A falta de emprego em diversas áreas é um dos principais assuntos discutidos hoje, principalmente, devido à crise financeira que afeta todo o Brasil. Um dos setores bastante afetados é, sem dúvida, o setor petrolífero.
O Rio Grande do Norte tem sido testemunha da queda de investimento ao longo dos anos, e de ações políticas/administrativas como a venda de campos maduros e a transformação da Refinaria Potiguar Clara Camarão em Ativo Industrial.
A solução, segundo o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) é a união de forças e participação ativa da sociedade para a reversão dessa realidade.
De acordo o Secretário-Geral do Sindipetro-RN, Pedro Lúcio Góis, sem a retomada do processo democrático no país e a retomada da possibilidade de os trabalhadores influenciarem nos rumos da Petrobras, o quadro não será revertido. A busca por essa união é encabeçada pela nova diretoria do sindicato, eleita na sexta-feira, 16.
“Sempre existiu a intenção da retirada da Petrobras do RN”, declarou Pedro Lúcio, enfatizando que a redução de investimentos da companhia no Estado é puramente uma estratégia política.
“Em 1989, nós tivemos a descoberta de grandes campos e naquela época já se falava que não tinha mais petróleo no RN, o que há na verdade, é a intenção da grande elite de direcionar todos os investimentos, especialmente na produção e infraestrutura, para o eixo Sul/Sudeste, e deixar o Nordeste em segundo plano”, disse o Secretário-Geral.
Pedro explica que em 2009 houve um pico de investimento na companhia, mas que hoje representa apenas 20% do que a Petrobras investiu há quase 10 anos. “Com isso, houve uma redução drástica, deixando o rastro de desemprego, uma série de famílias potiguares que dependem dessa indústria”, disse.
Ainda sobre as medidas adotadas pela Petrobras, justificadas como redução de custos, o Secretário-Geral considera como “um dos maiores ataques”, que é o caso da venda de campos maduros.
No Rio Grande do Norte, foi atingido, por exemplo, o campo de Riacho da Forquilha, distante 40 km de Mossoró; o campo de Macau e a Fazenda Belém, em Icapuí-CE.
Segundo Pedro Lúcio, só Riacho da Forquilha chegou a produzir sozinho 10.000 barris de petróleo/dia, o que muitos países não conseguem produzir. "É uma estratégia política, não é porque são melhores do que nós, é uma decisão política do eixo que domina a política nacional em direcionar esses investimentos para lá".
O Sindicato propõe abrir o diálogo com todas as categorias da sociedade pela defesa da Petrobras no RN. “É ampliar a luta, não adianta a gente se fechar, a gente acredita que a retomada dos investimentos da Petrobras não é boa apenas para os trabalhadores, é boa inclusive para a classe empresarial, a retomada dos investimentos da Petrobras precisa superar dogmas ideológicos, deixar de acreditar que defender a Petrobras é coisa de esquerda e defender a venda dos campos é coisa de direita e olhar para as necessidades do nosso povo”, concluiu.