29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍCIA
Da redação
23/03/2018 07:31
Atualizado
13/12/2018 20:51

Atas fraudadas na APAMIM permitiram Laíre Rosado fazer empréstimos de R$ 33 milhões em vários bancos

Recursos desviados da APAMIM levaram ao fechamento da Casa de Saúde Dix Sept Rosado em 2014, sendo necessário intervenção judicial, que terminou por descobrir outras somas milionárias desviadas
Arquivo Mossoró Hoje
Além dos desvios descobertos na Operçação Saguessugas, em 2005, e dos outros processos que os crimes prescreveram porque a Justiça Federal demorou a julga-los, o ex-deputado Laíre Rosado Filho, parentes e aliados políticos também são acusados de desvios milionários da saúde, no período de 2008 a 2014, quando ainda estavam no comando, muito embora não aparecesse seu nome, da Fundação Vingt Rosado e da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró-RN.

Laíre Rosado foi preso nesta quinta-feira, 22, na UPA do Belo Horizonte, em Mossoró, pela Polícia Federal, em cumprimento da mandado judicial da Justiça Federal de Mato Grosso, onde ele é condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por desvios de dinheiro público.

Leia mais

Laíre Rosado se livrou de mais de uma dezena de processos por prescrição dos crimes; Veja quais

Em Nota, família se diz surpresa com a prisão de Laíre e que se trata de antecipação de sentença

Vaza foto do ex-deputado federal Laíre Rosado sendo fichado no sistema prisional em Mossoró

Condenado na "Máfia das Sanguessugas", Laíre Rosado é preso pela Polícia Federal em Mossoró

Os desvios da saúde foram descobertos pelo Ministéro Público Estadual, do Trabalho e Federal em agosto de 2014, quando realizaram uma operação na APAMIM e na Fundação, apreendendo documentos, na ocasião, que revelaram que os recursos federais enviados para a APAMIM manter a Maternidade Almeida Castro estavam sendo desviados de várias maneiras por Laíre Rosado Filho, seus familares e aliados politicos.

Um dos meios usados para desviar recursos do SUS, sem que as autoridades percebessem, era fazendo empréstimos milionários em diversos bancos e colocando para pagar com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estes empréstimos eram concebidos mediantes Atas (quem assinava as atas eram pacientes e servidores da APAMIM) e outros documentos fraudados, conforme foi descoberto pelos investigadores do Ministério Público Federal, Estadual e do Trabalho.

Atas fraudadas na APAMIM permitiram Laíre fazer empréstimos de R$ 33 milhões em vários bancos

Os valores dos empréstimos somados se aproximam de R$ 33 milhões, que a APAMIM, para pagar a todos, terá valores de quase R$ 200 mil descontados mês a mês até 2021.

Os promotores descobriram outras formas que os recursos estavam sendo desviados no período de 2008 a 2014, que deve se transformar em mais processos criminais contra Laíre Rosado, familiares e aliados politicos.

Destes empréstimos, os promotores descobriram que haviam 34 "servidores" que tinham salários de R$ 25 a R$ 380 mil reais.

Entre os "beneficiados" com estes salários, estava a atual deputada estadual Larissa Rosado, que aparece com salário de R$ 205 mil. Os promotores desconfiam que a APAMIM não pagava estes salários, deixava acumular, fazia um empréstimo no banco e pagava nos períodos de campanha política, deixando a conta para o SUS pagar.

Em função destes desvios, a APAMIM não pagava os saláios dos servidores da então Casa de Saúde Dix Sept Rosado. Faltava insumos e medicamentos. Os médicos também não recebiam seus pagamentos.

A consequência destes desvios dos recursos públicos injetados na APAMIM, no período que era gerida por Laire Rosado Filho, seus parentes e aliados políticos, foi o fechamento no mês de agosto de 2014. Na esta, considerando a importânica do serviço na região, as três instâncias da justiça reagiram.

Veja mais
Justiça determina intervenção judicial na APAMIM


Teve início a intervenção judicial na APAMIM. A Casa de Saúde Dix Sept Rosado voltou ao seu nome de origem, ou seja, Hospital Maternidade Almeida Castro. Em função dos desvios os médicos relataram que bebês morreram na barriga da mãe em 2014 por falta de onde nascer.

Com a intervenção judicial, os serviços foram restaurados e atualmente a Maternidade Almeida Castro está com mais ou menos 180 leitos ativos, sendo que 50 especiais para bebês que nascem prematuros e com baixo peso, e 8 leitos de UTI adulto.

Como o trabalho de intervenção melhorou os serviços maternos infantis em Mossoró, em 2016, o Governo do Estado solicitou e a Justiça Federal aceitou a transferência dos serviços do Hospital da Mulher para o Hospital Maternidade Almeida Castro.

Veja mais
Justiça transfere serviços e recursos do Hospital da Mulher para a Maternidade Almeida Castro


Os serviços dos interventores judiciais continuam em andamento, para sanar o rombo financeiro de quase R$ 40 milhões, dívidas trabalhistas que se aproximam de R$ 9 milhões, bem executar obras de estruturação do prédio da Maternidade Almeida Castro e renovar os equipamentos.



 

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário