20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
ESTADO
Da redação
31/10/2018 14:42
Atualizado
13/12/2018 16:44

Caso da mãe que fantasiou filho como escravo em Natal tem repercussão na mídia internacional

Alguns periódicos europeus e americanos denunciaram a notícia demonstrando muita indignação por rememorar o período da escravidão no país de forma jocosa
O caso da  mãe que fantasiou o próprio filho de 9 anos como escravo para a festa de Halloween de uma escola de classe média alta em Natal, na segunda-feira (29), teve repercussão na mídia internacional nesta quarta-feira (31). Alguns periódicos europeus e americanos denunciaram a notícia demonstrando muita indignação por rememorar o período da escravidão no país de forma jocosa.. Entre eles, estão os conhecidos periódicos britânicos The Sun e Daily Mail e Meaww.

Sob o título "Mom stirs Brazil's wounds, dressing her son as a slave for Halloween" (mãe mexe com as feridas do Brasil ao vestir seu filho como escravo para o Halloween), o Daily Mail disse que a mãe "orgulhosamente publicou as fotos controversas de seu filho nas redes sociais com a legenda: “Quando seu filho realmente entra no personagem. Vamos fazer do jeito brasileiro." e que as roupas foram classificadas de "repugnantes".

O jornal ainda disse que a "a mãe está agora se desculpando por seu mau gosto no julgamento depois que ela foi recebida com a reação. Ela fechou sua conta nas redes horas depois que seu filho apareceu no evento de fantasias de sua escola particular na segunda-feira na cidade de Natal, localizada na parte nordeste do país sul-americano".

O The Sun também noticiou o caso, com o título " Fury as mum paints son, 9, black for a whipped slave Halloween outfit" e informou que " Uma mãe causou indignação depois de vestir seu filho branco de 9 anos como um escravo com correntes falsas presas às mãos e pescoço para uma festa de Halloween".  E repercutiu a resposta da escola da criança:  “Não incitamos nem toleramos racismo ou preconceito. (Nossa escola) segue os princípios de inclusão e convivência refletindo a diversidade em nossa região e nossas práticas de ensino. ”

O americano Meaww, de Los Angeles, disse em seu site na edição desta quarta-feira (31) que "o post da mãe trouxe de volta memórias do tráfico de escravos do Atlântico que viram quase 4 milhões de escravos serem transportados da África para o Brasil e ofenderam muitos usuários de mídia social".

O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para investigar o caso no qual uma mãe vestiu o filho de escravo negro para participar da festa de halloween da escola, localizada em Natal. Diversas denúncias chegaram ao conhecimento do MPF e as informações serão avaliadas para que se decida pela instauração, ou não, de um inquérito.

O Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que foi ratificada em 27 de março de 1968. O País também assinou a Convenção sobre Direitos da Criança, ratificada em 14 de setembro de 1990.

O procurador da República Fernando Rocha, coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção e outro Ilícitos do MPF no Rio Grande do Norte, destaca que, “sim, a escravidão existiu, não acabou e a sociedade brasileira não pode conviver com a banalização do mal como expressão dominante de uma ideia”.

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