Estudantes da Universidade Potiguar (UnP), em Mossoró, tornaram público nesta quarta-feira (12), uma denúncia grave a respeito de ato de machismo, supostamente, praticado por graduandos do curso de Direito. A aluna Raadna Karine, de 19 anos, compartilhou o fato em suas redes sociais e horas depois o assunto ganhou grande repercussão.
Conforme a publicação da estudante, “acontece que os #machosescrotos da turma resolveram através de um grupo do WhatsApp expor as meninas da sala de forma indigna, desrespeitosa e humilhante, fazendo comentários sobre suas idades, aparência, quem eles queriam “pegar” ou “não pegar” utilizando-se de termos totalmente vexatórios constrangedores e ainda fazendo apologia ao estupro”.
Ao MOSSORÓ HOJE, Raadna Karine disse: “Nós, alunas do 2TA, esperamos que as medidas sejam tomadas e que as pessoas possam refletir sobre o preconceito que, muitas vezes, passa por despercebido”.
As imagens mostram ainda que um dos integrantes do grupo adverte os demais sobre a forma como se referiram às mulheres: "Só um pedido, na moral, usar esses termos de comer, arrochar, pegando e tal quando se referem a alguma menina não é legal e nem justo, pq mulher não é objeto ou comida. Sem querer ser chato ou algo do tipo, mas é bom a gente ter essa consciência, na boa mesmo".
Os prints, publicados pela jovem, mostram mensagens como:
"A gente diz as meninas que é só uma confraternização, taca
catuada em todo mundo"
"Rapaz tem uma lá que anda com um
viado, se ela vacilar eu
toru no
mei"
"
To doido pra torar uma novinha, pode ser qualquer uma da sala"
Ainda em sua publicação, a estudante escreveu: “Parecem não estar absorvendo nada do que diz o nosso ordenamento jurídico sobre igualdade de gênero, consentimento e respeito”, comentou a estudante Karine em sua postagem.
O MOSSORÓ HOJE entrou em contato com a Universidade Potiguar sobre o caso. Por meio de nota, a assessoria de comunicação informou que a instituição está apurando o caso para adoção das medidas necessárias cabíveis.
Informou ainda que a universidade " não pactua com qualquer atitude que venha a ferir os direitos humanos e a diversidade. Inclusive tem como princípios estabelecidos em sua política universitária a defesa da luta contra a desigualdade de gênero para que nenhuma mulher sofra qualquer tipo de violência ou discriminação pelo fato de ser mulher".
Na nota, a instituição repudiou qualquer expressão que "implique objetificação do ser humano ou desrespeito à sua dignidade".
"Como formadora de pessoas para o mercado de trabalho, a UnP tem firme compromisso com a cidadania, consubstanciada nos valores éticos, sociais, culturais e profissionais", concluiu.