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MOSSORÓ
Da redação
29/10/2018 05:37
Atualizado
13/12/2018 23:03

Ginecologista obstetra explica vantagens do DIU como método de prevenir à gravidez

Campanha do Ministério da Saúde, iniciada este ano, visa ampliar o uso do dispositivo intrauterino como método de prevenir gravidez indesejada; Em Mossoró, a Maternidade Almeida Castro oferece a inserção do DIU de forma gratuita
Cezar Alves
Método pouco popular entre as mulheres, principalmente entre as mais jovens, o Dispositivo Intrauterino (DIU de cobre) se revela como uma opção segura, rápida e fácil para as mulheres que não desejam engravidar em determinado período. O dispositivo pode ser usado tanto por mulheres que tiveram bebê quanto por aquelas que abortaram – com a devida avaliação médica de cada caso.

No final do ano passado, o Ministério da Saúde publicou a portaria nº 3.265, que instituiu a ampliação do acesso ao DIU no país. O objetivo principal é evitar a gravidez indesejada, principalmente entre as adolescentes e jovens.

Em maio deste ano, o governo federal iniciou a distribuição dos aparelhos nas maternidades de todo o país. Em Mossoró, o Hospital Maternidade Almeida Castro recebeu 400 dispositivos, além da capacitação para os profissionais.  Na unidade, o trabalho é coordenado pela ginecologista obstetra e professora de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Rejane Maria de Oliveira Holanda.

Ginecologista Rejane Holanda explica objetivo da campanha de acesso ao DIU:



De acordo com a médica, dos 400 dispositivos que chegaram à maternidade, mais de 280 já foram utilizados. Só na última quarta-feira (24), sete mulheres optaram pelo método para evitar gravidez. O procedimento é totalmente gratuito.

A médica explica que o DIU é 100% seguro, de fácil inserção – evitando assim dores na paciente, e mais, pode ser retirado quando a mulher decidir ter filhos. O dispositivo pode ser utilizado por no máximo 10 anos e ser colocado sem necessidade de burocracia – não precisa da assinatura de documentos, como é o caso da laqueadura tubária, a famosa "ligação", método irreversível.

Após o parto ou aborto e considerando as condições clínicas da paciente, as mulheres são orientadas a respeito do DIU. Caso deseje realizar o procedimento, um termo é assinado na própria maternidade. Tudo rápido, seguro e acessível. "Quando ela chega na maternidade para ter filho é uma oportunidade que ela tem de encontrar um médico, de encontrar uma pessoa capacitada para ela fazer esse planejamento, após ela colocar o DIU, a gente pede para ela retornar com 30 dias já com uma ultra realizada, a gente solicita quando elas recebem alta, para mostrar a gente como está o DIU e a gente liberar ela para os postos de saúde", explicou.

Ginecologista explica como funciona o DIU:



A ginecologista explica que, na maternidade, o método está sendo bem aceito pelas mulheres. Muitas, inclusive, conheciam pouco o dispositivo, mas depois da orientação apostaram no DIU como método para evitar gravidez indesejada. É o caso de Tatiane da Silva, de 32 anos. Em entrevista ao MOSSORÓ HOJE, ela contou que já conhecia o DIU e sempre quis utilizar, no entanto, não conseguiu ter acesso ao dispositivo nas unidades de saúde do município.

Na última semana, Tatiane teve um aborto e foi atendida na Maternidade Almeida Castro. Após o procedimento, ela foi orientada pela Dra. Rejane e informada que poderia inserir o DIU, como método de prevenção de gravidez. Ela, que já tem dois filhos, não pensou duas e vezes e aceitou. "Eu recomendo, já tinha tentado colocar várias vezes, mas nunca tinha na unidade de saúde, sempre diziam uma coisa diferente, que não tinha", disse.

Situação semelhante aconteceu com a jovem Crislane da Silva, de 29 anos, que também tem dois filhos. Ela sofreu um aborto e também aceitou a inserção do DIU como método para não engravidar. Ela disse que já conhecia o DIU, e também nunca teve oportunidade de colocar. Ficou satisfeita com o procedimento, especialmente porque não provocou dores e é reversível.

A jovem Juliana Lemos, de 21 anos, (foto à dir.) e mãe de um menino de 4 anos, teve seu segundo filho, o Artur, na Maternidade Almeida Castro, na última semana. Ela relatou que não conhecia o dispositivo intrauterino, e optou pela inserção com base na orientação da ginecologista Rejane Holanda.  Afirmou que se sente satisfeita com o procedimento.

A médica Rejane Holanda destaca que a maternidade Almeida Castro está totalmente preparada para esse tipo de procedimento. A equipe médica, enfermeiros e demais profissionais da saúde passaram por capacitação e o hospital dispõe de toda a estrutura física necessária para atender as mulheres.

Mas, e quem não teve como opção realizar o procedimento na Maternidade? Dra. Rejane explica que as unidades de saúde devem, como garante o Ministério da Saúde, ofertar a inserção para as mulheres que desejarem. Em Mossoró, a Faculdade de Medicina da UERN também oferece o procedimento de forma gratuita. O trabalho, coordenado por Rejane, integra as atividades dos cursos da saúde, dentro do programa de Planejamento Familiar.

As interessadas podem se dirigir até a faculdade e solicitar a inserção do DIU, sem nenhum custo. A faculdade de Medicina da UERN fica localizada na Rua Atirador Miguel Antônio da Silva Neto, s/n, bairro Aeroporto.

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