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MOSSORÓ
Da redação
01/11/2018 12:10
Atualizado
14/12/2018 08:13

Família Reginaldo realizará primeiro Encontro em Mossoró no próximo sábado

A Liga Operária de Mossoró é uma ideia original dos “irmãos Reginaldo” (Raimundo Reginaldo, Lauro Reginaldo [o Bangu] e Jonas Reginaldo)

Influenciados pelo lançamento do livro “História da Liga Operária de Mossoró”, organizado pelos pesquisadores David de Medeiros Leite, Edilson Segundo e Olivá Leite, a família Reginaldo realizará, neste sábado (03) o seu primeiro encontro na cidade.

O evento acontecerá no Restaurante Fic-Frio, na avenida João da Escóssia, no bairro Nova Betânia, a partir das 20 horas.

Os primeiros ramos familiares de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, foram originados de três troncos primitivos: Ausentes, Guilherme de Melo e Cambôa. Foi dos Cambôa que surgiu a Família Reginaldo.

A Liga Operária de Mossoró é uma ideia original dos “irmãos Reginaldo” (Raimundo Reginaldo, Lauro Reginaldo [o Bangu] e Jonas Reginaldo).

O sobrenome Reginaldo foi originado pelos descendentes de João da Rocha Nogueira (João Bangú) e de Januária Maria Nogueira. Dessa união nasceram 4 filhos: Reginaldo da Rocha Nogueira, também chamado de Manoel Joaquim da Rocha, Alexandre da Rocha Nogueira, Reginaldo da Rocha Nogueira, Maria Reginaldo da Rocha. Apenas a última não batizou os seus filhos com o novo sobrenome.

 

MAIS SOBRE A FAMÍLIA REGINALDO EM MOSSORÓ

Os primeiros antepassados da família Cambôa, que se tem conhecimento datam do século XVIII.
No livro autobiográfico, “Bangu-Memórias de um Militante” (organizado por Brasília Carlos Ferreira), Lauro Reginaldo da Rocha, ao falar sobre suas origens, teceu os comentários:

Os antepassados de nossa família – os Rocha, os Nogueira, os Leite e os Bertoldo do Amaral – foram dos primeiros povoadores que se estabeleceram nas ribeiras dos rios Jaguaribe-CE, Mossoró, Apodi e Upanema-RN, nas últimas décadas do século XVII. Tomando posse das terras conquistadas aos índios e a partir das sesmarias, esses pioneiros passaram a viver da criação de gado e da lavoura.

Essas famílias se uniram entre si pelo casamento – e nessa união entrou também o elemento indígena, os remanescentes dos bravos cariris, que haviam sido vencidos e escorraçados de suas terras pelas tropas coloniais, depois de heróica resistência, numa guerra desigual e impiedosa.

A Família Reginaldo teve uma importante participação em sua época. O filho primogênito de João da Rocha Nogueira, Reginaldo da Rocha Nogueira era marchante e patriarca de uma numerosa família de 12 filhos, provenientes de duas uniões conjugais, sendo 3 da primeira e nove da segunda.

A professora natalense Celina Viana lecionava no Grupo Escolar 30 de Setembro e teve os irmãos Reginaldo como os seus alunos. Devido a sua proximidade com a família, a notável educadora mossoroense, Celina resolveu doar os livros de Lênin, Karl Marx e outros de doutrina socialista, ao irmão mais velho, Raimundo Reginaldo da Rocha.
O sublime gesto de Celina transformou a vida da família. Raimundo Reginaldo abraçou os ideais se engajando nas defesas das classes menos favorecidas em Mossoró. Teve a companhia dos irmãos, especialmente Jonas, Antonio, Glicério e Lauro. 

Raimundo Reginaldo era professor da Escola Paulo de Albuquerque. No dia 10 de abril de 1921, participou ativamente da fundação da Liga Operária de Mossoró, sociedade com fins beneficentes, sendo o orador da primeira diretoria e tendo o seu irmão Antonio Reginaldo Sobrinho como Tesoureiro.

A Liga Operária de Mossoró marcou época, especialmente na década em que foi criada. Além de Raimundo e Antonio, eram associados a essa entidade, os irmãos Jonas e Lauro Reginaldo, além do cunhado Mário Cavalcanti, sócio fundador e casado com a irmã Maria Rocha Cavalcanti. 

Cabe destacar que nesse período, os irmãos Raimundo, Jonas e Lauro Reginaldo criaram o Partido Comunista em Mossoró. O abraço aos ideais socialistas trouxeram diversos dissabores aos membros da família. Muitos foram presos, sem sequer estar envolvidos com os movimentos de classe. A melhor alternativa seria a saída de Mossoró. Foi o que aconteceu com Glicério, João e Alexandre no Ceará, Maria e Luiz, em Natal. 

A liderança de Raimundo Reginaldo merecia destaque e começou a incomodar a elite local. Por essa razão, é perseguido implacavelmente até a sua expulsão da sociedade sindical que mal acabara de fundar. A partir de então, passou a residir na cidade de Apodi-RN, sendo diretor escolar do Grupo Escolar Ferreira Pinto. Em Natal, participou da Insurreição Comunista de 1935, sendo preso. Acabou falecendo em Picos-PI.

Jonas marchante com banca no Mercado Central de Mossoró faleceu em sua cidade natal.

Antonio foi o que mais sofreu com as torturas na prisão. Em decorrência, disso faleceu privado das faculdades mentais.

Lauro, o irmão caçula, teria uma carreira vertiginosa no partido e, em 1934, já fixado no Rio de Janeiro, faria parte do Comitê Central, onde era conhecido por “Bangu”. E lá na capital carioca, constituiu família e faleceu.

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