29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
11/09/2018 14:17
Atualizado
14/12/2018 03:24

Delegado abre inquérito para apurar mortandade de peixes; vídeo mostra situação crítica

Edvan Queiroz explicou que o inquérito não tem um prazo para a sua conclusão, visto que vai depender das análises e estruturas das instituições para análise da água e dos peixes mortos na área
O delegado Edvan Queiroz,da Primeira Delegacia de Polícia, instaurou um inquérito policial para investigar as causas que estão provocando a mortandade de peixes na comunidade de Passagens de de Pedras.  O delegado está atendendo a um pedido da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Mossoró, que se baseou em reportagens publicada pelo MOSSORÓ HOJE.

Edvan, a partir das entrevistas publicadas no portal e também em vídeos, pretende enviar ofícios à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Ufersa, Ibama e Idema na intenção de que sejam realizadas análises e perícias mais detalhadas sobre a sanilização do rio.


O delegado solicitou as entrevistas que a reportagem fez em passagem de pedra. Solicitou imagens também. E vai enviar oficíios para UERN, UFERSA, e Idema para produzir perícias sobre o quadro.

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Em entrevista, o delegado Edvan Queiroz explicou que o inquérito não tem um prazo para a sua conclusão, visto que vai depender das análises e estruturas das instituições para análise da água e dos peixes mortos na área. "Ainda vamos investigar até onde há culpa de empresas envolvidas ou se realmente é algo natural. Pode ser que haja um ajustamento de conduta das das salinas que exploraram a área economicamente. Mas, tudo ainda é preliminar", comentou.



O inquérito também visa apurar o impacto ambiental da exploração salineira sobre o rio e até onde existem as cosequências da atividade humana ao provocar a mortandade dos peixes. "Não é a primeira vez que realizamos um trabalho de caráter ambiental. Em Upanema tivemos uma situação bem parecida, só que lá a mortandade dos peixes foi provocada pela superpopulação e não pela salinização", lembra Edvan.

O delegado disse que o apoio das instituições universitárias será fundamental para compreender o fenômeno em Passagem de Pedras, pois elas detém de conhecimento técnico de cromatografia gasosa, que se baseia na química orgânica para separação de compostos, que podem ser  melhor analisados. "Já estamos solitcando um laudo com imagens aéreas de toda a extensão para entendermos esta situação", afirmou.

Os pescadores da região de Passagem de Pedras voltaram a denunciar a mortandade de peixes. O final de semana foi considerado pelos pescadores como o nível mais crítico, visto que os peixes mortos estavam aos montes à beira do rio, servindo de banquete para os urubus, Para não ver um desastre ainda maior, os pescadores pescavam os peixes que ainda estavam vivos.

"O pessoal levou de baldes, de sacos, eram muitos peixes que estavam morrendo", explicou o presidente do conselho comunitário de Passagem de Pedras, Fernando Martins. Para ele, não se sabe se a situação tende a melhorar esta semana. "Ainda vou ver como esta a situação. Por enquanto estamos vendo um cenário bem pior do que o que vimos no mês passado".

O caso vem sendo noticiado frequentemente pelo MOSSORÓ HOJE desde o mês passado. Todos os anos, salinas e produtores de camarão da região despejam uma grande quantidade de rejeitos que, ao alcançarem o rio Mossoró provocam uma tragédia. Matam todos os peixes, afetam o mangue e, consequentemente, atingem todo o meio ambiente. Como se não bastasse, mais de cem famílias que dependem da pesca na área são afetadas. "Até setembro não teremos mais nenhum peixe. Daqui até Grossos será assim e ninguém vê", disse um dos pescadores.
 

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