18 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:25
MOSSORÓ
Da redação
24/05/2018 09:13
Atualizado
13/12/2018 17:21

Empresária que passou 17 dias na prisão injustamente revela: "Sofri assédio sexual, muito humilhante"

Em entrevista exclusiva ao MOSSORÓ HOJE, Kaline Barros, conta detalhes do tempo que ficou na prisão, revela que perdeu tudo e como foi traumatizante para ela, os filhos, os pais e demais familiares
Cezar Alves
A empresária mossoroense Maria Kaline Barros dos Santos Dantas foi inocentada da acusação de estelionato, pela Justiça Estadual, Comarca de Mossoró.

Kaline foi presa no dia 6 de agosto de 2014, por determinação judicial, supostamente por arquitetar e executar golpes em quatro pessoas simulando venda de imóveis. 

A sentença, dada pela juíza Ana Cláudia Secundo Lemos, saiu esta semana. O advogado Eduardo Sousa diz que agora vai lutar para corrigir os danos sofridos pela empresária.

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A empresária foi investigada e presa por ordem judicial após vender 36 imóveis para a empresa Constusá erguer a casa e entregar ao comprador. Deste total, pelo menos 32 clientes compararam e receberam o imóvel. Os últimos 4 clientes, os imóveis não foram feitos pela construtora, que levou o caso a policia, dizendo que não tinha vínculos de negócios com ela, gerando todo o processo e sua prisão.

Kaline foi levada presa na frente da família (4 filhos, pai e mãe) e vizinhos, teve sua casa revirada pelor policiais e passou 17 dias detida na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, injustamente. Na época que foi presa, o filho mais novo estava com 2 anos e mais velho com 11.

Em entrevista exclusiva ao MOSSORÓ HOJE, nesta quinta-feira, 24, a empresária contou detalhes sobre sua prisão e como tudo foi traumatizante para ela, família e amigos. Disse que foi assediada por mulheres dentro da cadeia e que a acusação injusta feita contra ela fez com que perdesse tudo.

A empresária Kaline Barros passou 17 dias presa CDP feminimo dentro do Centro Penal Doutor Márcio Negócio, em Mossoró. Segundo ela, esse foi um trauma que ela nunca irá esquecer. "É um trauma que eu carrego até hoje, ali é um inferno, sofri assédio sexual, muito humilhante"



"Jogaram a culpa para cima de mim, eu sempre disse que era inocente, sempre trabalhei direito"



Kaline Barros tem quatro filhos. Os meninos ficaram sabendo de sua prisão pelas redes sociais, segundo ela. Sua mãe disse as crianças que ela teria viajado, mas os meninos acabaram descobrindo a prisão da mãe pela internet. "Meus filhos caíram num pranto de choro", disse ela.



No mesmo decreto de prisão, a justiça proibiu Kaline de atuar como corretora de imóveis. Esta decisão só foi revista em 2017. Para se sustentar, feve que mudar de profissão. Fez cursos de bronzeamento, depilação e designer de sobrancelha. Abriu uma clínica de estética para sobreviver. Hoje, seu maior sonho, é voltar a trabalhar com imóveis. "Quero construir casas", diz.

"Nada vai apagar o que eu passei, por mais que eu entre com ação de danos morais, que seja restituída mais na frente, nada vai apagar o que eu passei e todos os traumas que eu carrego aqui dentro de mim"



A empresa Kaline Barros assegurou que vai sim acionar a Justiça contra a Construtora que destruiu sua vida e que a luta maior agora será procurar os veículos de comunicação pedindo direito de resposta para mostrar a sentença judicial, provando que é inocente, que nunca cometeu crime de estelionato e que foi vítima de uma trama que lhe destruiu profissionalmente. 

O advogado Eduardo Sousa, que atuou no processo, disse que trabalha no setor imobiliário há muitos anos e conseguiu reunir as provas necessárias e até além disto para que o Ministério Público Estadual, inclusive, se sentisse seguro para opinar pela absolvição da Kaline Barros, que segundo o advogado foi vítima de uma injustiça tremenda, uma das maiores que um ser humano pode sofrer. 

Sousa confirma que vai atuar, agora, para que os danos materiais e morais sofridos pela empresária durante todo este tempo após ter sido acusada pelo um crime que não cometeu, seja restituído. "O primeiro passo é levar ao conhecimento da sociedade, através da imprensa, que ela é inocente e a Justiça reconheceu esta condição. O segundo passo é acionar a própria justiça para que ela seja devidamente indenizada pelos danos que sofreu" destaca o advogado.

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