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POLÍCIA
Da redação
11/09/2018 15:29
Atualizado
14/12/2018 08:45

Justiça adia julgamento de mais dois acusados da morte do vereador Manoel Botinha, de Assu

Julgamentos aconteceriam nesta quarta-feira e quinta-feira, 12 e 13, no Fórum Municipal de Mossoró; Ambos são acusados de matar o vereador Manoel Botinha, em abril de 2015. No caso, três foram condenados
Arquivo Pessoal
A Justiça potiguar adiou o julgamento de dois réus acusados de participação no assassinato do vereador de Assu, Manoel Ferreira Targino, o Manoel Botinha, crime este ocorrido em abril de 2015.

Os réus Welber Veríssimo de Melo, o Ebinho, de 35 anos, e Jalisson Wagner Veríssimo de Melo, o Jalin, 26 anos, seriam julgados nesta quarta-feira e quinta-feira, 12 e 13, respectivamente, no Fórum Desembargador Silveira Martins, em Mossoró.

O juiz Vagnos Kelly de Medeiros Figueiredo informou que ambos serão julgados em novas datas: 19 e 26 de outubro deste ano. Os casos foram desaforados da Comarca de Assu devido à grande repercussão do crime.

O motivo para o adiamento, segundo o juiz presidente, foi a incompatibilidade de agendas das defesas.

A morte do vereador assuense é marcada por crime de pistolagem na região do Vale do Açu. Inclusive, o pistoleiro José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa, que seria julgado dia 6 de setembro também teve que ser adiado. Até o momento, três envolvidos no crime foram condenados por júri popular.

Veja nomes de todos os acusados:

1 - José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa ou Junior Aleijado, de 39 anos, motorista, natural de Ceara Mirim.
2 - Itamar Veríssimo de Melo, de 43 anos, comerciante, natural de Macau. (condenado 30 anos e 8 meses de prisão)
3 - Welber Veríssimo de Melo, o Ebinho, de 35 anos, agricultor, natural de Assu.
4 - Jalisson Wagner Veríssimo de Melo, o Jalin, de 26 anos, natural de Macau, agricultor
5 - Valdete Veríssimo de Melo, o Negão, está foragido.
6 - Douglas Daniel Morais de Melo, de 22 anos, estudante, natural de Assu; (Condenado 25 anos e 4 meses de prisão)
7 - Joelma de Morais Ferreira, de 40 anos, comerciante, natural de Ipanguaçu (condenada 28 anos e 8 meses de prisão)

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Crimes de vingança deixam rastro de sangue pelo Vale do Açu

Toda intriga que terminou com o assassinato de Manoel Botinha e a tentativa de homicídio contra Biano, segundo relata o Ministério Público Estadual, havia começado em 2013, com a inimizade entre Tassio Morais (casado com Cláudia dos Santos) e genro João Batista Ferreira Braz, o Torinho, que é irmão de Manoel Botinha e Claudete Santos. Torinho era padrasto da mulher de Tassio Morais.

Tassio é sobrinho de Joelma Morais Ferreira, casada com Genésio Veríssimo. Naquele ano de 2013, Tassio Morais, após uma discussão, atirou com balins em Torinho e terminou acertando a sogra dele, Claudete Santos.

Por este fato, Torinho teria contratado os pistoleiros Jefferson Lourenço da Fonseca Lemos e Marcelo Pereira de Sousa, o Negão, para matar Tassio Morais. Tassio Morais terminou executado a tiros na zona rural do Alto do Rodrigues no dia 24 de julho de 2014.

Daí a família de Tobias Morais, que é irmão de Joelma Morais se uniram à família Veríssimo para contratar os pistoleiros Francisco Paulino da Silva Junior, o “Fabinho ou mal de Duzentos” (morto em confronto com a polícia durante a “Operação Abril Despedaçado”), para matar Torinho, como vingança pela morte de Tassio Morais, que havia ocorrido na zona rural do Alto do Rodrigues.

Torinho terminou assassinado no dia 28 de setembro de 2014, quando assistia TV, em sua residência, na localidade de Arapuá, no município de Ipanguaçu. Depois deste crime, no dia 17 de fevereiro de 2015, Genésio Veríssimo foi assassinado com tiros de doze, em Itajá/RN, onde morava.

Os irmãos Veríssimo passaram a acreditar que Manoel Botinha e o filho Evanoel Ferreira Targino (irmão e sobrinho de Torinho) haviam contratado pistoleiros para matar Genésio Veríssimo, como vingança pelo assassinato de Tourinho, tempos antes na localidade de Arapuá, em Ipanguaçu.

É quando Itamar Veríssimo, Valdete Veríssimo de Melo, o Negão, Welber Veríssimo de Melo, o Ebinho; Jalisson Wagner Veríssimo de Melo, o Jalin; Douglas Daniel Morais de Melo e Joelma de Morais Ferreira, teriam passado a planejar o assassinato de Manoel Botinha e Evanoel.

Manoel Botinha foi avisado pelo ex-prefeito de Itajá Licélio Jackson Guimarães, e também por um ex-vereador daquela cidade, Max Blênio Medeiros da Silva, que os irmãos Veríssimo estavam planejando matar ele e o filho, Evanoel Ferreira.

Manoel Botinha, então, se reuniu com Itamar Veríssimo para dizer que não matou Genésio Veríssimo. Desta reunião, Itamar teria dito a Botinha que da parte dele poderia ficar tranquilo, pois não iria matar ele e nem o filho, porém não respondia pelos irmãos.

Após isto, a família Verissimo teria se reunido várias outras vezes com o objetivo de definir como se vingar do assassinato de Genésio Veríssimo, matando Manoel Botinha e o filho dele Evanoel Ferreira.

Diante do que foi decidido, segundo relata o MP/RN, Itamar, Ebinho e Negão, por intermédio do conhecido pistoleiro Sérgio Tavares dos Santos, contrataram, em Natal, contrataram o pistoleiro José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa (foto à direita), para consumar a vingança.

Sérgio Tavares teria recebido R$ 2,5 mil por intermediar a contratação do pistoleiro Feitosa, por R$ 15 mil. Com o pistoleiro contratado, começaram a levantar os recursos para custear a vingança.

Joelma e Douglas entregaram o caminhão F.4000 para Ebinho vender, no dia 5 de março de 2015, por R$ 50 mil com a ideia fixa de custear a vingança do assassinato de Genésio Veríssimo, matando Manoel Botinha.

Após vender o F.4000, Jalin e Negão pagaram os R$ 15 mil a Feitosa, e, juntos, passaram a estudar a melhor forma de matar Manoel Botinha, o que terminou acontecendo no dia 22 de abril de 2015, na Oficina Canaã, tendo ocorrido ainda a tentativa de homicidio contra a vida do mecânico Biano.

O assassinato de Manoel Botinha

Jalin pilotou a moto para Feitosa se aproximar e cometer o crime e depois fugir. Outros dois carros, com os irmãos Veríssimo, teriam sido vistos nos arredores dando cobertura a ação dos pistoleiros, para agir, caso necessário ou acontecesse qualquer eventualidade. No ato, o pistoleiro Feitosa teria apontado a arma para Botinha e avisado que ele iria morrer. Apertou o gatilho, mas não disparou. Daí Biano gritou: "É brincadeira?", despertando atenção do pistoleiro para si. Sofreu dois tiros. Depois o matador se virou para Botinha o executou com 8 tiros.

Notas

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