20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
POLÍCIA
Da redação
17/10/2018 11:04
Atualizado
13/12/2018 10:28

Júri absolve réu acusado de matar pastor em Mossoró; "É um crime de justiça com as próprias mãos", diz promotor

O júri absolveu o cobrador José Evilásio Maia Júnior do crime de homicídio ocorrido em 2012 no Aeroporto II; A vítima era Pastor Zezito, de 58 anos
Reprodução/TV Terra do Sal
"É um crime de justiça com as próprias mãos". Dessa forma o promotor de justiça Carlos Henrique Haper Cox definiu o enredo do júri popular que aconteceu nesta terça-feira (17), no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró.

O cobrador José Evilásio Maia Júnior foi absolvido pelo assassinato de José Francisco da Silva, conhecido popularmente como Pastor Zezito, de 58 anos. O crime ocorreu em 1º de novembro de 2012, no bairro Aeroporto II.

Em plenário, o réu José Evilásio confessou que havia denunciado pastor Zezito porque ele teria molestado sua sobrinha de 13 anos. A menina foi criada pelo réu e sua esposa. Na época do crime, a Igreja Batista do Aeroporto emitiu nota informando o afastamento do pastor de suas funções.

Evilásio disse que no dia do crime chegou ao local para procurar um endereço, pois trabalhava como cobrador de crediário. Relatou ainda que a vítima, pastor Zezito, ao encontrá-lo, começou a bater nele com a muleta. O objeto teria tocado na arma e disparado contra a vítima.

"Eu creio que eu tenha disparado a arma mas porque  ele desceu da moto que estava e com a bengala ficou tentando me bater, me chamando de vagabundo, disse que porque eu tinha levado ele para delegacia, aí eu peguei tentei sair andando,ele veio atrás de mim, ai eu peguei estava com a arma na cintura porque eu era cobrador de crediário, ai eu puxei, ele pegou deu com bengala na minha mão e pra mim a arma disparou [...] como eu levei ele para a delegacia, aí ele veio para cima de mim", afirmou o réu.

O promotor Carlos Henrique explicou que, de fato, pastor Zezito estava sendo investigado pelo crime. Mas, o inquérito policial estava no início. Ou seja, não se podia afirmar que ele cometeu o crime contra a sobrinha do réu. Consta na denúncia que pastor Zezito teria molestado duas adolescentes, ambas de 13 anos, no antigo Clube Aspetro, em Mossoró. Ele teria conseguido levar as meninas ao local com o pretexto de ensiná-las a nadar e na ocasião teria tocado as partes íntimas das meninas.

Conforme o promotor, o cobrador José Evilásio tomou conhecimento da informação, denunciou à Polícia e pouco tempo depois, na manhã do dia 1º de novembro de 2012, procurou o pastor Zezito. Sacou  um revólver e efetuou vários disparos contra ele.  Pastor Zezito não tinha uma das pernas, e por isso, usava muleta. O crime aconteceu em frente à esposa da vítima.

Carlos Henrique Haper Cox declarou que o crime nada mais é do que uma situação de se fazer justiça com as próprias mãos. "O que vai ser debatido aqui hoje na verdade é se a gente admite que se faça justiça com as próprias mãos e se havia proporcionalidade entre o que ele praticou e o que estava sendo atribuído inicialmente a vítima, ficar por isso mesmo também não tem como", afirmou.

O júri popular foi presidido pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. Os interesses do réu foram defendidos pelo advogados Anchieta Costa Lima e Stannyslau Lima.



 

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