20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
POLÍTICA
Da redação
20/03/2018 11:46
Atualizado
12/12/2018 12:54

Vereador João Gentil defende local adequado para os ambulantes expulsos pela Prefeitura do Vuco-Vuco

Advogado Francisco Lobão denunciou: São trabalhadores, que ficarão sem sustento. O município não está gerando emprego de forma eficiente, e a Prefeitura ainda quer retirar os poucos que ainda existem”
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Na sessão da Câmara Municipal de Mossoró de hoje (20), o advogado Edson Lobão denunciou, em discurso na Tribuna Popular, retirada de comerciantes das proximidades da Universidade Potiguar (UnP) e do Mercado do Vuco-vuco pela Prefeitura de Mossoró. Ele estava acompanhado de comissão de trabalhadores no segmento.

Os comerciantes, segundo ele, receberam notificações para desocupar a área, mas sem nenhuma orientação. “Os trailers que ficam em frente à UNP sustentam mais de 100 famílias. A Prefeitura determinou a retirada desses comerciantes dos locais em que trabalham e não ofereceram nenhuma outra saída”, contou.

E acrescentou: “Como vai ficar a situação dessas famílias? São trabalhadores, que ficarão sem sustento. O município não está gerando emprego de forma eficiente, e a Prefeitura ainda quer retirar os poucos que ainda existem”, criticou.

“Precisamos assegurar trabalho, diante de tanto desemprego”, diz Raério Araujo

Ao fim do pronunciamento de Lobão, 14 vereadores se pronunciaram sobre o assunto. A série de discursos começou com o vereador João Gentil (sem partido), que defendeu plano de manejo e um local adequado para os comerciantes, já que está em jogo subsistência de muitas famílias.

“Se os comerciantes do Vuco-vuco e da UnP estão irregulares, como deixam invadir praças da cidade, como do Mercado Central?”, indagou João Gentil.

O vereador Petras Vinícius (DEM) reforçou as palavras do colega, de que não se pode retirar os comerciantes, sem apresentar um lugar para remanejá-los. “Essa é uma das grandes discussões da cidade: onde essas pessoas vão trabalhar?”, complementou.

O vereador Raério Araújo (PRB) lembrou que o caso não é isolado, pois, no ano passado, pessoas que trabalhavam com aluguel de carros e motos de brinquedos foram retiradas da Praça do Teatro Dix-huit Rosado e da Praça de Eventos. “Precisamos assegurar trabalho, diante de tanto desemprego”.

Na mesma linha, o vereador Rondinelli Carlos (PMN) lembrou que pessoas que trabalhavam com as “motinhas” hoje passam necessidade e defendeu diálogo com a Prefeitura. “O Município precisa direcionar os comerciantes para um lugar adequado, porque eles têm o direito de trabalhar honestamente”.

O vereador Didi de Arnor (PRB) lamentou a situação. “Esse não é o momento adequado, um momento de dificuldade, de pouco emprego. Esses comerciantes trabalham honestamente. Que mal estão fazendo?”, questionou.


“Isso não pode acontecer", diz o vereador Emílio Ferreira
 
A vereadora Sandra Rosado (PSB) disse que está em diálogo com a prefeita Rosalba Ciarlini, para que haja permanência de dentro dos limites legais. “O ordenamento urbanístico é importante, mas há de se encontrar um meio termo para que pessoas não sejam prejudicadas. O secretário Lairinho Rosado (Desenvolvimento Econômico) me informou que há um estudo para ampliar o Mercado do Vuco-vuco para absorver outros novos comerciantes”, disse.

O vereador Emílio Ferreira (PSD) disse que uma remoção abrupta é inaceitável. “Isso não pode acontecer. Para tirar esses cidadãos, tem que haver uma alternativa, um outro espaço. Não podem ficar jogados, como acontece em outros locais, como na Cobal”, alertou.

A vereadora Isolda Dantas frisou que o Rio Grande do Norte mais de 50% massa trabalhadora em situação informal, sem vínculo com a Previdência. “A Prefeitura não pode simplesmente retirar os comerciantes. A cidade tem que ser organizada, mas com gente trabalhando. Até hoje ‘motinhas’ não foram realocadas”, lembrou.

Também na defesa dos pequenos comerciantes saíram os vereadores Tony Cabelos (PSD), para quem o trabalho deles é uma alternativa ao desemprego, e Alex do Frango (PMB), que observou: “Se não fossem os pequenos comerciantes, a crise em Mossoró estaria ainda mais grave, já que não há indústria”.


“Vamos procurar com o Executivo", diz Isabel Montenegro

O vereador Zé Peixeiro (PTC) defendeu a necessidade de ouvir os dois lados em busca de um consenso, Prefeitura e comerciantes, o que foi reforçado pelo vereador Alex Moacir (MDB). “A gestão municipal está aberta ao diálogo, tem a intenção de ampliar o Vuco-vuco. Foi a prefeita Rosalba quem fez o atual mercado. E quem fez a obra para alojar os comerciantes, não tem interesse de prejudicá-los. Então, vamos fazer um amplo diálogo”, conclamou.

O vereador Manoel Bezerra (PRTB) disse que os comerciantes não deveriam ter saído. “Eles não estavam ocupando a rua, não estavam atrapalhando. Vamos formar uma comissão para conversar com a Prefeitura e tentar suspender esse prazo de 72 horas para a retomada”, defendeu.

A presidente da Câmara, Izabel Montenegro (MDB), fechou a série de discursos e assegurou que a Câmara vai intermedir o diálogo dos comerciantes com a Prefeitura. “Vamos procurar com o Executivo. Sabemos da necessidade de cada um de vocês. Vamos busca uma solução que cumpra as leis e atenda às necessidades de todos”, posicionou-se a vereadora.
 

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