29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
04/07/2018 08:56
Atualizado
13/12/2018 02:33

Rotina de assaltos compromete atendimento médico em Mossoró; UBS foi assaltada 6 vezes esse ano

UBS Dr. Luiz Escolástico Bezerra, do Santa Delmira, já foi assaltada seis vezes somente este ano; traumatizadas com assaltos, médicas estão de atestado; bandidos já roubaram cadeiras e até fios de cobra do ar-condicionado.
Cezar Alves
Mossoró/RN - A rotina de assaltos a postos de saúde é uma realidade que vem assustando e preocupando moradores e funcionários em Mossoró, na região Oeste potiguar. A exemplo disso, as duas médicas que atendem na Unidade Básica de Saúde (UBS) Doutor Luiz Escolástico Bezerra, localizada no bairro Santa Delmira, ficaram traumatizadas com mais um assalto que sofreram há poucos dias e estão de atestado médico.

Somente este ano, o posto de saúde do Santa Delmira foi assaltado seis vezes. O posto de saúde do abolição I, II e IV também sofreram vários assaltos e arrombamentos este ano. Os bandidos, quase sempre, levam celulares dos pacientes e funcionários, além de cadeiras, ventiladores, botijão de gás e até os fios de cobre da tubulação de ar-condicionado.

O MOSSORÓ HOJE visitou a UBS na manhã desta quarta-feira, 4, e constatou a situação. Uma enfermaria relatou a nossa reportagem o verdadeiro terror vivido durante o último assalto.

“Foi um terror, um terror nesse dia aqui, ele (o assaltante) ameaçando, ameaçando com o revólver, ele não disparou nenhum tiro não, mas ficou gritando que se alguém avisasse a polícia ia sair atirando em todo mundo, teve uma criança aqui que entrou em choque”, relatou a enfermeira, que pediu para não ser identificada.

Até a médica e duas pacientes que estavam sendo atendidas por ela foram assaltadas. O bandido levou celulares, joias e outros pertences. Em outro dia dia, eles arrombaram uma janela levaram os fios de cobre da tubulação de ar-condicionado. Por conta do estrago feito pelos ladrões, um dos aparelhos ficou inutilizado e os outros dois o técnico está tentando consertar.

“Como nossas portas aqui todas são trancadas, e as chaves são guardadas, eles não passam dos consultórios, eles entram pelas janelas e daí voltam, porque como as portas são reforçadas eles não conseguem, mas já tentaram arrombar, duas vezes entraram pelo consultório da dentista, bagunçaram tudo e levaram as cadeiras de plástico [...] o botijão de gás todo dia a gente desconecta e esconde porque já levaram três, botijão de água também”, relatou a enfermeira.

Por conta dos assaltos, a partir de agora, quando os funcionários fecham o posto de saúde no final do expediente, escondem os aparelhos odontológicos (de maior valor) e outros materiais, na tentativa de evitar que os bandidos os roubem. A funcionária relata que os assaltantes já chegaram a roubar até medicamentos. Hoje isso só não é possível porque o posto não conta mais com farmácia. “Agora só num leva porque não tem”, disse.

A enfermeira informou ainda que nesta quarta, a diretoria da UBS Samara Freitas está em reunião com o secretário de saúde, Benjamim Bento, na tentativa de solucionar a questão do atendimento, já que as duas médicas estão de atestado. No momento, um médico já se comprometeu a cobrir o horário.

O posto de saúde do Santa Delmira conta, em tese, com dois médicos na semana. O atendimento acontece de segunda a quinta-feira, no período da tarde. As consultas são marcadas na sexta-feira. Em média, 50 pessoas são atendidas por dia na unidade, além dos atendimentos feitos em casa. Além do Santa Delmira, a UBS atende moradores dos bairros Redenção, Parque das Rosas, Favela do Fio, Santa Júlia e Conjunto Monsenhor Américo (Abolição V).

Vale lembrar que anteriormente, os postos de saúde e escolas de Mossoró contavam com a presença de guardas civis municipais – o que não acontece mais. Este fato provocou o substancial aumento dos arrastões nos postos de saúde e escolas.

Ronda da saúde
Durante a conversa da reportagem com a enfermeira do Posto de Saúde do Santa Delmira, chegou uma equipe da Guarda Municipal. Entrou, conversou com os servidores, tomou água, sentou um pouco e depois seguiu a rotina. Eles disseram que fazem parte da ronda da saúde e passam todo dia nos postos de saúde. Sobre os assaltos, falaram da dificuldade, pois o assaltante fica aguardando a ronda passar para fazer o assalto. Uma moradora aproveitou a presença da guarda municipal no posto de saúde, para ir buscar um atendimento para sua filha. 
 

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