvan Lira, após conversar com o cliente na manhã desta quinta-feira, 1, assegurou que ele é inocente e que vai provar isto no processo.
A operação foi realizada na manhã desta quinta-feira, 1.
A revelação de que Armênio Medeiros (estava chefe no IBAMA desde 2016) havia sido filmado recebendo R$ 500,00 foi feita pelo delegado Igor Conti, da Polícia Federal, no final da manhã desta quinta-feira, 1, na sede da Polícia Federal em Mossoro, onde o suspeito está sendo custodiado.
Conti coordenou as investigações. Na ocasião, também participou da entrevista o Samuel Elânio de Oliveira Junior, delegado chefe da PF em Mossoró-RN.
Samuel Elânio explicou que a investigação começou a pedido do Superintendência do IBAMA, de Natal. O informe apontava que um pescador de Porto do Mangue havia sido abordado para pagar R$ 2 mil reais em propina para que Armênio Medeiros não instaurasse procedimento de investigação num possível crime ambiente.
Conforme a deuncia, os dois mil deveriam ser pagos em 4 parcelas de R$ 500,00.
Com base nesta informação, segundo Samuel Elânio, a Superintência do IBAMA pediu que o caso fosse investigado pela Policia Federal, tendo sido nomeado o delegado Igor Conti para conduzir os trabalhos.
Igor contou que com autorização do juiz da Décima Vara Federal de Mossoró, foram realizadas diversas diligências e entre elas, o monitoramente por câmeras, que filmaram Armênio Medeiros recebendo R$ 500,00.
Ainda conforme Igor Conti, com base nos depoimentos, provas juntadas ao processo e as imagens gravadas do diretor do IBAMA recebendo a suposta propina, a Justiça Federal decretou a prisão preventiva e determinou que fossem feitas buscas e apreensões na sede do IBAMA em Mossoró.
A Operação realizada na manhã desta quinta-feira, 1, recebeu o nome de Currupiu. Armênio Medeiros foi preso e documentos foram apreendidos.
Os delegados Igor Conti e Samuel Elânio afirmaram que as investigações vão continuar. Esperam que, com as informações tornadas públicas através da mídia, apareçam outras pessoas que também foram vítimas do diretor do IBAMA de Mossoró, considerando que a área de atuação da unidade de Mossoró é todo o Oeste do Rio Grade do Norte. Hoje, o trabalho será tomando depoimentos na sede da PF.
Audiência de Custódia
Às 15 horas desta quinta-feira, 1, está marcado a realização de uma Audiência de Custódia, na sede da Justiça Federal de Mossoró, ocasião que o juiz que decretou a prisão preventiva vai avaliar as circunstâncias e decidir se mantém a prisão ou se revoga.
O delegado Igor Conti garante que existem provas suficientes para a preventiva ser mantida e o advogado Gilvan Lira afirma que não existe provas e que o cliente deve ser liberado.
O advogado Gilvan Lira foi além. Lembrou que em outras ocasiões a Polícia Federal, com autorização da Justiça Federal, conduziu pessoas a PF para prestar depoimento e também com prisão preventiva decretada e durante a instrução do processo ficou provado que era inocente, causando assim um grande estrago na vida de uma pessoa que não deve nada a Justiça. Ele acredita que o caso Armênio Medeiros é assim.
"O fato dele ter sido filmado recebendo qualquer valor em espécie não quer dizer que aquele dinheiro seja referente a propina. Vamos analisar as provas e vamos mostrar provar, na Justiça, que é inocente", destaca Gilvan Lira. Os delegados da PF acreditam no envolvimento de outras pessoas nos crimes de corrupção no IBAMA de Mossoró e que no decorrer das investigações vão ser descobertos e indiciados.