28 MAR 2024 | ATUALIZADO 17:09
MOSSORÓ
Da redação
08/11/2018 12:54
Atualizado
14/12/2018 08:25

MP abre procedimento para investigar morte de abelhas devido circulação do carro fumacê em Mossoró

Conforme o despacho nº 0809/2018, a morte das abelhas devido o veneno espalhado pelo carro fumacê será investigado pelo Promotoria de Justiça; Criador relata prejuízos
Cedida/Victor Hugo Dias
O Ministério Público Estadual abriu procedimento para investigar a morte de abelhas causada pelo uso indiscriminado de veneno espalhado pelo carro fumacê, no município de Mossoró. A determinação consta no despacho nº 0809/2018, da 3ª Promotoria de Justiça.

A denúncia sobre a morte das abelhas chegou até o MPRN através da Associação de Meliponicultores e Meliponicultoras Potiguar (AMEP) e foi mostrada em reportagem pelo Portal MOSSORÓ HOJE.

A associação informou que, inicialmente, a Prefeitura de Mossoró, não comunicava com antecedência aos criadores de abelhas, os dias e horários que o carro fumacê circularia no município. Assim, eles eram pegos de surpresa e várias abelhas foram mortas pelo veneno.

Após reclamação da associação, a Secretaria Municipal de Saúde passou a informar o itinerário do carro fumacê. No entanto, as mortes continuam, e seguem causando muitos prejuízos aos meliponicultores de Mossoró.

É o caso de Seu Milton de Oliveira Filho. O meliponicultor cria 38 colmeias de abelha Jandaíra em sua residência, no bairro Planalto Treze de Maio, zona leste de Mossoró. As caixas estavam fechadas desde o dia 31 de outubro e foram abertas somente nesta quinta-feira (08). No chão, ele encontrou dezenas de abelhas mortas.

O criador relata que seu objetivo era dividir as 38 colmeias para chegar a 50 e aumentar a produção nos próximos meses. No entanto, com a morte das abelhas, isso não será mais possível. “Estava me programando para fazer várias divisões e aumentar o número de caixas, mas com a mortes de um grande número de abelhas não poderei fazer, pois tenho que cuidar agora para diminuir as perdas e não aumentar”, relatou ele frisando que estava tomando bastante cuidado para evitar o menor número de perdas possíveis.

Conforme a denúncia do AMEP, somente em 2016, foram feitas três aplicações intensas do veneno nos meses de abril, agosto e outubro. No entanto, a associação questiona a real necessidade da utilização do veneno diversas vezes devido ao baixo número de infestação do mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue, zika e chikungunya.

No documento, a associação frisa que o veneno tem como função específica a eliminação das fêmeas do mosquito e deve ser utilizado somente para bloqueio de transmissores e para controle de surtos e epidemias.

A Prefeitura de Mossoró será notificada pelo Ministério Público e deverá, inicialmente, informar o itinerário do carro fumacê no município. Após análise do caso pelo MP, é que será decidido pela abertura ou não de inquérito civil para investigar a fundo a questão.

A AMEP tem atualmente cerca de 80 criadores de abelhas Jandaíra cadastrados na região de Mossoró. "A criação dessas abelhas, especialmente a espécie conhecida como Abelha Jandaíra (melipona subnitida) tem papel fundamental na preservação e recuperação do nosso ecossistema local, fato esse, inclusive, um dos objetivos da política do plano diretor da cidade de Mossoró", destacou a associação do documento ao MPRN.

O Analista da Emater-RN, Victor Hugo Dias, escreveu em seu perfil do Facebook texto em que demonstra preocupação com a morte das abelhas Jandaíra, em Mossoró, devido o veneno espalhado pelo carro fumacê. Veja abaixo:

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário