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MOSSORÓ
Da redação
23/04/2018 06:01
Atualizado
14/12/2018 07:28

UBS do Bom Jesus é fechada com corrente e cadeado; dona do prédio alega atraso do aluguel

Proprietária do prédio reclama que não recebe aluguel do prédio há 8 meses; Apesar de alegar ter investido R$ 193 milhões em saúde em 2017, a prefeita Rosalba Ciarlini suspendeu vários serviços essenciais no mesmo ano
Depois que o Secretário Municipal de Saúde, Benjamim Bento, declarou semana passada na Câmara Municipal que havia investido R$ 193 milhões em saúde no ano de 2017 em Mossoró, sendo que este valor representa um acréscimo de R$ 23 milhões a mais do que o qe foi investido em 2016, os prestadores de serviços da Secretaria Municipal de Saúde os servidores começaram a reagir aos descasos que sofreram em 2017 e que estão sofrendo nos dias atuais.

A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, professora Marleide Cunha, declarou ao MOSSORÓ HOJE que não discutia os números financeiros, mas que com certeza os serviços não foram prestados e nem estão sendo. Ela fala que além da estrutrua física dos prédios que está precária, faltam insumos de limpeza e principalmente medicamentos, o que dificulta o trabalho do servidor, que estão com os salários congelados.

Marleide Cunha também destacou que o servidor público municipal que atua nos postos de saúde, UBS e UPAs hoje vivem aterrorizados com a violência. Nos últimos 30 dias, foram cerca de 6 assaltos a UBSs e postos de saúde em Mossoró. No bairro Ouro Negro, a violência dos assaltantes deixou os servidores municipais traumatizados. Nas UPAS, que geramente socorrem baleados, há o risco iminente de invasão e assassinato de baleados.

Investimento na casa de R$ 193 milhões na saúde em 2017, também não se justifica pelo fato de que a prefeita Rosalba Ciarlini e o seu secretário Benjamim Bento, segundo o vereador Genilson Alves, assim que assumiram, terem suspendido os contratos para atendimento ortopédico na UPA do Belo Horizonte e inviabilizado este atendimento de obrigação do município no PAM do bairro Bom Jardim.

Ainda segundo o vereador Genilson Alves, os investimentos deveriam ter sido mesmo porque todas as cirurgias eletivas ficaram suspensas de janeiro a novembro de 2017, deixando centenas de pacientes ortopédicos sequelados por não ter feito a cirurgia corretiva. Muitas destas pessoas ainda não fizeram as cirurgias, inclusive atualmente preferem ficar com braços, dedos e pernas com ossos tortos do que entrar numa fila do SUS novamente.

Os contratos de alugueis onde funcionam as UBS também não foram pagos, outro indício de que ou os recursos não foram aplicados ou se foram não foi em benefício da população. A proprietária da casa onde funciona a UBS do bairro Bom Jesus, Antonieta Gomes, informou em seu perfil no Facebook que não recebe o aluguel do prédio há oito meses e nesta segunda-feira, 23, os portões do prédio amanheceeram acorrentados. 

"Mais uma vez tomamos essa atitude por falta de pagamento. Já soma 8 meses de atraso. Queremos uma resposta da Secretaria de Saúde, porque lá eles dizem qeu não podemos tomar essa atitude, mas a secretaria pode atrasar 8 meses? Sentimos muito, mas só efetuam pagamento quando chegamos a este ponto", justifica Antonieta Gomes.

A professora Marleide Cunha também ressalta que muitos servidores estão sendo perseguidos, por terem cobrado condições mínimas de trabalho e reajustes nos salários conforme a inflação. Segundo a sindicalista, a prefeita congelou os salários dos servidores em 2017 e em 2018. "Agora vem com este discurso de que aumentou em mais de 20 milhões os investimentos em saúde. Não condiz com a realidade", destaca Marleide Cunha.

Se o prestador de serviço acorrentou o prédio que não recebe o aluguel há oito meses, neste dia 24 os servidores municipais vão fazer uma parada de advertência. "Não podemos continuar com estas perseguições e com este congelamento absurdo dos salários", diz Marleide Cunha, explicando que se continuar assim o poder de compra de quem trabalha no município, em pouco tempo, será muito baixo, o que representa mais sofrimento para garantir o sustento da família.


Esclarecendo

Através de sua Assessoria de Comunicação, a Prefeitura de Mossoró divulgou uma nota a imprensa destacando, de forma maldosa, que somente o Hospital Maternidade Almeida Castro, que é gerenciado pela APAMIM, que está sob intervenção da Justiça Federal, recebeu em 2017 o valor de R$ 23 milhões.

O que a nota não explicou é que estes recursos não são da Prefeitura de Mossoro e sim foram enviados pelo Sistema Único de Saúde para custear os serviços maternos infantis que foram prestados na maternidade e auditados pelo município. Ou seja, os R$ 23 milhões são da maternidade e não da Prefeitura de Mossoró. 

Deixou de informar também que o Hospital Maternidade Almeida Castro, em 2017, fez uma média de 17,3 partos por dia (6.283 partos no ano), sendo que 25% destes bebês precisaram de atendimento especial, seja na UTI neonatal (20 leitos), Berçário (13 leitos) ou Canguru (18 leitos), assim como a UTI adulto, que tem 8 leitos.

Por fim, os interventores da Justiça Federal explicaram ao MOSSORÓ HOJE, através de sua assessoria, que receberam a missão de reabrir e reestruurar os serviços maternos infantis no Hospital Maternidade Almeida Castro e que este processo é lento e caro, como todo e qualquer serviço de saúde pública é. A origem dos recursos são SUS, com contra partida do Governo do Estado e da Prefeitura de Mossoro, dentro de suas obrigações para com a saúde pública.  
 

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