O Tribunal do Júri Popular volta a se reunir nesta terça-feira, 11, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins. Nesta pauta está previsto julgamento de mais de quatro dezenas de crimes contra a vida em Mossoró e também de cidades vizinhas.
O primeiro réu a sentar no banco dos réus diante da sociedade é Alisson Breno Pereira Santiago, de 21 anos, que vai responder pelo assassinato de Railson de Sousa Filgueira, à época com 22 anos, crime este ocorrido às 14h30 do dia 14 de maio de 2017, no Conjunto Promorar, em Mossoró-RN.
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Segundo o Ministério Público Estadual, que no julgamento vai está representado pelo promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro, Alisson Breno matou Railson de Sousa usando um revolver calibre 38 na companhia de uma pessoa de nome Miau, que está foragido.
O réu confessa o assassinato em interrogatório a autoridade judicial durante a instrução do processo, na presença do advogado, do promotor.
Segue um trecho esclarecedor do interrogatório
“ Interrogatório Alisson Breno Pereira Santiago [Juiz]: com relação a Railson aqui, foi você que o matou? [Acusado]: vou explicar a Vossa Excelência como foi, uns dias antes eu tinha saído já da minha casa, porque eles tinham tentado me matar, o Railson com outros caras lá, aí eu tinha saído de casa, porque eles já tinham atirado lá, minha mãe quase morre do coração, minha vó... Aí eu saí de casa, fui passar uns dias na casa da minha tia, que era pra mim já ir embora, aí só que nesse dia, foi o dia das mãe aí eu fui na casa da minha mãe, pegar um documento do emplacamento da minha moto. Aí eu fui e peguei o documento lá, aí minha mãe falou que ele tinha acabado de sair de lá com uma arma na mão mandando eu sair pra fora, aí eu disse ta bom, aí eu só fiz sair. Quando eu fui dobrando a esquina tava ele e outro, atiraram em mim, eu saí da minha moto. Aí pronto, eu saí correndo e atirando pra trás, eu tava armado também, aí quando eles atiraram em mim eu caí da moto, quando levantei já saí correndo e atirei pra trás. [Juiz]: aí você tava armado? [Acusado]: tava armado, porque ele tava me ameaçando. [Juiz]: aí essa confusão foi porque? [Acusado]: rapaz foi porque eu comecei a andar com um menino lá aí ele começou a me ameaçar. [Juiz]: era inimigo de bairro? [Acusado]: não. Eu andava com um menino lá, aí ele pegou começou a me ameaçar... [MP]: aí você tava só ou tava com alguém? [Acusado]: eu tava sozinho na minha moto. [MP]: e o Miau quem era? [Acusado]: Miau não tava não, eu tava sozinho. [MP]: mas era conhecido seu Miau? [Acusado]: conheço ele... Era conhecido meu porque morava perto lá de casa. [MP]: então, ele não andava com você? [Acusado]: não, tava comigo não, na hora não, eu andava sozinho. (...) [MP]: aí nesse tiro pra trás pegou nele? [Acusado]: não deu pra mim ver não, porque eu atirei pra trás e saí correndo. [MP]: aí essa arma era sua? [Acusado]: eu tava andando armado justamente por isso, porque ele tava atrás de me matar. (...).
O julgamento deve começar por volta das 8h30, com o sorteio dos jurados que vão atuar nesta pauta do Tribunal do Juri Popular, previsto de ir até o dia 19 de dezembro. Após decidido os jurados, o presidente do TJP, juiz Vagnos Kelly sorteia os sete jurados do dia.
Antes dos debates, réu deve ser interrogado pelo juiz Vagnos Kelly, promotor Armando Lúcio Ribeiro, devendo responder perguntas também do advogado de defesa Ricardo Luiz da Costa, assim como dos jurados, caso assim eles desejem.
Em seguida o promotor Armando Lúcio terá 90 minutos para pedir a condenação do réu, se assim entender, e o advogado de defesa terá 90 minutos para convencer os jurados de sua tese de defesa. O julgamento deve terminar por volta de meio dia desta terça-feira.