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MOSSORÓ
Da redação
10/09/2018 13:06
Atualizado
14/12/2018 03:21

Mortandade de peixes em Passagem de Pedras chega ao seu nível mais crítico

Final de semana foi considerado pelos pescadores como o pior momento, visto que os peixes mortos estavam aos montes à beira do rio, servindo de banquete para os urubus
Cézar Alves
Os pescadores da região de Passagem de Pedras voltaram a denunciar a mortandade de peixes. O Final de semana foi considerado pelos pescadores como o nível mais crítico, visto que os peixes mortos estavam aos montes à beira do rio, servindo de banquete para os urubus, Para não ver um desastre ainda maior, os pescadores pescavam os peixes que ainda estavam vivos.

"O pessoal levou de baldes, de sacos, eram muitos peixes que estavam morrendo", explicou o presidente do conselho comunitário de Passagem de Pedras, Fernando Martins. Para ele, não se sabe se a situação tende a melhorar esta semana. "Ainda vou ver como esta a situação. Por enquanto estamos vendo um cenário bem pior do que o que vimos no mês passado".

O caso foi noticiado pelo MOSSORÓ HOJE no início do mês de agosto. Todos os anos, salinas e produtores de camarão da região despejam uma grande quantidade de rejeitos que, ao alcançarem o rio Mossoró provocam uma tragédia. Matam todos os peixes, afetam o mangue e, consequentemente, atingem todo o meio ambiente. Como se não bastasse, mais de cem famílias que dependem da pesca na área são afetadas. "Até setembro não teremos mais nenhum peixe. Daqui até Grossos será assim e ninguém vê", disse um dos pescadores.

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A denúncia dos pescadores é antiga, mas eles admitem que não tem força para enfrentar os empresários que exploram economicamente as salinas. Acreditam que os órgãos de fiscalização fazem vistas grossas para o problema que perdura há anos.
Na ocasião, o presidente do Sindicato da Indústria de Moagem e Refino de Sal do RN (SIMORSAL), Renato Fernandes, explicou que este fenômeno ocorre de tempos em tempos por se tratar de algo natural chamado de "rescaldo topográfico". 

O rescaldo topográfico seriam ondulações que provocam represamento e quando a maré alcança uma altura de 3,6 metros, joga a água salgada para o rio, provocando a salinização. "Por isso, não se trata de jogar rejeitos, mas de um processo de salinização provocado pela natureza", explicou.

Para evitar um problema maior, os salineiros contrataram um consultor para a elaboração de um canal para que as águas-mães pudessem ser desejadas novamente no mar, evitando que a contaminação do rio fosse maior. "A barragem também ajuda muito nisso. Não fosse, ela o rio inteiro ficaria salinizado", disse Renato Fernandes.

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